quinta-feira, 31 de maio de 2012

EUA INTRODUZEM CONTROLE TOTAL DA INTERNET


Da “Voz da Rússia”

“Mesmo se você tem paranóia, tal não significa que ninguém lhe espia, pelo menos na Internet. E, mesmo se tem saúde absoluta, pelo visto, é espiado de qualquer modo.

Se tiver dúvida, basta conhecer a lista de palavras utilizadas pelo Ministério de Segurança Nacional (MSN) dos Estados Unidos (The Department of Homeland Security) para monitorar sites e redes sociais na Internet.

No sábado passado, o jornal britânico “The Daily Mail” publicou essa lista, comunicando que o MSN foi obrigado a divulgar esse documento após exigência da organização de interesse público “Electronic Privacy Information Center” (centro informativo de proteção da privacidade na rede).

A lista composta por centenas de palavras e frases feitas é impressionante. É difícil supor que o emprego de tais palavras como “México” ou “China” por particulares no Facebook seja captado por programas especiais. A lista inclui praticamente todo o Oriente Próximo – Iraque, Irã, Afeganistão, Paquistão, Iémen -, assim como a Coreia do Norte, Colômbia e Somália.

O princípio de seleção é compreensível: a lista é dividida em tais categorias como “segurança interna”, “segurança nuclear”, “saúde e gripe aviária”, “segurança infraestrutural”, “terrorismo” e outras. Compreende, também, a presença de expressões e palavras-chave, tais como “bomba suja”, “reféns”, “sarin”, “jihad”, “Al-Qaeda”. Mas, ao lado, encontram-se palavras do léxico habitual de qualquer usuário pacífico da Internet – “nuvem”, “neve”, “carne de porco”, “químico”, “ponte”, “vírus”…

Pode ficar sob vigilância o autor do post sobre o Smart, carro popular na Europa, ou aquele que faça mencionar a história sobre Caim e Abel. Destaque-se que se monitora o próprio termo de “rede social”, ligado, praticamente, a tudo que se utilize pela rede mundial.

Os peritos do “Electronic Privacy Information Center” consideram que a lista inclui muitas palavras que tenham sentidos diferentes, o que ameaça as garantias concedidas pela Primeira emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proclama a liberdade de expressão.

O Ministério de Segurança Nacional aceita, em certo grau, essas críticas. Segundo o secretário de imprensa do departamento, Matthew Chandler, é necessário considerar os algoritmos de programas de pesquisa. Ao mesmo tempo, em entrevista à edição eletrônica “Huffington Post”, Chandler declarou que a atividade do monitoramento da Internet se encontra na etapa inicial, sendo voltada para "prevenir o terrorismo" e "controlar cataclismos naturais". Por outro lado, o responsável rejeitou quase automaticamente as suspeitas de o ministério ter utilizado as suas potencialidades para controlar a dissidência. Contudo, a julgar pela atividade do “Electronic Privacy Information Center”, não todos concordam com ele.

Ao mesmo tempo, o monitoramento da Internet e das redes sociais seria muito difícil sem a interação com líderes das tecnologias informativas. A “Forbes” escrevia, nesse contexto, que, pelo visto, o Ministério de Segurança Nacional tem certos acordos com tais companhias como Google, Facebook, Twitter e outras, que permitem obter acesso a alguns programas de computador e controlar a Internet em regime próximo de tempo real.

Entretanto, as maiores companhias dispõem de informações gigantescas sobre usuários da sua produção. No ano passado, tornou-se pública uma investigação do “Wall Street Journal”, conforme a qual o Google e a Apple recolhem, como se verificou, a informação sobre o paradeiro de seus clientes, não apenas através de “gadgets” portáteis, mas também com a ajuda de PC. Segundo a edição, a Apple guarda os dados sobre deslocamentos de seus usuários através de seus computadores Macintosh ligados à rede Wi-Fi. O Google faz o mesmo através de PC cujos proprietários entrem na Internet através do browser Google Chrome. Como destaca o jornal, as duas companhias declaram que a conservação desses dados é estritamente confidencial e que elas “não têm quaisquer intenções secretas”.

MAS TAL SIGNIFICA QUE, DE QUALQUER MODO, VOCÊ É ESPIADO.

Pergunte-se, contudo, quão amplas são, geograficamente, as potencialidades do “Big Brother”, descritas ainda em 1949 no romance de George Orwell “1984”.

Na semana passada, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, declarou que especialistas quebraram com êxito o sítio da Al-Qaeda no Iêmen e lá instalaram sua informação. Essa declaração foi qualificada como o primeiro reconhecimento de que os Estados Unidos efetuam operações cibernéticas. Mas é importante, também, a envergadura global da atividade que não reconhece fronteiras e barreiras linguísticas.”

FONTE: publicado pelo “Voz da Rússia”. Transcrito no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/cyberwar/noticia/6225/EUA-introduzem-controle-total-da-Internet).

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