segunda-feira, 21 de maio de 2012

SANÇÕES CONTRA O IRÃ BARRAM A IMPORTAÇÃO DE ISÓTOPOS POR HOSPITAIS

produção de radiofármacos

Aumento de entraves em 2007 levou a crise de abastecimento no ano passado


Centros de medicina nuclear no Irã atendem 1 milhão de pessoas por ano e recorrem à importação clandestina

Por Samy Adghirni, de Teerã

“Diagnosticada com câncer, Sahar, 12, está deitada numa plataforma de metal enquanto um aparelho de scanner passa vagarosamente sobre seu corpo esquálido.

Na sala ao lado, imagens do exame se delineiam na tela do computador. Mostram um nódulo escuro no tórax.

A projeção detalhada do tumor só é possível porque Sahar tomou na véspera uma injeção de gálio radioativo, um isótopo produzido pelo reator nuclear de Teerã.

"Um scanner normal não teria permitido um bom diagnóstico", diz um oncologista na seção de medicina nuclear do Hospital Shariati.

Seja para diagnóstico, seja para tratamento, 1 milhão de pessoas são atendidas a cada ano nos 120 centros de medicina nuclear iranianos. A maior parte dos custos é subsidiada pelo Estado. O Irã usa medicina atômica desde os anos 1960, mas o acirramento das sanções a partir de 2007 quase paralisou o atendimento.

Apesar de repetidos apelos à ONU, o regime não obteve acordo para repor o estoque de urânio purificado que alimenta o reator de Teerã. Uma das tentativas foi mediada por Brasil e Turquia, em 2010. As sanções [impostas pelos países quue desenvolvem e produzem armas atômicas, especialmente pelos EUA e Israel]  impedem o Irã de importar isótopos.

Enquanto espera autossuficiência no enriquecimento de urânio, o país raciona o uso do reator para continuar produzindo radiofármacos.

Um funcionário do regime admite que os pacientes também são tratados com isótopos comprados clandestinamente no exterior. Em 2011, um pico de demanda nos hospitais causou a primeira crise de desabastecimento.

"Os países ocidentais se dizem ‘amigos do povo iraniano’, mas impedem o acesso a materiais indispensáveis nos hospitais", diz Mohsen Saghari, presidente da Sociedade Iraniana de Medicina Nuclear.”

FONTE: texto de Samy Adghirni na "Folha de São Paulo"  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/43981-sancao-barra-a-importacao-de-isotopos-por-hospitais.shtml) [Imagem do Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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