terça-feira, 12 de junho de 2012

O QUE HÁ POR TRÁS DO NEOPANELAÇO NA ARGENTINA

Classe média e alta argentina volta a fazer panelaço contra Cristina Kirchner

“A reivindicação para guardar dólares aparece como a causa principal que levou grupos de classe média e alta a realizar manifestações na Argentina. Os especialistas consultados pelo jornal “Página/12” afirmam que esses grupos não suportam ver o avanço para uma sociedade mais igual.

Por Luciana Taddeo

No último dia 8, um protesto convocado pelas redes sociais reuniu, segundo a polícia, cerca de 5 mil pessoas em Buenos Aires. O panelaço reuniu pessoas que protestavam contra o fim do controle à compra de dólares.

De acordo com Melina Deledicque e Mariano Féliz, membros do “Centro de Estudos para a Mudança Social”, a “demanda de ‘direito ao entesouramento de dólares’ no atual contexto parece pouco razoável e nada generalizante, em uma sociedade onde a capacidade de poupar se restringe a um setor muito reduzido da população”.

Eles consideram, ainda, que esse panelaço não representa o conjunto do povo trabalhador (e tampouco buscam isso) porque não questionam um projeto capitalista na crise.

Já para a socióloga Sandra Guimenez esses protestos são realizados pelos mesmos setores “antipopulares e antinacionais que, agrupados com setores da Igreja, a direita mais reacionária e alguns pró-políticos, têm muito claro que necessitam desestabilizar um projeto de país que pretende nivelar diferenças sociais”.

De acordo com a socióloga, o que acontece é que esse setor não “tolera avançar (ainda que lenta e moderadamente) para uma sociedade mais igual”. Ela complementa que “cada vez que essa sociedade começa a sustentar um projeto que tende a ser mais ‘igualitário’, se produzem fortes enfrentamentos de classe. Em todo caso, essa sociedade tolera transversalmente a expectativa de que as pessoas que fazem parte dessas classes melhorem sua situação, isto é dizer, tolera a expectativa de ‘melhoria’. Mas isso é suportável se a melhoria não implica que se apaguem nem as diferenças nem os privilégios de classe.”

FONTE: da redação do portal “Vermelho”, com informações do jornal argentino “Página/12”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=185459&id_secao=7).

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