Navio
“Nikolai Fílchenkov” (foto: flot.sevastopol.info)
“Primeiro, foi a vez de a secretária
de Estado dos EUA, Hillary Clinton, acusar a Rússia de enviar helicópteros de
ataque à Síria. Com o tempo, outros acontecimentos correlacionados tomaram
conta das páginas de jornais e canais de televisão mundo afora.
Mas até que ponto os veículos
internacionais estão apresentando dados concretos e contribuindo para resolver
a questão?
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, acusou recentemente a Rússia de estar enviando helicópteros de combate à Síria. Segundo a norte-americana, os veículos seriam usados pelas tropas oficiais contra a população.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, acusou recentemente a Rússia de estar enviando helicópteros de combate à Síria. Segundo a norte-americana, os veículos seriam usados pelas tropas oficiais contra a população.
Embora Hillary não tenha citado
nenhum fato específico, a notícia correu o mundo inteiro e foi intensamente
comentada pelos principais veículos de comunicação.
Pouco tempo depois, porém, foi
constatado que a Rússia não estava enviando arma alguma à Síria. Até mesmo o
porta-voz do Pentágono teve de admitir que a notícia posta em circulação pela
chefe da diplomacia americana não correspondia à verdade. Mesmo assim, a
secretária de Estado não achou necessário fazer um pedido público de desculpas.
Segundo sua assessora, Hillary Clinton não havia se referido às aeronaves
novas, mas àquelas enviadas de volta aos sírios depois de passaram por um
reparo.
VERSÃO FINAL
Na verdade, a situação é a seguinte:
a Síria possui cerca de cem helicópteros Mi-8 e Mi-17 (versão atualizada do
anterior).
Os especialistas no assunto sabem que o Mi-8/17 é um helicóptero de carga. Embora possa ser transformado em um helicóptero de combate se for equipado com metralhadoras e mísseis não guiados, isso é responsabilidade do comprador.
Os especialistas no assunto sabem que o Mi-8/17 é um helicóptero de carga. Embora possa ser transformado em um helicóptero de combate se for equipado com metralhadoras e mísseis não guiados, isso é responsabilidade do comprador.
Acusar o governo de Moscou de
contribuir pela “matança de cidadãos sírios” é responsabilizá-lo por aquilo que
está fora de seu controle.
Cabe lembrar, por exemplo, que os
EUA fornecem armas (no valor de US$ 5 a 7 bilhões por ano) a seus aliados
árabes, a Arábia Saudita e Qatar, sabendo muito bem que suas armas caem direto
nas mãos da oposição síria.
CONFLITO DE MÍDIA
As armas norte-americanas são usadas
com frequência cada vez maior nos massacres perpetrados não só contra os
seguidores do presidente Assad, mas também contra os cristãos, como aconteceu
em Homs.
Apesar de o ministro russo das
Relações Exteriores, Serguêi Lavrov, ter se pronunciado publicamente sobre esse
assunto, a declaração passou despercebida pelos meios de comunicação
internacionais, que se revezavam em desvendar os “planos agressivos dos
russos”.
“A inteligência americana acredita
que a Rússia enviou um navio para defender sua base logística naval no porto
sírio de Tartus”, anunciou a rede de televisão CNN.
Segundo as imagens captadas por
satélites de reconhecimento, o navio “Nikolai Fílchenkov” teria sido carregado
no porto de Sevastópol em 7 de junho e estava seguindo em direção a Tartus. O
detalhe é que, enquanto essa notícia circulava nos veículos de imprensa norte-americanos,
o “Fílchenkov” estava no porto de Sevastópol, onde permanece até hoje.
Ainda assim, a campanha de
informação continua. Os últimos dias têm sido marcados por notícias de que
embarcações russas com helicópteros foram interceptadas na costa escocesa ou
navios de guerra russos da Esquadra do Mar Negro estão prestes a executar
missões específicas no porto sírio de Tartus, entre muitas outras coisas.
A única verdade, contudo, é que, em
um país dilacerado por uma guerra civil, quaisquer exercícios militares são
impensáveis. O ministério da Defesa, depois de longo silêncio, disse o que já
era claro: não há intenção alguma de interferir no conflito.”
FONTE:
publicado na “Gazeta Russa” e transcrito no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/6609/Domino-Arabe---Guerra-entre-a-midia-e-a-verdade-%28EUA-vs-Russia%29).
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