quarta-feira, 25 de julho de 2012

FMI APOSTA NO CRESCIMENTO BRASILEIRO



Do portal de Luis Nassif

“O último relatório do FMI [Fundo Monetário Internacional, com sua visão abalizada, mas sempre “conservadora” e direitista de interesse  das grandes potências ocidentais] sobre o Brasil traz enfoque que mostra as mudanças relativas na maneira de o Fundo analisar a economia.

O relatório começa reconhecendo os enormes avanços do país, em função de um misto de enquadramento econômico (responsabilidade fiscal, metas de inflação e taxa de câmbio flexível) e melhor distribuição de renda. Há elogios à inclusão financeira e comercial do país e a sistema bancário forte e bem regulado.

O dogmatismo do Fundo não permite que se aprofunde na análise do câmbio. Para ele, os desequilíbrios que se manifestam na balança comercial (“aumento desmedido da inflação” [sic] [!?!]) se devem ao desequilíbrio entre consumo e investimento. Por isso, defende o desaquecimento provisório da economia, como maneira de recompor o equilíbrio. Há elogios aos últimos passos da política econômica, visando trazer competitividade à economia.

O relatório admite que foram as medidas prudenciais de 2010-2011 que contribuíram para o desaquecimento imprevisto da economia e uma das maiores revisões (para baixo) das expectativas de crescimento.

Segundo o FMI, há uma série de fatores contribuindo para isso:

(i)                  a deterioração do sentimento global em relação à economia;
(ii)                 (ii) a queda no comércio intrarregional com a Argentina;
(iii)                (iii) condições mais apertadas de crédito em alguns segmentos de mercado.

E, inédito, o relatório constata que o câmbio apreciado provocou aumentos nos custos unitários contribuindo para a fraqueza da produção industrial.

Aí, se entra nas medidas atuais. O relatório anota que, desde agosto de 2011, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 400 pontos.

Mas muitos setores continuam inertes, como é o caso da indústria automobilística, afetado pela redução do volume de financiamentos no ano (fruto do aumento da inadimplência). Impressionou o Fundo a fraqueza dos investimentos internos. Mas animou-o o fato de o consumo ter começado a se recuperar a partir do terceiro trimestre.

O relatório analisa a inadimplência do consumidor. Mesmo subindo, ainda representa parcela insignificante do crédito total, de 3,8% nos bancos privados e 2% nos bancos públicos.

O relatório é otimista em relação ao conjunto de medidas adotadas para reativar a economia.

Um dos pontos é o aumento do salário mínimo em 2012, que permitirá ampliar a renda disponível para consumo, especialmente por seus efeitos sobre aposentadoria e pensões. O segundo ponto é a geração de empregos no setor de serviços, que continua forte.

Finalmente, aposta nos efeitos da flexibilização monetária, que deverão se fazer mais nítidos no segundo semestre, assim como a redução da inadimplência.

Sua previsão é de a economia estar crescendo a 4,5% no final de 2013. E, depois disso, mantendo ritmo de crescimento de 4% ao ano.

O relatório considera que a crise na Europa poderá afetar a oferta de crédito externo. Mas considera que os bancos públicos poderão suprir essa lacuna garantindo o crescimento do crédito total no final do ano, influenciando a demanda em 2013.”

FONTE: portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/fmi-aposta-no-crescimento-brasileiro). [Imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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