segunda-feira, 24 de setembro de 2012

DILMA NÃO TRAIU. POR ISSO, SERÁ ABATIDA

Por Paulo Henrique Amorim

A DILMA É INCURÁVEL. FOI ELA PRÓPRIA QUEM DISSE: ELA TEM LADO. O “LADO DE CÁ”.

JK começou do “lado de cá”, com Vargas, e acabou do “lado de lá”, ao trair Jango, tirar o PSD da coalizão governamental, e ajudar a derrubar, com a ajuda do PiG (*) e da Frota americana, um Governo eleito de acordo com as regras constitucionais em vigor.

Do “lado de cá” e do “lado de lá” são expressões do mago pernambucano Fernando Lyra, que sabe que Eduardo Campos é do “lado de cá”.

Sarney sempre foi do ” lado de lá”.

Collor se elegeu com o voto do subproletariado. Governou do “lado de lá”.

Mas caiu quando o “lado de lá” perdeu a confiança nele.

Itamar foi um presidente do “lado de cá”, fez os genéricos, o Plano Real, mas terminou do “lado de lá”, na canoa do Aécio “Never”.

Fernando Henrique começou mais do “lado de cá” do que qualquer presidente contemporâneo – ele era confessadamente marxista.

E chega ao fim, melancolicamente, como herói do “Moralismo Hipócrita da elite”, nos braços do “Padim Pade Cerra”, a quem elegeu como o “símbolo da Ética” – até que se desfaça sua inimputabilidade .

FHC é o mais exuberante exemplo da conversão radical ao”lado de lá”!

Lula é Lula até debaixo d’água.

Pode ter optado por um “reformismo fraco”, como define Singer, mas governou para os pobres.

E, por isso, como diz a capa da revista “Carta Capital”, em excelente texto de Cynara Menezes, é ”o alvo eterno”.

A elite jamais o perdoará por ter dado certo.

Aí, veio a Dilma.

Ela foi à “Folha de S. Paulo” (**), que editou a Ficha Falsa e celebrou a “ditabranda” que a torturou.

Depois, foi fazer omelete com a Ana Maria Braga.

Deu a impressão de que se tornaria uma espécie de Mario Monti, o primeiro-ministro italiano.

Um tecnocrata, acima dos partidos.

E, portanto, do “lado de lá”.

Parecia que ela iria mexer num dos pontos de sustentação do prestígio de Lula: a política externa.

Foi apenas “wishful thinking” do PiG (*).

Aí, ela começou a voltar para o “lado de cá”.

Pegou os bancos (embora não pegue o PiG (*)).

Reviu parte da “Privataria tucana”, especialmente as doações de rodovias, pontes e ferrovias.

(“Doações”, porque, como se sabe, especialmente com a telefonia e a Vale do Rio do Doce, proposta pelo “Cerra”, não se caracterizaram, sequer, como “concessões”.)

E cometeu dois pecados capitais, segundo o “mervalismo pigânico”.

Primeiro, desmoralizou o Fernando Henrique, que tentou, exatamente, dar a impressão de que a seduzia para atravessar a ponte e chegar ao “lado de lá” – e trair o Lula.

FHC, o ressentido, se arrependerá para sempre de ter provocado aquela nota fulminante.

Agora, Dilma dinamitou a teoria da “compra de voto” do PiG e do Supremo.

A “compra de voto” do PiG e do Supremo pressupõe que o professor Luizinho, líder do PT na Câmara, recebesse R$ 20 mil para votar com o PT; pressupõe que deputados do PSDB e do PFL levaram uma grana para votar a Reforma da Previdência, a Tributária e o marco regulatório do Sistema Elétrico, para evitar a repetição daquele momento sublime do Governo Cerra/FHC, o “Apagão”.

Na teoria da compra de votos, até o Jorge Boornhausen levou grana, já que tinha a honra de presidir o PFL.

A Presidenta Dilma, ao responder com vigor à ligeira menção que o Ministro Relator fez ao seu nome, despiu a farsa do “mensalão” do PT.

Como diz o professor Wanderley: o que eu vi até agora foi o “Caixa Dois”, que está em operação neste exato momento, na campanha para prefeito e vereador.

Mas, como se sabe, não existe “Caixa Dois” no Brasil

Porque, se houver, o Dirceu sai do patíbulo.

E o “Caixa Dois” acabou quando o Paulo Skaf, presidente de que a FIESP jamais se esquecerá, e o Arthur Virgilio Cardoso (cuspe, pode, como diz o Miro), com o apoio fervoroso do Farol de Alexandria, acabaram com a CPMF.

Ali e no Supremo o “Caixa Dois” acabou.

A Dilma é incurável.

Foi ela própria quem disse: ela tem lado.

O “lado de cá”.

E por isso precisa ser abatida.

O que “Cerra” faz agora – com o PiG, o “Datafalha” e o “Globope” – contra o Haddad e o Russomano, em São Paulo, é o Jardim de Infância do que fará com a Dilma em 2014.

Não adianta ignorar o PiG.

Fingir que ele não existe.

O PiG não confia mais nela.

E cobrará caro não trair o Lula.”

Em tempo: devo essas inúteis reflexões à conversa com o bom amigo Maurício Dias. Que começou com a traição de JK a Jango.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Folha” é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, “Folha” é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a “Folha” emprestava carros de reportagem aos torturadores.”

FONTE: escrito por Paulo Henrique Amorim em seu portal “Conversa Affiada”  (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/09/23/dilma-nao-traiu-por-isso-sera-abatida/).

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