quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mensalão: O PT NÃO VAI FICAR QUIETO

Por Paulo Henrique Amorim

O que está em jogo no Supremo é definir a natureza de um novo Golpe de Estado

O julgamento do mensalão não vai acabar quando acabar o julgamento do mensalão.

A elite que se expressa no PiG [Partido da imprensa Golpista] perdeu todas.

Perdeu as eleições de 2002, 2006, 2010 e 2014.

Perdeu porque perdeu as bandeiras.

O PiG usa a barriga de aluguel do PSDB (especialmente de São Paulo, onde prevalece o sentimento secessionista).

Mas, a barriga perdeu a serventia.

A barriga não dá mais cria.

Não tem mais ideias, projetos, não tem uma visão do Brasil que convença à sociedade.

Especialmente, os que decidem a eleição: o subproletariado do André Singer [ver postagem de ontem neste blog 'democracia&política'].

Para que o Cerra, o FHC e o Sérgio Guerra querem o Poder ?

Para fazer o que ?

O “neolibelismo” foi derrotado.

E o lulismo vai durar, disse o Singer.

Qual é a alternativa ?

O Golpe.

O Golpe que se desenha no mensalão (do PT), pela mão do Judiciário.

Até aí, morreu o Neves.

A novidade é que nem a elite vai se satisfazer com o julgamento do mensalão, nem o PT vai ficar quieto.

Se o PiG condenar o Dirceu, o PiG vai para cima do Lula – como pretendem o “Tênue Gurgel” e o “Ataulfo Merval de Paiva”.

É preciso destruir o Lula.

Não pode ficar pedra sobre pedra de um nordestino metalúrgico, sem dedo e que não fala inglês.

Em seguida, o PiG vai destruir a Dilma. Gerente eficiente, acima do bem e mal, a técnica por excelência, a mãe do PAC, do ‘Brasil Carinhoso’, do ‘Brasil sem Miséria’, a que vai rever a desastrosa privataria tucana – nada disso interessa.

O PiG derrubaria a Madre Tereza de Calcutá, se ela fosse trabalhista.

Encerrado o julgamento do mensalão – que teve o dom de influenciar as eleições, como pretendia o PiG – o PiG vai pra cima.

E o PT não vai ficar quieto.

O PT já percebeu que o julgamento do mensalão é a “República do Galeão”.

O julgamento do mensalão é o “atentado da rua Toneleros” em que o Lacerda se deu um tiro no pé.

O julgamento do mensalão é o “Plano Cohen”, a “Carta Brandi”, o “grampo sem áudio”.

E o Supremo se politizou, tomou partido.

Começou com o Gilmar Dantas [Gilmar Mendes+Daniel Dantas], que se disse chantageado e não processou o chantagista.

Ali começou o julgamento político, o julgamento de exceção.

Que dispensa provas ou atos de oficio.

Para quem a Verdade é uma quimera.

Vai condenar com tênues provas, como “domínios de fato”.

(Embora, como diga o professor Wanderley, até “domínio de fato” tenha que ser provado. Ver neste blog  http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2012/09/prof-wanderley-desmonta-o-tribunal-de.html)

Mas, a guerra não acaba ali.

O que está em jogo no Supremo é definir a natureza de um novo Golpe de Estado.

Será uma contribuição do Brasil aos manuais de “Técnica do Golpe de Estado”, do Curzio Malaparte.

O mensalão (do PT) é uma das etapas desse Golpe.

Um capítulo do Manual.

O “Ataulfo Merval de Paiva” já anunciou que o Lula não escapa, porque ele acredita em Saci Pererê e em Valeriodantas.

Ele vai atrás do Lula como o Lacerda – comparando água com vinho … – foi para cima de Vargas.

Depois, é a Dilma, ou seja, o Jango, o Brizola … e todos os que se sucedem na luta dos pobres contra “a pior elite do mundo”, segundo o Mino Carta.

O Dirceu não acha que vá ser preso, apesar de a “Folha” já o ter encarcerado.

E mesmo que seja, ninguém duvida que ele organize o PT – onde estiver.

Porque o PT não vai ficar quieto.

Lula não é Vargas.

Dilma não é Jango.

Quem não mudou foi o PiG.

Foi a UDN – raivosa, reacionária, ressentida".

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu portal “Conversa Afiada”  (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2012/09/18/mensalao-o-pt-nao-vai-ficar-quieto/).

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