sexta-feira, 23 de novembro de 2012

CPMI DO CACHOEIRA VAI PEDIR INDICIAMENTO DE POLICARPO JUNIOR (“VEJA”)

Jornalista Policarpo Junior, editor da “Veja”, apontado como integrante da quadrilha de Cachoeira

O diretor da revista ‘Veja’ em Brasília será apontado como um dos integrantes da quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira.

Conforme parlamentares da CPMI, as investigações comprovaram que ele não apenas usava a organização criminosa liderada por Cachoeira como fonte jornalística, mas também solicitava serviços à quadrilha, que iriam embasar as reportagens que a revista publicaria dias depois.

Por Najla Passos

“O relator da CPMI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), vai pedir o indiciamento do jornalista Policarpo Junior, diretor da revista “Veja” em Brasília, no relatório final que [está sendo ultimado] [...] no Senado. Para os parlamentares petistas que integram à CPMI, os documentos analisados nesses 180 dias de trabalho não deixam dúvida sobre o envolvimento do jornalista com a quadrilha do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “É a posição que nós temos defendido desde o início das investigações”, afirma o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), titular da Comissão.

A convocação de Policarpo para depor na CPMI gerou polêmica durante todos os trabalhos. Proposta reiterada várias vezes por parlamentares petistas e pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), não conseguiu maioria entre os 32 membros titulares da Comissão. Só PT, PCdoB, PSB e PTB fecharam apoio, mas esses partidos contabilizavam apenas 11 votos. Contrários ao requerimento, os deputados da oposição (PSDB, DEM e PPS) contaram com o aval de PDT e PMDB, que acabaram como fiéis da balança em favor do jornalista.

Em agosto, estudo realizado pela assessoria técnica da CPMI do Cachoeira, a pedido do Dr. Rosinha, revelou que o diretor de “Veja” não apenas usava a organização criminosa liderada por Cachoeira como fonte jornalística, mas também solicitava serviços à quadrilha, que embasavam as matérias ditas “jornalísticas” que a revista publicava dias depois. “Este estudo demonstra envolvimento pessoal de Policarpo com a quadrilha, que foi muito além da relação jornalista-fonte. Ele deve, sim, explicações ao país”, disse, à época, o deputado.

O estudo não comprovou a participação direta de outros profissionais de “Veja”, incluindo a família Civita, com a quadrilha. Entretanto, deixou claro a que interesses serviam as matérias veiculadas pela publicação. Teve como base a análise das interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal (PF), com autorização da justiça, nas “Operações Vegas” e “Monte Carlo”. Só na “Operação Monte Carlo” da PF, foram flagradas 42 ligações entre Policarpo e membros da quadrilha de Cachoeira.

Também pesou contra o jornalista a denúncia feita pelo juiz da 11ª Vara Federal de Goiânia, Alderico Rocha Santos, de que a esposa de Cachoeira, Andressa Mendonça, teria tentado chantageá-lo, em troca de vantagens para seu marido, com a divulgação, na revista, de um dossiê que o comprometeria. A “Veja” se defendeu afirmando, entre outras coisas, que não faz e não divulga dossiês.”

FONTE: reportagem de Najla Passos publicada no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21288).

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