terça-feira, 19 de março de 2013

Interesses estrangeiros: MÍDIA BRASILEIRA LUTA CONTRA EXIGÊNCIA DE CONTEÚDO NACIONAL


CONTEÚDO LOCAL: RESPOSTAS DA PETROBRAS AO JORNAL “ESTADÃO


[Sobre as reportagens “PETROBRAS ALUGA EMBARCAÇÃO NO EXTERIOR” e “ESTATAL AFIRMA QUE CUMPRIRÁ EXIGÊNCIA DE CONTEÚDO LOCAL” (versões online), publicadas pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na segunda-feira (18/03), confira, abaixo, as respostas encaminhadas pela Petrobras ao jornal]:

Pergunta do “Estadão”: Conforme antecipado por telefone, vamos fazer uma nova matéria sobre conteúdo local, com base em um informativo divulgado [2ª feira] pelo SINAVAL.

O SINAVAL diz que há aumento do afretamento e redução local da construção de navios. Afirma que a redução de encomendas e a perda de postos de trabalho já aparece nas estatísticas, prejudicando estaleiros locais. Por que a Petrobras está optando por afretamento, em vez de construção? Falta capacidade de endividamento direto para construção dos navios? As exigências de conteúdo local atrapalham?

Resposta da Petrobras: Não, as exigências de conteúdo local não atrapalham. Os índices que têm sido exigidos são exequíveis e não há indicativos de que não serão atingidos pela indústria nacional. A contratação de FPSO por afretamento é uma alternativa amplamente utilizada na indústria de petróleo, sendo que, ao longo da sua história, a Petrobras tem utilizado tanto a construção de plataformas próprias como a contratação de plataformas por afretamento como alternativas para os projetos de produção. A opção entre a contratação por afretamento ou a construção de unidade própria depende de aspectos técnicos, comerciais e dos prazos requeridos pelos projetos, sendo importante observar que, desde 2010, a Petrobras vem exigindo que os FPSO afretados atendam requisitos de conteúdo local similares aos praticados para as unidades próprias.

Não é fato que a Petrobras esteja optando exclusivamente por afretamentos, tanto que, nos últimos anos, foram contratadas cinco unidades de produção que estão sendo construídas no Brasil para operação nas áreas de pós-sal (P-55, P-58, P-61, P-62 e P-63). Para a área do pré-sal da Bacia de Santos, estão em construção oito FPSO replicantes e quatro FPSO para a Cessão Onerosa em diversos canteiros e estaleiros nacionais, do nordeste ao sul do Brasil.

O Plano de Negócios da companhia prevê recursos suficientes para a execução dos projetos listados em seu portfólio.

Pergunta do “Estadão”: A ANTAQ diz que, desde 2009, a estimativa era de construção local de 146 navios, e que deixaram de ser contratados 90 navios em estaleiros brasileiros. Por quê?

Resposta da Petrobras: O “Plano de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio da Petrobras”, que prevê a construção de 146 embarcações de apoio offshore, em execução desde 2008, continua sendo implantado como planejado. Já foram realizadas três rodadas de contratações, perfazendo um total de 56 unidades contratadas, e a quarta rodada está em andamento.

Pergunta do “Estadão”: Caso os equipamentos fossem construídos pela Petrobras, em vez de afretados, haveria estouro do limite de alavancagem com possibilidade de rebaixamento por agências classificadoras de risco?

Resposta da Petrobras: A Petrobras está comprometida em garantir a expansão dos seus negócios com indicadores financeiros sólidos, e possui capacidade financeira para implementar os projetos de E&P no Brasil necessários ao cumprimento da sua meta de produção de 2020.

Pergunta do “Estadão”: Documento do Ministério da Fazenda estima em US$ 19 bilhões a despesa com aluguel de equipamentos. Está correto?

Resposta da Petrobras: A Petrobras desconhece o documento a que se refere a pergunta.

Pergunta do “Estadão”: O SINAVAL estima em US$ 6,3 bilhões anuais o valor pago a empresas estrangeiras com 44 sondas e 14 plataformas. A maioria com MODEC e SBM. O SINAVAL se diz preocupado que aconteça o mesmo com navios de apoio marítimo. A preocupação procede?

Resposta da Petrobras: A resposta à preocupação do SINAVAL com relação à contratação de barcos de apoio marítimo já está contemplada na resposta à pergunta número 2, relativa à construção de 146 navios.

Pergunta do “Estadão”: A Petrobras tem capacidade financeira para construir os cinco FPSO que faltam para a área da cessão onerosa? Ou precisará afretá-los?

Resposta da Petrobras: A Petrobras tem capacidade financeira para executar todo o seu “Plano de Negócios e Gestão”, inclusive para todas as unidades ainda não contratadas. As contratações serão realizadas, ao longo do cronograma interno da empresa, em função das características técnicas dos projetos de produção e das condições do mercado fornecedor.

Pergunta do “Estadão”: Afretar com a “Sete Brasil” pode ser uma solução para não estourar a alavancagem sem enviar equipamentos para o exterior? Vou voltar a citar que dois deles estão em negociação com MODEC e SBM. Isso é apuração minha, sei que a Petrobras não confirma.

Resposta da Petrobras: Como informado na pergunta anterior, a Petrobras tem capacidade para executar todo o seu Plano de Negócios, inclusive para as unidades ainda não contratadas e reafirma que cumprirá integralmente com o conteúdo local requerido em todas as suas atividades.”

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