quarta-feira, 27 de março de 2013

MÍDIA E EVANGÉLICOS SÃO OS FIÉIS DA BALANÇA DE 2014


[A direita, como sempre, usará todos os engodos para retomar o poder em 2014. Vale tudo. Até religião. No Brasil, como mais ativos nas suas fileiras, estão a mídia, os demotucanos, uma pseudo e autoproclamada “elite” e os ingênuos ludibriados. Em todo o mundo, a direita representa, sabendo ou não os integrantes da sua tropa, os interesses dos grandes conglomerados financeiros e econômicos, principalmente dos EUA e seus judeus].

“O mais importante é monitorar o comportamento dos meios de comunicação e dos evangélicos. Justamente a combinação explosiva que levou a eleição passada para o 2º turno, com a campanha suja contra Dilma na reta final.

As últimas pesquisas de intenção de voto e sobre a aprovação do governo federal devem ser vistas com cautela. Apesar da ampla vantagem da presidenta Dilma Rousseff, o quadro atual dista 18 meses das eleições, tempo suficiente pra que quase tudo possa acontecer.

Em sua última pesquisa, o IBOPE aponta aprovação recorde do governo: 92% dos entrevistados o aprovam, sendo que 63% deles o consideram bom ou ótimo e apenas 7% o reprovam (ruim ou péssimo). Outros 27% o enquadram na categoria "regular".

Já a pesquisa de intenção de votos “Datafolha” divulgada na sexta-feira (22) aponta vantagem gigantesca para a presidenta da República. Dilma Rousseff aparece com 58% da preferência dos eleitores, seguida de Marina Silva (16%), Aécio Neves (10%) e Eduardo Campos (6%). Ou seja, se a eleição fosse hoje, a presidenta estaria 26 pontos percentuais à frente de seus principais concorrentes somados.

Mas ainda falta muito para o dia do pleito. Isso não significa que as pesquisas devem ser desconsideradas. Por outro lado, também não podem ser superdimensionadas. As pesquisas são retratos de um momento, que se pode consolidar ou mudar completamente, a depender de inúmeras variáveis. Por isso, não convém entrar no clima do "já ganhou".

Para início de conversa, existem alguns aspectos que devem ser levados em consideração, para além do econômico - que conta muito, mas não está sozinho.


Primeiro, devemos dar uma olhada no calendário eleitoral. Daqui até outubro de 2014, faltam 18 meses, os quais podemos dividir em três faixas de tempo. A primeira vai daqui até outubro deste ano, quando os partidos que pretendem concorrer devem estar devidamente registrados e as pessoas filiadas aos partidos pelos quais querem disputar uma vaga. É importante lembrar que vamos eleger, além da presidenta (ou presidente), governadores, senadores e deputados (estaduais e federais).

A compreensão desse primeiro momento é fundamental, pois isso significa, entre outras coisas, que somente ao chegarmos em outubro deste ano saberemos efetivamente quais partidos políticos conseguiram reunir as assinaturas para serem criados, assim como quais pessoas estarão filiadas em quais partidos e, consequentemente, aptas a concorrer um ano depois, em outubro de 2014.

A segunda faixa de tempo transcorre entre outubro de 2013 e março de 2014, quando se encerra o prazo para a desincompatibilização de cargos públicos. Vale, por exemplo, para os ministros e prefeitos que pretendem se candidatar. Nesse momento, com os pré-candidatos definidos, começa, de fato, a campanha, que seria a terceira e última faixa de tempo - aqui as alianças até então delineadas necessariamente se descortinam e a corrida eleitoral chega a seu “sprit” final.

Ao longo do processo, existem elementos objetivos que ocorrem em cada uma dessas faixas de tempo, enquanto outros, subjetivos, as atravessam. Entre esses últimos, creio que dois podem fazer uma grande diferença daqui até outubro de 2014.

O primeiro deles é a mídia. Sem dúvida nenhuma, jogará papel decisivo nas eleições. Como dizia o filósofo francês Gilles Deleuze, a mídia é uma das instituições com maior poder de produzir e reproduzir subjetividades. Ou seja, na sociedade contemporânea, TVs, rádios e jornais possuem meios de influir nas formas de sentir e agir das pessoas. Conceitos e valores estão em jogo, não apenas nas manchetes jornalísticas, mas também em novelas, filmes e demais produções de entretenimento.

O segundo elemento que devemos observar é a mescla do comportamento da assim chamada “nova classe média” com o crescimento das religiões protestantes no país. Em "Os sentidos do lulismo", lançado ano passado, André Singer deixa muito claro que, se é verdade que o PT ganhou votos entre as classes mais pobres, esse voto não está, necessariamente, imbuído de ideologia. Segundo o autor, seria um voto conquistado muito mais pelo acesso inaudito à sociedade de consumo do que qualquer outra coisa.

Da leitura de Singer, também é possível intuir a chegada de um novo partido que reflita os anseios dessa parcela da população que ascendeu socialmente. E esse partido tem tudo para ser a “Rede”, de Marina Silva, que hoje aparece com 16% das intenções de voto. Além de beliscar os votos dos “ambientalistas politicamente corretos [sic], a ex-ministra, evangélica declarada, seria a fiel depositária da confiança da massa que professa essa religião.

Entre as características de parte expressiva dos evangélicos está o comportamento conservador [direita], como demonstram suas posições em relação a temas como casamento homossexual e aborto, muitas vezes extrapolando em direção ao fundamentalismo racista/preconceituoso [Na eleição de 2010, Marina Silva funcionou como “instrumento útil” da direita, como auxiliar de José Serra para levá-lo ao 2º turno. Deu certo. Para 2014, ela e Eduardo Campos já estão desempenhando esse papel, voluntariamente ou não]. Ou seja, ironicamente os avanços sociais promovidos pelos governos do PT renderiam, em parte, frutos a uma oposicionista (está aí o pastor-ministro Crivella pedindo aplausos a Dilma e Lula pelo aumento do dízimo nas igrejas).

Por outro lado, e em tese, Aécio Neves, hoje com 10%, e Eduardo Campos, com 6%, teriam mais margem numérica para crescer, já que são menos conhecidos. A grande dúvida é saber de quem eles irão tirar votos. Isso, claro, se eles forem mesmo confirmados candidatos.

Enquanto isso, repito, o mais importante é monitorar o comportamento dos meios de comunicação e dos evangélicos. Justamente, a combinação explosiva que levou a eleição passada para o 2º turno, com a campanha suja contra Dilma na reta final.”

FONTE: escrito pelo jornalista Marcelo Salles e publicado no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=6021). [Imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política].

4 comentários:

  1. Acho seus comentários e complementações excelentes, vale a pena acessar esse blog diariamente!
    Obrigado pela dedicação,
    Álvaro

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  2. Álvaro,
    Óbrigada pelo incentivo. Procurarei corresponder aos elogios.
    Maria Tereza

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  3. http://port.pravda.ru/busines/31-01-2013/34252-brasil_igreja-0/

    A seguir, os cinco pastores evangélicos mais ricos do Brasil.

    1 - Edir Macedo, Igreja Universal do Reino de Deus, tem uma fortuna estimada em R$1.900 Bilhão

    2 - Waldemiro Santiago, Igreja Mundial do Poder de Deus, tem uma fortuna estimada em R$450 Milhões

    3 - Silas Malafaia, Assembleia de Deus Vitoria em Cristo, tem uma fortuna estimada em R$305 Milhões

    4 - R.R.Soares, Igreja Internacional da Graça de Deus, tem uma fortuna estima em R$255 Milhões

    5 - Estevam e Sonia Ernandes, Igreja Renascer em Cristo, têm uma fortuna estima em R$130 Milhões.

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  4. Vanderlei,
    Não conhecia esses dados. Se verdadeiros, são muito preocupantes. Não somente por indicar a força de influir na política, mas por mostrar a exploração econômica da fé do povo, na maior parte, dos mais pobres.
    Maria Tereza

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