sexta-feira, 24 de maio de 2013

Jornal argentino sobre Lula e Cristina: “DERRUBAMOS O MITO DA RIVALIDADE”


“A presidenta Cristina Kirchner e o ex-presidente Lula reivindicaram o processo de integração regional e coincidiram em questionar o papel conservador dos grandes meios de comunicação. Também destacaram a educação como fator de justiça social.

Por Nicolás Lantos, no jornal argentino “Página 12” 


Buenos Aires – A presidenta Cristina Fernández de Kirchner e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva coincidiram, quinta-feira (16), em criticar o papel dos meios de imprensa como fator de poder conservador no processo que se vive na América do Sul há uma década. “É incrível: quando os criticamos, dizem que estamos atacando-os. Mas quando os meios de comunicação nos atacam, dizem que é democracia. Isso não pode ser assim”, afirmou o dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), enquanto a chefa de Estado argentina insistiu: “Poderão inventar dez mil manchetes e editar 25 mil frases, mas nunca poderão apagar a vivência dos argentinos sobre o que aconteceu nesta década”. Os dois compartilharam o ato pela inauguração da “Universidade Metropolitana pela Educação e o Trabalho” (UMET), onde também reivindicaram o processo de integração regional que, segundo Lula, “está em seu melhor momento”.

Durante a cerimônia, o tema excludente foi a importância de fazer chegar a educação para toda a população como ferramenta para reduzir a desigualdade, mas acabou derivando, uma e outra vez, no papel dos setores conservadores e dos grandes conglomerados comunicacionais na hora de opor-se a esses avanços. Nesse sentido, o brasileiro destacou que “dar uma oportunidade aos que nunca tiveram oportunidades” é a única forma de empoderar-se diante dos embates daqueles que historicamente exerceram a tomada de decisões.

Ampliar e multiplicar direitos outorga legitimidade extraordinária a qualquer governo”, porque “quando se constrói justiça social, podem vir todos os jornais e canais de televisão dizer o contrário, mas as pessoas não se esquecem” dos benefícios a que tiveram acesso, afirmou o ex-presidente. “Venha quem venha depois, ninguém poderá negar o apoio que o governo dos Kirchner deu aos pobres”, agregou, antes de comparar o processo que encabeçou e que agora leva adiante a presidenta Dilma Rousseff com os ciclos peronistas na Argentina: “Os setores conservadores do Brasil não entendem o que aconteceu nesta década. Como não entendem o que aconteceu aqui nos anos 40 e o que acontece agora”, concluiu.

Você não imagina as coisas que disseram do governo peronista, não sabe as coisas que disseram de Eva e de Perón”, respondeu CFK. “Mas não puderam com eles porque haviam ampliado direitos. Agora, poderão ter dez mil manchetes e editar 25 mil frases, mas nunca poderão apagar a vivência de cada argentino do que aconteceu nessa década: os direitos, as obras, as escolas, os milhões de trabalhadores que hoje têm trabalho.” A Presidenta também se permitiu uma ironia: “Cada vez que querem nos criticar, nos dizem que não somos como o Brasil. Mas a verdade é que, por sorte, somos sim. Somos como Lula, somos como Dilma”, celebrou, levantando aplausos na plateia.

“QUE CADA UM ESCOLHA”

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