domingo, 30 de junho de 2013

MAIS UM PASSO PARA A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA

Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul (Foto: Assessoria de Imprensa/RS)

Por Tarso Genro

“A abertura de processo constituinte para promover reforma política é o caminho republicano para repactuar a sociedade brasileira no presente ciclo histórico.

Só assim será possível evitar o caminho da violência, recompor o espaço democrático para resolução dos conflitos de interesse e valorizar os novos movimentos sociais, que exigem novas formas de escuta e de diálogo.

Sustento que a anomia e a violência, que podem ser hoje desatadas por qualquer fagulha, em qualquer país do mundo, são absolutamente nocivas por razões ético-morais e por razões políticas.

A sua síntese só poderá ser uma: mais fechamento do Estado aos clamores da cidadania e não mais liberdades e mais direitos.

A sociedade brasileira não é a mesma de dez anos atrás, não só pelos novos protagonistas em “rede” - com o seu desejo de participação e sua irreverência em relação às instituições clássicas da democracia (aliás, mais ou menos falidas). Mas também porque a inclusão de milhões de famílias no consumo suscitou novas demandas, especialmente nas grandes regiões metropolitanas, cujos serviços públicos de baixa qualidade devem ser completamente remodelados.

É óbvio que momentos como o atual incendeiam avaliações românticas, tanto do esquerdismo como do fascismo, de novas marchas “pós-modernas” sobre Roma ou de tomadas de Palácios de Inverno.

Mas o poder não está mais lá. Nem se tem mais ideia, hoje, do que seria (nas condições da atual estrutura de classes e das novas tecnologias infodigitais) uma revolução dos trabalhadores (quais deles?) ou um “grande irmão” fascista (ou um comitê de “grandes irmãos”?), este que colocaria tudo em ordem para a classe média alta não se incomodar.

De outra parte, não só aqui no Brasil, o partido moderno surgido da experiência das grandes revoluções está totalmente superado e não tem saída.

Não se trata de uma crise por “falta de ética na política”, mas pelo fato de que as “redes” promoveram o salto do cidadão anônimo para a esfera pública. Ele, agora, se exprime na sua pura singularidade, sem a necessidade de compartilhar publicamente para tornar-se influente.

Um processo constituinte atípico para promover uma profunda reforma política, precedido de um plebiscito convocado segundo a Constituição, é uma oportunidade extraordinária para fazer avançar o sistema por dentro da democracia.

Esse processo poderia incorporar a contribuição, por meio das novas tecnologias à disposição do colegiado de representantes constituintes, de milhões de jovens das redes, cujas linguagens, desafios e desejos não foram compreendidos por nenhum partido até o presente.

Todas as agremiações, sem exceção, foram pegas de surpresa e ou tentaram se unir aos movimentos ou tentaram direcioná-los segundo os seus interesses políticos imediatos.

Teríamos daí, no Brasil, uma experiência democrática de vanguarda. A eleição daria origem a uma assembleia de representantes, que incluiria pessoas eleitas sem partido. Combinado a isso, contaríamos com a participação e a colaboração direta de milhões, não só por meio das mobilizações sociais tradicionais, mas igualmente pelos meios virtuais, tanto para receber contribuições como aferir opiniões.

Resta saber se o Congresso Nacional terá a ousadia de vencer sua paralisia burocrática para responder à crise nacional. A questão do país não é uma corrupção em abstrato. A questão do país é a corrupção concreta de um sistema político vencido e é um cansaço da democracia, que não ousa inovar-se.”


FONTE: escrito por Tarso Genro (PT), governador do Rio Grande do Sul; foi ministro da Justiça e de Educação durante o Governo Lula e prefeito de Porto Alegre (1993-1996 / 2001-2002). Texto publicado originalmente na coluna “Tendências/Debates” do jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 27/06/2013. Transcrito no portal do PT   (http://www.pt.org.br/noticias/view/artigo_mais_um_passo_para_a_revolucaeo_democratica_por_tarso_genro).

FIM DO PRIVILÉGIO DE ISENÇÃO DE IMPOSTOS PARA RICOS DONOS DE JATINHOS

[OBS deste blog ‘democracia&política’: 

A estranha generosa isenção do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para lanchas, iates e jatinhos particulares vigora há décadas. É um incompreensível auxílio dos governos para os ricos, empresários, políticos, juízes e outros privilegiados. Os pobres, com velhos fusquinhas e opalas, não estão isentos desse imposto. Mesmo assim, a ganância dessa gente que se autoproclama "elite" não tem limites. Caso típico e famoso foi o do então midiático e multimilionário senador do PSDB Tasso Jereissati. Pego em flagrante usando dinheiro público (R$ 469 mil) para abastecer seu avião particular, sua desculpa foi ridícula.

Trancrevo trecho do "blog do Miro" postado em 06/10/2012:em 2009, quando ainda fazia seus discursos estridentes e raivosos no Senado contra o ex-presidente Lula, [o tucano] Tasso Jereissati foi denunciado por ter usado R$ 469 mil dos cofres públicos para abastecer o seu jatinho particular. Na ocasião, ele esbanjou arrogância e berrou: “O jato é meu, é meu... O dinheiro [público] é meu, é meu”. A cena grotesca foi transmitida ao vivo pela TV Senado e fez muito sucesso no Youtube. Hoje, no total ostracismo político, ele deve usar o seu jatinho para fugir das vergonhosas derrotas do seu PSDB].

PEC DOS JATINHOS’ PROPÕE QUE DONOS DE AERONAVES PAGUEM IPVA.

Deputados proprietários estão contra ou favor?


“Os donos de aeronaves no Brasil estão na mira de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que será protocolada na quarta-feira na Câmara dos Deputados. Batizada de "PEC dos Jatinhos", o texto propõe que os proprietários de helicópteros, jatos e turboélices paguem Imposto de Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), a exemplo do que ocorre com os donos de carros.

A proposta, de autoria do “Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal” (Sindifisco Nacional), também atinge veículos náuticos, como lanchas e iates - hoje igualmente isentos dessa tributação anual.

A nova cobrança resultaria em R$ 2,7 bilhões por mês aos cofres dos Estados, segundo estimativa do presidente do Sindifisco, Pedro Delarue. "É uma questão de justiça social. Este valor poderia ser usado para reduzir a alíquota do ICMS sobre gêneros de primeira necessidade", destaca Delarue. Os medicamentos, por exemplo, têm o ICMS como o principal vilão da sua carga fiscal.

CONGESTIONAMENTO NO AR 

O Brasil possui, atualmente, a maior frota de aviação executiva do hemisfério sul e a terceira do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá, segundo dados compilados pelo Sindifisco com base no anuário da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG). Se forem considerados apenas os helicópteros civis, o País está na liderança mundial, com 1.100 aeronaves.

Nem a frota de automóveis tem hoje tanto destaque no cenário global. O Brasil ocupa a sétima posição do ranking, atrás de países como Japão, Alemanha e França, de acordo com os últimos números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) referentes a 2011.

A proposta que irá para a Câmara na quarta-feira não abrange aeronaves e embarcações de uso comercial. Segundo o Sindifisco, esses veículos são utilizados na prestação de serviços de grande abrangência e utilidade nacional, como o transporte de passageiros e cargas. Além disso, as empresas poderiam facilmente transferir aos consumidores qualquer alta nos custos, gerando mais inflação.

IMPOSTO DE RENDA 

Em paralelo à "PEC dos Jatinhos", o Sindifisco lançou uma campanha nacional para obter 1,5 milhão de assinaturas para um projeto de lei que muda a forma de correção do Imposto de Renda. Atualmente, a tabela progressiva do IR acumula defasagem de cerca 60% em relação à inflação acumulada desde 1996.

A ideia é reduzir gradativamente essa discrepância em um período de dez anos, a partir de 2015. Além da correção da tabela, o projeto estabelece a taxação de lucros e dividendos a partir de R$ 60 mil por ano. Desde 1995, esses valores são isentos de IR no País. Essa nova tributação, de acordo com o Sindifisco, financiaria todas as perdas com o reajuste da tabela e ainda haveria uma sobra.

"Não queremos pegar o pequeno empresário, mas sim aqueles 10% que ganham mais de R$ 20 mil por mês, que representam 95% dos R$ 18 bilhões anuais que se espera arrecadar com essa tributação", explica Delarue.”


FONTE: da Agência Estado. Transcrito no blog “Os amigos do Presidente Lula”   (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2013/06/pec-dos-jatinhos-propoe-que-donos-de.html) [Trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

A EMBRAER DECOLA (de novo)

[E Jet 175 E2]

As encomendas voltaram, as ações são as que mais subiram neste ano e a companhia anuncia sua nova geração de jatos com investimentos de US$ 1,7 bilhão. Os bons tempos estão de volta na terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo.

Ralphe Manzoni Jr, na revista “IstoÉ Dinheiro”

Desde 1992, o executivo Frederico Curado, presidente da Embraer, frequenta as duas principais feiras de aviação do mundo: a Paris Air Show, que acontece em anos ímpares, na França, e a Farnborough International Show, nos anos pares, na Inglaterra. Quem visitou o evento deste ano dessa versão francesa da Disneylândia do setor aeronáutico, encerrada em 23 de junho, em Le Bourget, a 12 quilômetros de Paris, pôde ver de perto o superjumbo A380, da Airbus, maior avião comercial do mundo, e o 787 Dreamliner, da Boeing, que ficou meses sem voar por um defeito na bateria. Acrobacias aéreas com caças militares costumam tornar o ambiente ensurdecedor à tarde, dificultando as conversas entre os fabricantes e seus potenciais clientes das companhias de aviação espalhadas mundo afora.

A balbúrdia e a correria típicas do salão, no entanto, não parecem incomodar o carioca Curado, 52 anos, torcedor fanático do Botafogo. Prova disso é que ele ficou de fora apenas uma vez. Foi em 2005, em razão de uma crise de apendicite às vésperas do evento na Cidade Luz. Nesses 21 anos de presença assídua, dois momentos são lembrados por Curado como cruciais para a história da Embraer. O primeiro deles aconteceu em 1999. Na época, o executivo era responsável pela área de aviação comercial da companhia de São José dos Campos e anunciava o lançamento de sua primeira família de jatos com capacidade para transportar mais de 100 passageiros, os chamados E-Jets.

A outra foi em 17 de junho deste ano, quando a Embraer divulgou os planos da segunda geração de seus aviões comerciais, com capacidade de transportar até 144 passageiros. O investimento, em oito anos, será de US$ 1,7 bilhão. “Estou, incomparavelmente, mais tranquilo hoje”, disse Curado à DINHEIRO, quando retornava do aeroporto de Le Bourget, depois de uma longa e exaustiva jornada, na qual comandou oito reuniões com clientes e analistas, marcadas por diversas interrupções de pessoas que passavam apenas para cumprimentá-lo – seu almoço havia sido um lanche rápido. “Não tínhamos o porte atual”, afirmou ele. “Se o projeto desse errado, o futuro estaria comprometido. Lá atrás, era vida ou morte.”

A nova geração de E-Jets, batizada de E2, representa novo salto para a Embraer, a terceira maior fabricante global de jatos comerciais. Com faturamento de US$ 6,2 bilhões em 2012, dos quais 90% de vendas ao Exterior, o que a torna a mais internacionalizada das companhias brasileiras – ela está atrás apenas da americana Boeing e da franco-alemã Airbus. Seu novo projeto aumenta a capacidade de transporte de seus aviões e coloca mais pressão sobre a canadense Bombardier, que não conseguiu nenhum pedido para os seus novos jatos CSeries no evento. Ao mesmo tempo, a Embraer evita competir diretamente com Boeing e Airbus, cujas aeronaves menores começam a partir de 150 assentos.

O anúncio veio acompanhado por 365 pedidos de compras, entre ordens firmes, opções e cartas de intenções. Foi a maior encomenda para uma família de aeronaves da Paris Air Show deste ano. A americana SkyWest, maior companhia aérea regional do mundo, ficou com 200 aeronaves. “Esse é o modelo de avião mais caro que já comprei”, brincou Jerry Atkin, CEO da SkyWest. A americana International Lease Finance Corporation (ILFC), uma das maiores empresas globais de leasing do setor aéreo, assinou carta de intenção de 100 jatos. É a primeira vez que a ILFC, que tradicionalmente só adquire aviões da Boeing e da Airbus, faz negócios com a Embraer. “O grande número de companhias aéreas que usam os E-Jets é muito atrativo, porque nos dá oportunidades para oferecer a aeronave”, afirmou Henri Courpron, CEO da ILFC.

Os negócios previstos com a segunda geração dos E-Jets são superiores a US$ 19 bilhões, considerando-se o preço de tabela dos jatos e a concretização de todas as opções e cartas de intenções. “A Embraer é uma companhia muita agressiva”, afirma Richard Aboulafia, vice-presidente de análise da consultoria americana Teal Group, especializada em aviação. “Eles estão oferecendo um bom produto com um custo de desenvolvimento relativamente baixo.” Os novos jatos marcam também o retorno da Embraer aos seus bons tempos, depois que a crise financeira de 2008 fez com que a companhia aérea brasileira mergulhasse numa turbulência da qual começa agora a emergir. Nos últimos anos, seu faturamento e a carteira de pedidos encolheram.

No entanto, neste primeiro semestre, os ventos começaram a mudar. Tanto que a Embraer divulgou acordos de vendas com a SkyWest, United Airlines e Republic Airways, além de confirmar a vitória para fornecer os aviões militares Super Tucanos para a Força Aérea dos Estados Unidos. Somadas, essas encomendas significam potencial de negócios de quase US$ 16 bilhões, caso todos os pedidos sejam confirmados. No total, são US$ 35 bilhões em pedidos neste semestre. Esse bom momento também está refletindo no desempenho de suas ações. Neste ano, elas acumulam alta de 41,8%, a maior entre as 71 ações da carteira teórica do Ibovespa, segundo a consultoria Economática. No mesmo período, a bolsa paulista recuou 21,9%.

CABEÇA DE RATO

Com o codinome de E2 antes de ser anunciada, a nova geração de E-Jets vem sendo desenvolvida pelos executivos da Embraer há pelo menos três anos. Só nos últimos 12 meses, porém, a companhia bateu o martelo pelos jatos com capacidade entre 80 e 144 passageiros. Antes disso, os executivos da Embraer consideraram seriamente subir um degrau e produzir aviões com capacidade superior a 150 assentos, competindo diretamente com Boeing e Airbus. No ano passado, o conselho de administração decidiu evitar essa disputa. “A Embraer optou por ser a cabeça de rato em vez do rabo do leão”, afirmou à DINHEIRO o coronel e engenheiro aeronáutico Ozires Silva, o primeiro presidente da companhia, em entrevista em 2012.

Explica-se a frase de Ozires Silva. A decisão da Embraer foi manter sua posição de liderança em jatos de 70 a 120 assentos, na qual detém 42% do mercado, do que enfrentar Boeing e Airbus, transformando-se em um fornecedor de pouca relevância. “Para competir com eles, era preciso construir um produto com um grande valor agregado”, diz Curado. “E os clientes estão bem atendidos por Boeing e Airbus.” A opção preferencial da Embraer por manter-se na aviação de jatos de médio e pequeno porte foi curiosamente reforçada pela estratégia da Bombardier. Em 2008, a canadense anunciou uma nova linha de jatos batizada de CSeries, que concorre com aviões de menor porte da Boeing e da Airbus.

A reação das duas grandalhonas foi rápida. Elas remodelaram o A320 e o Boeing 737, acrescentaram motores mais eficientes e econômicos e partiram para a briga. Em 18 meses, venderam mais de dois mil jatos dessas linhas. A fabricante de Montreal, desde então, conquistou apenas 177 pedidos firmes de compras para seu novo jato, que deve começar a ser entregue em 2014 – até lá, estima contar com 300 compras. “Acreditamos que esse foi um grande erro da Bombardier”, diz Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente da Embraer Aviação Comercial. Com a decisão de produzir um avião menor, a Embraer envolveu cerca de 150 funcionários para trabalhar no projeto dos novos jatos E2, que tiveram um investimento de US$ 50 milhões nessa fase.

A primeira decisão crítica era escolher o número de aeronaves a serem produzidas. A linha atual conta com quatro modelos. A nova ficou com apenas três. “Sempre há o medo de deixar um flanco aberto aos concorrentes”, afirma Curado. Os clientes foram fundamentais nessa decisão. No ano passado, os principais deles, como a SkyWest, reuniram-se em Nova York, num fim de semana, para colaborar com a Embraer nessa tarefa. Foram eles que ajudaram a definir o tamanho do E190 – E2. Originalmente, ele seria maior e teria uma fileira adicional de assentos. “Os clientes disseram: deixa desse jeito que está bom”, diz Souza e Silva. “Então, deixamos.”

O primeiro voo do E2 acontecerá no segundo semestre de 2016. Se tudo der certo, o primeiro modelo será entregue em 2018 – o cronograma prevê que os outros dois aviões ficarão prontos até 2020. Para a Embraer, é bom que voem logo. Afinal, o mercado de jatos regionais ganhará novos competidores a partir de 2014, ameaçando a tranquila posição da companhia aérea de São José dos Campos. Entre eles estão a russa Sukhoi e a japonesa Mitsubishi. Ambas terão aviões modernos e com motores que prometem mais economia de combustível, um item fundamental em tempos de preço de petróleo alto. Sem contar os novos jatos da Bombardier. “No médio prazo, o cenário da Embraer é bem conturbado”, diz Sandra Peres, analista da corretora Coinvalores.

DIVERSIFICAÇÃO

A trajetória da Embraer é uma história de altos e baixos – alguns deles tão profundos que quase a levaram à falência. Fundada em 1969 durante o regime militar para desenvolver o avião Bandeirante, a companhia respirou bons ares por 20 anos, graças à fartura dos subsídios oficiais. 

[Bandeirante, sucesso internacional; cerca de 500 vendidos]
[O EMB-120 Brasília. Cerca de 300 vendidos. Até hoje muito utilizado em linhas regionais dos EUA]

Sobretudo na década de 1980, quando conseguiu algum sucesso na exportação de seus aviões [com o Emb-120 Brasília]. Nos anos 1990, como tantas outras empresas estatais, a Embraer era ineficiente, inchada e incapaz de alçar voos sem a proteção do Estado. [Asfixiada pelo próprio governo neoliberal Collor, que a queria vender e a congelou e estrangulou por mais de dois anos no "plano de desestatização"] só não morreu porque foi privatizada em dezembro de 1994 mergulhada em dívidas e prejuízos. [Isto é, foi estrangeirizada (por preço baixíssimo, coerente com uma empresa estrangulada e já nos seus estertores finais) para uma empresa virtual controladora, com sede em paraíso fiscal no Caribe (nas Ilhas Bermudas; a "Bozano Privatization")]. Quatro anos depois de passar às mãos da iniciativa privada, voltou ao azul. 

[O EMB-145, desenvolvido na época de estatal. Voou poucos meses depois da posse de FHC. Avião que, após a privatização, permitiu à empresa crescer e surfar no lucro por mais de 10 anos. Cerca de 1000 foram vendidos. Suas versões executivas (Legacy) continuam sendo vendidas até hoje]  

O símbolo dessa virada foi o ERJ 145, um jato regional para transportar até 50 pessoas . Saneada [livre das mãos estranguladoras dos governos neoliberais Collor/FHC], a Embraer deu um passo mais ousado em 1999, quando anunciou a família E-Jets. Era o produto certo, na hora certa. “Ele abriu a porta da companhia para as grandes operadoras aéreas do mundo”, diz Curado, que está a serviço da Embraer desde 1984, onde entrou como engenheiro mecânico recém-formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica [do MD/FAB], celeiro de profissionais para a companhia. “Hoje, nossa carteira de clientes conta com nomes de porte como KML, Lufthansa, United Airlines e Alitalia.” Com as primeiras entregas dos E-Jets a partir de 2004, a Embraer decolou outra vez.

Suas vendas começaram a expandir-se até atingir o pico de US$ 6,3 bilhões em 2008, ao mesmo tempo que a carteira de pedidos chegou a US$ 21,6 bilhões. Um ano antes, o número de funcionários atingira 23,7 mil – quando foi privatizada a Embraer tinha 6,5 mil empregados, reduzidos para 3,5 mil dois anos depois. Esse céu de brigadeiro se transformou em um temporal, que mais uma vez levou a Embraer a enfrentar turbulências. “Foi uma tempestade perfeita”, disse, na época, Curado, referindo-se à confluência de fatores como a crise internacional que abalou severamente o mercado de aviação, derrubando as encomendas e fechando as torneiras dos financiamentos.

A reação de Curado foi demitir 4,2 mil funcionários em 2009, numa decisão dramática para garantir, mais uma vez, a sobrevivência da empresa. “Não se trata de um problema passageiro”, afirmou, justificando os cortes. Quatro anos depois, a Embraer está de novo no rumo. No ano passado, sua receita foi equivalente à de 2008. A carteira de pedidos voltou a crescer. Estima-se que, no segundo trimestre deste ano, retornará ao nível de 2010. Esse resultado só foi conseguido em razão da diversificação de seus negócios. É fato que a aviação comercial será sempre o pilar da Embraer, com aproximadamente 50% da receita, de acordo com Curado. Mas outras áreas vão ganhar cada vez mais espaço, como a de aviação executiva, criada em 2000 e comandada pelo executivo Ernest Edwards.

Ela já conta com mais de 600 aeronaves voando pelo mundo e representou 21% da receita da Embraer em 2012 – a meta é chegar a 25% neste ano. Em apenas 13 anos, a fabricante brasileira conquistou a quinta colocação em receitas nesse mercado, liderado pela Bombardier. “Podemos chegar ao terceiro lugar”, diz Curado. O mesmo desempenho tem tido a divisão de defesa e segurança, sob a responsabilidade de Luis Carlos Aguiar. Embora a Embraer tenha sido criada com fins militares, essa área foi perdendo importância para a aviação comercial ao longo do tempo, até se tornar quase insignificante no final de década de 1990. Mas, nos últimos anos, ganhou novamente musculatura.

Em 2006, por exemplo, representava 6% da receita da Embraer. No ano passado, ultrapassou pela primeira vez US$ 1 bilhão em receitas, conquistando uma fatia de 17,1% do faturamento do grupo. Seu crescimento médio, nesse período, foi de quase 30%. Neste ano, deve repetir essa taxa de expansão. Graças não só ao contrato de venda de cerca de US$ 500 milhões do Super Tucano para os EUA, mas também a projetos criados por empresas incorporadas pela Embraer a partir de 2011, como a Atech, Harpia, Orbisat, OGMA e Visiona, que atuam em áreas de monitoramento, radares e satélites.

O segmento de helicópteros ainda está no radar da Embraer, apesar de o acordo com a italiana AgustaWestland, anunciado em janeiro, não ter avançado. “Não desistimos de estudar essa área”, diz Curado. “Achamos que ela tem um potencial interessante, mas não passa pela nossa cabeça começar do zero esse negócio.” Os céus estão mais azuis para a Embraer. Será um sinal de que os bons tempos da empresa vieram para ficar? “O melhor momento da Embraer está por vir”, afirma Curado. “Se o melhor momento chegar, começamos a cair amanhã.” E de cair e de subir, Curado, definitivamente, entende.”


FONTE: reportagem de Ralphe Manzoni Jr, na revista “IstoÉ Dinheiro”. Transcrita no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?page=notimp) [Imagens do Google e trechos entre colchetes em azul adicionados por este blog ‘democracia&política]

BRASIL DESENVOLVE TECNOLOGIA INÉDITA COM FIBRA DE CARBONO

Por Flávia Villela, repórter da Agência Brasil

“O Brasil desenvolveu uma tecnologia inédita com fibra de carbono, mais barata e tão resistente quanto às comercializadas no mercado internacional. A pesquisa foi desenvolvida pelo Exército Brasileiro, em parceria com a Petrobras, e usa o piche de petróleo para a criação do material. Muito usada na indústria da aeronáutica e automobilística, a fibra de carbono diminui o peso dos materiais sem perder a resistência.

A fibra de carbono de piche já é produzida comercialmente no Japão e nos EUA, porém com piche de alcatrão ou sintético (substâncias químicas puras), e com o preço de comercialização variando entre US$ 50 e US$ 1 mil o quilo. O alto custo faz com que o material, que substitui, sobretudo, o aço e o alumínio, seja mais usado em carros de Fórmula-1, veículos de luxo, em aviões e foguetes.

De acordo com o gerente do “Projeto Carbono do Núcleo de Competência para o Desenvolvimento de Tecnologia de Carbono” (NCDTC) do “Centro Tecnológico do Exército” (CTEx), Major Alexandre Taschetto, a vantagem da invenção brasileira é que os derivados do petróleo ou “fundo do barril de petróleo” não têm mercado significativo, o que ajuda a baratear a fibra de carbono brasileira e viabilizar o uso em larga escala. 

Avaliamos que a fibra de carbono de piche de petróleo brasileira pode custar entre US$ 10 a US$ 15 por quilo. A indústria automobilística avalia que, se o custo da fibra estiver abaixo de US$15 por quilo, já compensa substituir o aço por fibra em maiores quantidades”, explicou o major ao salientar que carros com peças de fibra de carbono têm mais eficiência energética e emitem menos poluentes que os carros com peças de aço.

Taschetto explicou ainda que, para o Exército, a nova tecnologia também é muito útil na fabricação de materiais mais leves para os soldados, “desde equipamentos individuais como capacete, armamento leve, como pistola e fuzil, até armamento pesado, como metralhadora, morteiro, além de peças para viaturas mais leves”.

A produção em escala industrial do material ainda está em estudo na Petrobrás. O produto produzido em escala semi-industrial será apresentado no “Congresso Mundial de Pesquisadores da Área de Carbono” (Carbon 2013), entre os dias 15 e 19 de julho, no Rio de Janeiro e, pela primeira vez, na América do Sul. As fibras de carbono estão presentes em vários produtos como nas bicicletas, nos celulares e laptops.”


FONTE: escrito por Flávia Villela, repórter da Agência Brasil (Edição: Talita Cavalcante)  (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-06-29/brasil-desenvolve-tecnologia-inedita-com-fibra-de-carbono). [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

FORMANDOS DA USP GANHAM 1º PRÊMIO (30 MIL EUROS) DA UNESCO/AIRBUS POR MELHOR PROPOSTA PARA AVIAÇÃO

Grupo do curso de Design teve a ideia considerada a melhor do mundo, em desafio da Airbus e UNESCO

“A Airbus e a UNESCO desafiaram estudantes do mundo inteiro a propor soluções para o setor de aviação a fim de incentivar jovens a conjugar conhecimentos e criatividade em uma área carente de profissionais. Uma equipe da Austrália levou o segundo lugar com a proposta de desenvolver uma aeronave movida por uma mistura de biometano liquefeito produzido de forma sustentável e gás natural liquefeito (Bio-GNL). Mas o primeiro lugar ficou com um grupo de estudantes de Design da Universidade de São Paulo que pensou em algo mais simples que pode impactar a vida de trabalhadores e passageiros.

Marcos Philipson, Leonardo Akamatsu, Adriano Furtado e Caio Reis, e Henrique Corazza – este último estudava na USP e agora está na Loughborough University, no Reino Unido – venceram o “Fly Your Ideas 2013”, com a proposta de um sistema de estofamento de ar para acelerar o carregamento e descarregamento de bagagens do compartimento de carga. O dispositivo, inspirado em mesas de hóquei, reduz a carga de trabalho dos funcionários.

Começamos a desenvolver esse projeto a partir de uma pesquisa envolvendo visita a uma fábrica de aviões, aeroportos e entrevistas com trabalhadores da área. Ficamos impressionados com as dificuldades a que estão sujeitos os trabalhadores que fazem o carregamento e descarregamento das bagagens, que vão desde questões de saúde, principalmente de natureza postural, até a demanda acelerada”, comenta Philipson. Além de melhorar as condições de trabalho dos funcionários, o dispositivo deve acelerar em 30% o tempo gasto no processo.

Com o primeiro lugar, os estudantes receberam 30 mil euros. Segundo os alunos, o dinheiro será usado para desenvolver o produto. O prêmio também trará uma equipe de engenheiros da Airbus para workshops na USP.

O concurso havia recebido 600 propostas do mundo inteiro e cinco equipes foram apresentar seus projetos na sede da empresa em Toulouse, na França. Ao contrário das apresentações dos concorrentes com imagens e projeções, os brasileiros mostraram um protótipo pronto, que convenceu os juízes. O vice-presidente de Engenharia da Airbus, Charles Champion, elogiou a visão ampla dos brasileiros. “Não se limitaram à aeronave, mas também consideraram as operações em terra”, comentou. “Seu talento serve para nos lembrar da urgência de treinar mais engenheiros para colocar a ciência em prática”, completou a diretora geral da Unesco, Irina Bokova.”

FONTE: publicado no site “Último Segundo” e transcrito no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?page=notimp).

O GOLPE DA RAPOSA NAZISTA [da direita e sua mídia], por Disney

[Bem simbólica sobre as últimas semanas no Brasil, com flagrante manipulação das massas

Por Fernando Brito

“O desenho aí em cima é de 1943, dos Estúdios Disney, feito no clima da II Guerra Mundial, com base numa fábula, com nítido sentido de propaganda.

No original, o livro de “psicologia” que a raposa lê é o “Mein Kampf”, de Adolph Hitler. Depois, foi mudado, mas os trechos lidos ainda pertencem ao livro-manual do líder do Nazismo.

É uma lição de manipulação que nos serve até hoje e, espera-se, não tenha aquele final nunca mais.

É muito interessante, mesmo, nos dias atuais. A menção à estrela, então, é inacreditável.”


FONTE: blog “Tijolaço, de Fernando Brito

sábado, 29 de junho de 2013

PROTESTOS DE RUA ESTÃO SENDO FEITOS PELO LADO “BELGA” DO BRASIL “BELÍNDIA” (IPEA)


IPEA DIZ QUE PROTESTOS NÃO ESTÃO SENDO FEITOS PELOS MAIS POBRES

Por Mariana Sallowicz, do portal UOL, do Grupo tucano “Folha”

“O presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Neri, apresentou na quinta-feira dados sobre a redução da desigualdade e aumento da renda e afirmou que os protestos no país não estão sendo realizados pelos mais pobres, que foram os mais beneficiados por essas mudanças.

"Pessoas que estão no lado belga da 'Belíndia' talvez tenham razões para não estarem satisfeitas", afirmou em entrevista coletiva no Rio. A expressão 'Belíndia', criada pelo economista Edmar Bacha, busca definir as desigualdades do Brasil, que mistura a riqueza da Bélgica e a miséria da Índia.

Questionado se são os mais ricos que estão nas ruas, respondeu: "Não diria os mais ricos, mas certamente não [são] os mais pobres."

Neri disse que a renda dos 10% mais pobres no país cresceu 550% mais rápido do que a dos 10% mais ricos, e que a redução da desigualdade no Brasil reduziu de maneira "muito forte" nos últimos 12 anos.

"Talvez, as pessoas que estejam mais no topo da distribuição, e que tiveram menores crescimentos de renda, olhem para o lado e falem: olha, quero ter crescimento mais alto."

O presidente do IPEA também afirmou que as manifestações no país surgiram de uma forma diferente das que ocorrem em outros lugares do mundo, no que chamou de "uma receita brasileira".

"Normalmente protesto surge como aconteceu em Wall Street [referindo-se ao Occuppy Wall Street], que foi contra a desigualdade e o desemprego. O fato é que a desigualdade no Brasil está caindo e a economia encontra-se próxima ao pleno emprego. Então o protesto é de natureza diferente."

Neri afirmou, também, que os brasileiros têm o maior “índice de felicidade futura” (projeção do que espera em cinco anos), segundo um levantamento feito em 160 países. Para ele, uma alta expectativa em relação ao futuro pode trazer frustração.

Sobre o mercado de trabalho, afirmou que há sinais de gargalo. Segundo ele, o aumento da renda atualmente tem ocorrido muito mais pelo aumento dos salários do que por causa da elevação da ocupação, o que ocorreria se houvesse mais pessoas entrando no mercado de trabalho.

"Isso pode ser um sinal de pleno emprego, que é um problema, mas é menos preocupante do que o desemprego."

Sobre as manifestações que têm ocorrido nos protestos contrárias a realização dos grandes eventos, como a Copa do Mundo, afirmou que os custos já tivemos e que é preciso honrar os compromissos assumidos. "Lá atrás os protestos teriam algum sentido."



FONTE: reportagem de Mariana Sallowicz, do portal UOL do Grupo tucano “Folha”  (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1302373-ipea-diz-que-protestos-nao-estao-sendo-feitos-pelos-mais-pobres.shtml). Marcelo Cortês Neri, segundo a Wikipedia, é economista, atual Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) desde setembro de 2012, e Ministro-Chefe Interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República desde 22 de março de 2013. É PhD em economia pela Universidade de Princeton, mestre e bacharel em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ministra aulas no doutorado, mestrado e graduação da EPGE da Fundação Getulio Vargas. Fundador do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV) onde atuou por 12 anos. [Imagem do Google e título adicionados por este blog ‘democracia&política].

Marcos Coimbra: “É A CLASSE MÉDIA ANTIPETISTA”

FHC, agora na ABL (em pé na 2ª fila, ao fundo), mostra o livro 'best seller' “Privataria Tucana” 

“A MAIOR VÍTIMA É A DEMOCRACIA

O “Conversa Afiada” publica impecável artigo de Marcos Coimbra na revista “CartaCapital”:

O SENTIDO DAS MANIFESTAÇÕES


“Enquanto perdem fôlego e amainam as manifestações de protesto que afetaram o País nas últimas semanas, está na hora de procurar entender seu significado.

Uma das maiores dificuldades para compreendê-las é que não tiveram sentido único. Salvo, talvez, nos primórdios, quando usuários de transportes públicos foram às ruas em São Paulo para reclamar do aumento no preço das passagens. Lá, ainda tínhamos o cenário que explica as mobilizações sociais mais características: causa concreta, pessoas afetadas concretamente, reivindicações concretas.
 
Muito se diz que as manifestações seguintes foram novas. Diferentes, por exemplo, das que a direita fez pela deposição de João Goulart ou das que empurraram o governo Collor para a crise final.

Mas, será que a “horizontalidade” e a “difusão” das atuais as tornam mesmo originais?

Não terá existido, nas manifestações deste mês de junho, um segmento que desempenhou papel definidor análogo ao dos anticomunistas e dos conservadores católicos nas marchas de 1964? Dentre os muitos tipos de gente que foi às ruas, não houve um que forneceu personalidade ao “movimento”?

Para identificar o sentido das que aconteceram agora, temos o perfil mais típico dos participantes, suas bandeiras mais características e as reações mais comuns que suscitaram.

Nada ilustra melhor a mudança do perfil socioeconômico dos manifestantes que a imagem veiculada pela TV Globo nos primeiros jogos do Brasil na Copa das Confederações: madames vestidas a caráter e cheias de balangandãs, brandindo cartazes sobre o “fim da corrupção” e fazendo propaganda de um endereço no Twitter. Os jovens que, no YouTube, se tornaram astros dos “insatisfeitos”, parecem seus filhos ou irmãos.

No conteúdo, o elemento central da “ideologia das ruas” foi a crítica à representação política e às instituições, particularmente os partidos políticos. Os manifestantes gritaram, País afora, que não se sentiam representados por ninguém, que estavam na rua para denunciar os “políticos” e “fazer política com as próprias mãos”. As vagas perorações em favor de “mais verbas para a educação e a saúde” ou contra os “gastos exagerados na Copa do Mundo” nada mais foram que pretextos para externar sua aversão ao sistema político e ao governo.

Quem monitorou as redes sociais durante esses dias percebeu que os defensores mais entusiastas das passeatas foram os antipetistas radicais. Esses é que se sentiram em íntima comunhão com os participantes e torceram para que as manifestações escalassem, enfraquecendo o governo e prejudicando as chances de reeleição da presidenta.

Para dizer o óbvio, quem deu o sentido das manifestações foi a classe média antipetista, predominantemente de direita. Nem sempre, nem todos os participantes, mas em seu núcleo característico.

Ou seja: embora tenham participado do movimento desde punks neonazistas a adolescentes apenas curiosos (e mesmo gente genuinamente progressista), seu rosto é nítido.

A classe média antipetista tem motivos reais para estar insatisfeita com a representação que tem. Ao contrário do cidadão que simpatiza com o PT e outros partidos de esquerda, e que majoritariamente aprova o governo, ela se sente mal representada.   

Faz tempo que Fernando Henrique Cardoso lhe dá razão. Em texto de 2011, em que tentava explicar a vitória de Dilma e definia novos caminhos para a oposição, propunha ao PSDB que deixasse o “povão” para o PT e fosse procurar a classe média: “É a essa que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente”. Dizia que o partido precisava “mergulhar na vida cotidiana” e encontrar “ligações orgânicas com grupos que expressem as dificuldades e anseios do homem comum” (leia-se, “de classe média”).

Lembrava que havia “toda uma gama de classes médias”, empresários jovens, profissionais, “novas classes possuidoras”, que estariam “ausentes do jogo político-partidário, mas não desconectadas das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter etc.”. Considerando seu “pragmatismo”, o discurso para atraí-las não deveria ser “institucional”, mas centrado em temas como a corrupção, o trânsito, os problemas urbanos, os serviços públicos.

FHC queria uma oposição que “suscitasse o interesse” da classe média e lhe “oferecesse alternativas”. Se não conseguisse ser “uma alternativa viável de poder, um caminho preparado por lideranças nas quais confie”, sequer adiantaria “se a fagulha da insatisfação produzisse um curto-circuito”. 

Falou, mas não fez. Nessa, como em outras oportunidades, as oposições brasileiras mostraram-se mais competentes na conversa que na ação. Perceberam os desafios, mas não lhes deram resposta.

Foram de Serra, quando precisavam renovar-se. Apresentam Aécio como prosseguidor da “herança de FHC”. Nada fizeram para “organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas”, como sugeria o ex-presidente.  

Presas de seus paradoxos, as oposições criaram a crise de representação dos setores da sociedade a quem pretendiam (e deveriam) expressar. Talvez principalmente, foi a impaciência das classes médias antipetistas com a oposição que as levou às ruas.

Depois, é claro, de um ano de ataque da mídia conservadora ao governo. Seus estrategistas acharam que conseguiriam, através de incursões cirúrgicas, eliminar somente as lideranças do PT. O que fizeram foi ferir valores fundamentais da democracia.”

FONTE: artigo do sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, na revista “CartaCapital”. Transcrito no portal “Conversa Afiada”  (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2013/06/28/coimbra-e-a-classe-media-anti-petista/).

REVELADO CRIME DA “GLOBO” MANTIDO EM SEGREDO PELA JUSTIÇA: BILIONÁRIA APROPRIAÇÃO DE DINHEIRO PÚBLICO

[OBS deste ‘democracia&política’: 

Não me iludo. Certamente, o MP/PGR Gurgel, o STF de Joaquim Barbosa e a mídia não se revoltarão com esse crime, nem farão o escarcéu que fizeram no mensalão do PT. A fraude e sonegação não deverão ter consequências para a “Globo”, assim como estão escondidos há longos anos, e impunes, os gigantescos casos de roubo de dinheiro público do mensalão tucano, Lista de Furnas, mensalão do DEM (a partir do governador Arruda), compra de votos para a reeleição do governo FHC/PSDB, fraudes bilionárias nas privatizações tucanas. Vejamos o texto abaixo:]

MENSALÃO DA GLOBO RESULTOU EM COBRANÇA DE R$ 615 MILHÕES POR SONEGAÇÃO




“O ‘Cafezinho’ acaba de ter acesso a uma investigação da Receita Federal sobre uma sonegação milionária da ‘Rede Globo’. Trata-se de um processo concluído em 2006, que resultou num auto-de-infração assinado pela Delegacia da Receita Federal, referente à sonegação de R$ 183,14 milhões, em valores não atualizados. Somando juros e multa, já definidos pelo fisco, o valor que a “Globo” devia ao contribuinte brasileiro subiu, em 2006, a R$ 615 milhões. Alguém calcule o quanto isso dá hoje.[Acima de um bilhão]

A fraude da “Globo” se deu durante o governo Fernando Henrique Cardoso/PSDB/DEM, numa operação tipicamente tucana, com uso de paraíso fiscal. A emissora disfarçou a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2002 como “investimentos em participação societária no exterior”. O réu do processo é o cidadão José Roberto Marinho, CPF número 374.224.487-68, proprietário da empresa acusada de sonegação.

Esconder dólares na cueca é coisa de petista aloprado. Se não há provas para o mensalão petista, ou antes, se há provas que o dinheiro da “Visanet” foi licitamente usado em publicidade, o mensalão da “Globo” é generoso em documentos que provam sua existência. Mais especificamente, 12 documentos, todos mostrados [no Pdf acima indicado]. Uso o termo “mensalão” porque a “Globo” também cultiva seu lobby no congresso. Também usa dinheiro e influência para aprovar ou bloquear leis.

O processo correu até o momento em segredo de justiça, já que, no Brasil, apenas documentos relativos a petistas são alvo de vazamento. Tudo que se relaciona à “Globo”, à Dantas, ao PSDB, permanece quase sempre sob sete chaves. Mesmo quando vem à tona, a operação para abafar as investigações sempre é bem sucedida. Vide a inércia da Procuradoria-Geral [PGR Gurgel] em investigar a privataria tucana, e do STF em levar adiante o julgamento do mensalão “mineiro”.

Pedimos encarecidamente ao Ministério Publico, mais que nunca empoderado pelas manifestações de rua, que investigue a sonegação da “Globo”, exija o ressarcimento aos cofres públicos e peça a condenação dos responsáveis.

O sindicato nacional dos auditores fiscais estima que a sonegação no Brasil totaliza mais de R$ 400 bilhões [por ano; ver neste blog ‘democracia&política’ em http://www.democraciapolitica.blogspot.com.br/2013/06/corrupcao-brasil-e-hora-de-olhar-para-o.html]. Desse total, as organizações “Globo” respondem por um percentual significativo.

A informação reforça a ideia de que o plebiscito que governo e congresso enviarão ao povo deve incluir a democratização da mídia. O Brasil não pode continuar refém de um monopólio que, não contente em lesar o povo sonegando e manipulando informações, também o rouba na forma de crimes contra o fisco.”


FONTE: escrito por Miguel do Rosário, em “O Cafezinho”. Transcrito no portal “Viomundo”  (http://www.viomundo.com.br/denuncias/miguel-do-rosario-mensalao-da-globo-resultou-em-multa-de-r-183-milhoes-por-sonegacao.html). [Título, imagem do Google e trechos entre colchetes em azul adicionados por este blog ‘democracia&política’].

COMPLEMENTAÇÃO

 


SONEGAÇÃO DA “GLOBO” TEM O FEDOR DA PRIVATARIA


O Bessinha, como se vê, presta singela homenagem ao Faustão, o filósofo do Faustão, que recebe os amigos para uma pizza em casa. Esse Bessinha …

Do portal “Conversa Afiada”:

A Globo derruba a Dilma e negocia com o Temer pagar em cem anos. Bingo !

O ansioso blogueiro perguntou a um leão da Receita – daqueles que não tinham medo e cobravam de todo mundo … – se a “Globo” já tinha pago a multa devida pela sonegação que o Miguel do Rosário denunciou.

Resposta interessante:

A “Globo” não pagou. Nem fez acordo. O caso está no site da Receita inscrito como “em trânsito”, segundo um amigo. Ou seja, deve ter ficado preso num engarrafamento. Talvez tenha havido um protesto na rua.

Não é preciso ser um engenheiro da NASA para entender a acrobacia.

A “Globo” derruba o Governo nas manifestações, dá posse ao Temer e paga a dívida em suaves prestações mensais ao longo de 100 anos.

Interessante, também, foi a interpretação que o ansioso blogueiro recolheu do Vasco, que leu e releu o “Privataria Tucana”, do Amaury Ribeiro Jr.

(Engraçado, o pessoal da doença infantil do transportismo não levou nenhuma faixa para a Avenida Paulista pedindo a apuração da Privataria ou a legitimação da Satiagraha. Deve ter sido um lapso …)

O relatório do auditor Alberto Sodré Zile – que jamais aparecerá para as suaves apresentadoras da “GloboNews” – fala em “em aparência” para “dissimular”, ao descrever a operação da “Globo” num paraíso fiscal.

O Vasco mergulhou no relatório e no livro do Amaury e concluiu.

A “Globo” pode ter aberto uma empresa de fachada nas Ilhas Virgens para adquirir os direitos de transmitir a Copa do Mundo.

Uma empresa dela mesma, a “Globo”.

Para não pagar o imposto devido – deve ser em torno de 15% !!! – ela simula que essa empresa offshore foi que comprou os direitos.

A “Globo” do Brasil manda o dinheiro para a “Globo” offshore.

A “Globo” offshore compra os direitos.

A “Globo” fica com os direitos.

Não paga o imposto e, em seguida, fecha a empresa offshore.

Bingo !

Isso fede à “Privataria Tucana”, lembrou o Vasco, sempre alerta.

Essa é a tecnologia descrita no livro do Amaury para as operações do clã “Cerra”: Ricardo Sergio de Oliveira, o “Mr Big”, aquele do se isso der m…, Verônica Cerra e seu marido, Alexandre Bourgeois.

Abria a empresa nas Ilhas Virgens – as mesmas ilhas, coitadas, estupradas por brasileiros ilustres … – o clã “Cerra” fazia a negociata, não pagava imposto, lavava o dinheiro aqui dentro, numa boa, e depois fechava a empresa.

Tudo isso debaixo das barbas da Policia Federal do zé Cardozo !

E quem vai em cana é o Genoino...

Quá, qua, quá !

Viva o Brasil !”

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu portal “Conversa Afiada”  (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2013/06/29/sonegacao-da-globo-tem-o-fedor-da-privataria/).