sábado, 29 de junho de 2013

PROTESTOS DE RUA ESTÃO SENDO FEITOS PELO LADO “BELGA” DO BRASIL “BELÍNDIA” (IPEA)


IPEA DIZ QUE PROTESTOS NÃO ESTÃO SENDO FEITOS PELOS MAIS POBRES

Por Mariana Sallowicz, do portal UOL, do Grupo tucano “Folha”

“O presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Neri, apresentou na quinta-feira dados sobre a redução da desigualdade e aumento da renda e afirmou que os protestos no país não estão sendo realizados pelos mais pobres, que foram os mais beneficiados por essas mudanças.

"Pessoas que estão no lado belga da 'Belíndia' talvez tenham razões para não estarem satisfeitas", afirmou em entrevista coletiva no Rio. A expressão 'Belíndia', criada pelo economista Edmar Bacha, busca definir as desigualdades do Brasil, que mistura a riqueza da Bélgica e a miséria da Índia.

Questionado se são os mais ricos que estão nas ruas, respondeu: "Não diria os mais ricos, mas certamente não [são] os mais pobres."

Neri disse que a renda dos 10% mais pobres no país cresceu 550% mais rápido do que a dos 10% mais ricos, e que a redução da desigualdade no Brasil reduziu de maneira "muito forte" nos últimos 12 anos.

"Talvez, as pessoas que estejam mais no topo da distribuição, e que tiveram menores crescimentos de renda, olhem para o lado e falem: olha, quero ter crescimento mais alto."

O presidente do IPEA também afirmou que as manifestações no país surgiram de uma forma diferente das que ocorrem em outros lugares do mundo, no que chamou de "uma receita brasileira".

"Normalmente protesto surge como aconteceu em Wall Street [referindo-se ao Occuppy Wall Street], que foi contra a desigualdade e o desemprego. O fato é que a desigualdade no Brasil está caindo e a economia encontra-se próxima ao pleno emprego. Então o protesto é de natureza diferente."

Neri afirmou, também, que os brasileiros têm o maior “índice de felicidade futura” (projeção do que espera em cinco anos), segundo um levantamento feito em 160 países. Para ele, uma alta expectativa em relação ao futuro pode trazer frustração.

Sobre o mercado de trabalho, afirmou que há sinais de gargalo. Segundo ele, o aumento da renda atualmente tem ocorrido muito mais pelo aumento dos salários do que por causa da elevação da ocupação, o que ocorreria se houvesse mais pessoas entrando no mercado de trabalho.

"Isso pode ser um sinal de pleno emprego, que é um problema, mas é menos preocupante do que o desemprego."

Sobre as manifestações que têm ocorrido nos protestos contrárias a realização dos grandes eventos, como a Copa do Mundo, afirmou que os custos já tivemos e que é preciso honrar os compromissos assumidos. "Lá atrás os protestos teriam algum sentido."



FONTE: reportagem de Mariana Sallowicz, do portal UOL do Grupo tucano “Folha”  (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1302373-ipea-diz-que-protestos-nao-estao-sendo-feitos-pelos-mais-pobres.shtml). Marcelo Cortês Neri, segundo a Wikipedia, é economista, atual Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) desde setembro de 2012, e Ministro-Chefe Interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República desde 22 de março de 2013. É PhD em economia pela Universidade de Princeton, mestre e bacharel em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ministra aulas no doutorado, mestrado e graduação da EPGE da Fundação Getulio Vargas. Fundador do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV) onde atuou por 12 anos. [Imagem do Google e título adicionados por este blog ‘democracia&política].

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