terça-feira, 18 de junho de 2013

ENTREVISTA COM A PRESIDENTE DA PETROBRAS

Maria das Graças Foster: empresa produz 311 mil barris de petróleo por dia no pré-sal. Foto: Agência Petrobras

Da revista “Teoria e Debate”

ÀS CRÍTICAS, PETROBRAS RESPONDE COM COMPETÊNCIA


“A maior empresa do Brasil tem sido alvo constante de desqualificação. Levantamos algumas dessas críticas para Maria das Graças Silva Foster, presidenta da Petrobras, que as rebate e reafirma a busca da companhia por excelência.

“Em maio, a Petrobras realizou uma das maiores captações de dólares do mundo. Embora a empresa tenha recebido oferta de US$ 45 bilhões para investir em seu Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, a operação concluída em poucas horas fechou em US$ 11 bilhões. Além disso, no mesmo período, recebeu classificação “Strong” da agência de rating “Standard & Poor’s”, que acompanha cerca de 4 mil grandes empresas no mundo, tendo como principal parâmetro exatamente a gestão da companhia. Não parece que se trate de uma empresa “desestruturada”, menos ainda que tenha sido “uma captação de recursos para uma empresa endividada, mas para uma empresa que está investindo no seu crescimento”, esclarece nossa entrevistada.

A imprensa tem divulgado críticas a respeito de uma suposta desestruturação da Petrobras. O que você teria a dizer a respeito?

Maria das Graças - Ocorre exatamente o contrário. Nunca trabalhamos tanto na estruturação objetiva da Petrobras. Podemos nos deter apenas no período de 2003 até hoje, quando surgiram novas oportunidades de crescimento para a empresa, em especial com a descoberta de óleo e gás no pré-sal, em 2006, depois de muito trabalho.

O pré-sal ampliou ainda mais o leque de realizações, colocando diante de nós um grande trabalho de estruturação. Em 2007, quando eu era diretora de Gás e Energia, fomos levados a definir estratégias de atuação adequadas à época. Hoje, contamos com muito mais evidências das oportunidades de melhoria, com um nível de maturidade maior. Temos estruturado a Petrobras sobre sua base de conhecimento e adotando métodos convencionais de gestão. Então, ao invés de falar em desestruturação, deve-se falar em estruturação.

Atualmente, temos, em primeiro lugar, uma avaliação de desempenho do empregado, que chamamos de “Gerenciamento de Desempenho” (GD), ligado ao Plano de Negócios e Gestão em curso. Com isso, os empregados estão imbuídos das mesmas metas, na busca do cumprimento daqueles indicadores. Há os programas estruturantes da companhia, como o “Programa de Otimização dos Custos Operacionais” (PROCOP), o “Programa de Recuperação de Aumento da Eficiência Operacional” (PROEF) da Bacia de Campos – que é nossa bacia mais antiga, a que hoje nos alimenta, pois é de onde vem 80% da nossa produção – e o INFRALOG, que é o programa de otimização da infraestrutura logística do sistema Petrobras. Cada programa tem suas metas e seus indicadores, acompanhados mensalmente pela alta direção da companhia.

Temos, ainda, o “Programa de Desinvestimento” (PRODESIN), com metas também muito claras, que já existia desde o Plano de Negócios 2011-2015, na gestão do José Sérgio Gabrielli, mas era conhecido como “Plano de Desinvestimento”. Tudo é uma questão de amadurecimento e de continuidade. Essa carteira de projetos a desinvestir foi aprovada pelo Conselho de Administração da companhia em 2011 e agora passou a se chamar programa, com metas e indicadores.

A “política de conteúdo local” da Petrobras também foi aprovada na gestão do Gabrielli, em janeiro de 2012. Em março do mesmo ano, em continuidade, criamos uma área e um programa específicos para acompanhar a execução dessa política, ligados diretamente à presidência da empresa. Portanto, a companhia vem se estruturando para aumentar e melhorar sua performance.”


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