Os reais ministros do STF?
Do “Blog do Saraiva”
“Em
nenhum país democrático, em lugar algum onde os direitos fundamentais das
pessoas sejam respeitados, se admite que alguém seja submetido a um único
julgamento, sem direito a recurso/apelação. Quando alguém é julgado em última
instância, é por já ter passado por instância anterior/inferior na hierarquia
da Justiça.
No Brasil, para condenar com toda a pressa, pressa, pressa, cometeu-se a aberração de levar réus da Ação Penal 470 sem direito ao foro privilegiado a serem julgados no STF. Veio, então, a alegação de que, “isso era legal e não feria esse direito básico dos réus, por terem eles direito a apresentar embargos, e até a um novo julgamento quando obtivessem 4 votos pela sua absolvição”. Alguns réus obtiveram os tais votos, foram condenados por 5 X 4 numa votação apertada e que evidenciou a divisão do STF.
Isso posto, fica claro que os embargos são legais, são justos e podem sim mudar o resultado de algumas condenações, o que parece assustar a Ministra Eliana Calmon - ex-CNJ e atual STJ. Em matéria publicada em “O Globo” - 25/05 - pág. 08 - a Ministra se declara 'cética' quanto à possibilidade de os condenados à prisão no processo do mensalão irem efetivamente para a cadeia. Segundo o jornal, depois dos recursos dos condenados à decisão do plenário do STF, ela considera que a decisão ficou incerta.
É o caso de se perguntar, se de fato tais condenações, tais votos, tais decisões foram justas e acertadas, qual o motivo de agora os recursos terem essa capacidade de mudar o resultado? Ora, venderam a versão de que haviam provas para condenar, e condenar com severidade, mas, parece que não foi bem assim, tanto é que a ministra do STF Eliana Calmon entende que "as coisas ficaram muito ‘tumultuadas’ após os recursos”..
A ministra diz que não está sendo fácil para O STF, e que é "um pouco preocupante" o fato de que os recursos sejam apreciados. Termina ainda dizendo que 'será muito decepcionante para a ‘sociedade brasileira’, que acreditou muito nele’ (no STF e no julgamento), dando a entender que tem que manter a condenação para não desmoralizar o STF e a Justiça.
Decepcionante é ver que existe uma pressão para que, mesmo que se entenda que algumas condenações e tempo de pena devam ou possam ser revistos, autoridades do Judiciário se manifestem preocupadas com fato de que a justiça esteja sendo feita, pelo simples respeitar dos direitos fundamentais de apresentação de recursos.
Se a opinião pública não fosse manipulada pela grande mídia, e se não houvesse essa verdadeira fixação de se ver Dirceu na cadeia, o STF que se deixou levar pelos holofotes, invertendo o ônus da prova e aplicando a teoria do 'só podia saber', não estaria nessa suprema sinuca de bico.”
FONTE: do “Blog do Saraiva”. Transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=215001&id_secao=1). [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
Mas não foi todo o STF que errou, foram uns 4 ou 5 ministros. Eles têm que pagar pelo seu erro. Inclusive, porque não foram erros pequenos e funcionais; foram erros crassos, grotescos, que muitos vimos pela TV. Persistir no erro é que demoraliza de vez o STJ.
ResponderExcluirUnknown,
ResponderExcluirOs demotucanos, a mídia e a direita em geral podem ficar tranquilos. Tenho certeza que os ministros do STF e o PGR Gurgel não vão "persistir no erro". Os erros grotescos visavam apenas ao mensalão do PT. Foi uma anomalia específica. Os mensalões do PSDB e do DEM, se vierem a ser julgados (improvável), receberão julgamento dentro dos conceitos jurídicos tradicionais.
Maria Tereza