sábado, 31 de agosto de 2013

A SUPERAÇÃO DO NEOLIBERALISMO NO BRASIL

Por Diogo Costa

“Os governos Lula e Dilma, do PT, destruíram o neoliberalismo galopante e triunfalista dos períodos tenebrosos do PSDB. 

Vivemos hoje em pleno emprego, com política nacional de valorização do salário mínimo (que impacta diretamente em 70% dos aposentados e pensionistas), com aumentos reais dos dissídios da classe trabalhadora (acima da inflação) desde 2005 e ressurgimento da indústria naval (que em 03 ou 05 anos gerará mais empregos que a indústria automobilística). 

Há também um amplo processo de distribuição de renda, de redução das desigualdades sociais, menor índice de GINI (que mede a desigualdade social) dos últimos 50 anos e maior poder de compra do salário mínimo dos últimos 35 anos.

Isto sem falar nas dezenas de universidades públicas construídas, centenas de campis universitários construídos, centenas de escolas técnicas, milhares de obras espalhadas nos quatro cantos do país, ampliação e fortalecimento do MERCOSUL (com a devida destruição da ALCA) etc.

Ou seja, o PT destruiu e varreu para bem longe o desgraçado neoliberalismo que havia anteriormente em Pindorama. Essa é a verdade factual dos acontecimentos do Brasil no pós 2003, com dados concretos e objetivos da realidade, não com desejos íntimos ou fantasias e achismos mil. 

Uns dirão, mas e as concessões? 

No caso das concessões, temos que ter um parâmetro básico, para manter a verdade conceitual e a objetividade do debate. Por exemplo, se fazer concessões é ser "neoliberal", então é forçoso concluir que a China é o país mais 'neoliberal' da face da Terra! 

Não há nenhum país do globo terrestre que tenha feito tantas privatizações, concessões e parcerias público-privadas nos últimos quinze anos quanto a República Popular da China. 

Se aceitarmos que a China é "neoliberal" (o que é uma rotunda bobagem), aí sim poderemos dizer que o Brasil de hoje também é "neoliberal" (outra sonora, rotunda e rematada bobagem). 

Pausa para uma pequena provocação... 

De onde é que tiraram que o parâmetro da esquerda tem que ser o grau de estatização da economia? 

Mussolini foi a figura que mais estatizou setores econômicos na Itália em todos os tempos. Ninguém criou tantas empresas estatais, tampouco estatizou tanto a economia, no Brasil, quanto os militares golpistas de 64. Os militares eram, por acaso, comunistas? 

Outros perguntarão, mas e o pré-sal?

Na faixa do Orinoco, na Venezuela, há uma miríade de petroleiras multinacionais explorando o petróleo em conjunto com o PDVSA. 

A PEMEX mexicana tem mais controle sobre a exploração, o refino e a distribuição de petróleo do que a PDVSA de Hugo Chávez e Maduro. Por acaso a Venezuela é "neoliberal" porque inúmeras multinacionais do petróleo operam em conjunto com a PDVSA? Óbvio que não!

A grande mudança, implementada corretamente por Lula na questão do pré-sal, foi a mudança no antigo “regime de concessão”, transformado em “regime de partilha”, sob os efusivos aplausos da esquerda brasileira. 

Lula enterrou o “regime de concessão” e trouxe o “regime de partilha” para o pré-sal, e o fez corretamente, em sentido contrário à tese neoliberal do governo anterior ao seu! Não foi à toa que a mudança no regime de exploração do pré-sal rendeu fartas matérias negativas por parte da mídia venal de Pindorama...

Não há nenhum direito trabalhista sendo retirado no Brasil, há distribuição de renda e diminuição das desigualdades sociais. 

Ou seja, justamente o contrário daquilo que o neoliberalismo trouxe ao mundo a partir da Inglaterra (final dos anos 70) e dos EUA (início dos anos 80), não sem antes testar as teses dos Chicago Boys no Chile de Pinochet, a partir de 1973. 

E, no caso brasileiro, tem-se que destacar que estamos atravessando a pior crise econômico-financeira desde o “Crash” de outubro de 1929, crise essa iniciada com a falência do “Banco Lehman Brothers” em 15 de setembro de 2008. 

E estamos enfrentando a crise com medidas diametralmente opostas ao ajuste fiscal pró-cíclico europeu.

Na Europa, temos desemprego em massa, arrocho salarial, cortes drásticos do orçamento público para a saúde, educação e assistência social, cortes em aposentadorias e pensões, retirada de históricos direitos trabalhistas, aumento terrível na desigualdade social, concentração de renda e prioridade absoluta ao pagamento de dívidas em detrimento dos gastos sociais e de investimento. 

O Brasil adotou o caminho inverso da Europa.

Não, definitivamente o Brasil de hoje não é neoliberal. Muito antes pelo contrário. Nos afastamos, há muito, das teses neoliberais e esse é o segredo dos índices que ostentamos hoje. 

Os números estão aí para comprovar.

E quem tiver a mínima capacidade de compreender o que está acontecendo hoje na Europa irá constatar, de forma cabal, que o Brasil caminha num rumo totalmente diferente do rumo que está a percorrer o velho continente.

Faltou falar um pouco mais sobre a ALCA, definitivamente enterrada por Chávez, Lula e Kirchnner na IV Cúpula das Américas, em Mar del Plata (Argentina), em novembro de 2005. Esse, por acaso, não foi um tiro no peito da estratégia neoliberal norte-americana para a América Latina? 

E que baita tiro, diga-se de passagem.”

FONTE: escrito por Diogo Costa e publicado no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-superacao-do-neoliberalismo-no-brasil).

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