domingo, 29 de setembro de 2013

O CÔMICO RANCOR DO PPS DE FREIRE...


Kotscho: Rancor de Freire sobe junto com votos de Dilma

Por Miguel do Rosário


O blogueiro do ‘R7’, autor de vários livros sobre jornalismo, faz uma divertida análise do programa do PPS na televisão.

É DILMA SUBINDO, OS OUTROS CAINDO E O RANCOR DE FREIRE

Por Ricardo Kotscho, em seu blog

A presidente petista Dilma Rousseff subiu mais 8 degraus no Ibope; foi a 38% das intenções de voto, e abriu 22 pontos de vantagem sobre a segunda colocada, Marina Silva (sem partido), que caiu de 22 para 16%. Na nova pesquisa Ibope divulgada na quinta-feira, só a presidente subiu, todos os outros candidatos caíram. Aécio Neves (PSDB) foi de 13 para 11% e, Eduardo Campos, caiu de 5 para 4%.

No mesmo dia, Dilma recebeu outras duas boas notícias, que devem se refletir positivamente nas próximas pesquisas: a taxa de desemprego caiu para 5,3%, a menor do ano, e a renda média dos trabalhadores subiu 1,7% em agosto.

Enquanto isso, a rede nacional de televisão foi ocupada durante 10 minutos pelo PPS de Roberto Freire para denunciar, mais uma vez, que “os governos petistas estão acabando com o país”. Carregado de rancor, o programa parecia uma novela de época dos tempos da Guerra Fria, que fez lembrar a imagem assustadora das viúvas globais fantasiadas de negros fantasmas após o voto do ministro Celso de Mello a favor dos embargos infringentes na semana passada.

A impressão que me deu é que o programa foi gravado há mais tempo e estava na gaveta aguardando o momento oportuno para ir ao ar. O proprietário do PPS, velha linha auxiliar do PSDB, caminhando para a irrelevância, certamente não poderia ter escolhido dia melhor. Pena que os fatos não o tenham ajudado.

Após as manifestações de protesto de junho e o julgamento do mensalão, Freire deve ter avaliado com o seu estado-maior que Dilma e o PT estavam no chão, e chegara a hora de soltar os seus canhões, já um tanto desgastados pelo tempo. Sem noção do seu tamanho, acreditando no espaço que a mídia [tucana] sempre lhe deu, na proporção inversa da sua importância política, Roberto Freire chegou a ser candidato a presidente da República, em 1989, quando foi contemplado com 1,06% dos votos.

Com seu conhecido “senso de oportunidade, carisma, simpatia e sofisticada estratégia política” [sic], o dono do PPS, partido que ele fundou em 1992 para substituir o antigo Partido Comunista Brasileiro, e preside até hoje, deputado federal eleito por José Serra em São Paulo, em 2010, Freire escolheu como assistente de palco Stepan Nercessian, ator reserva do segundo time da “Globo”. Até Soninha Francine (lembram-se dela?), agora sem mandato e sem uma boquinha, deu uma aparecida. O resto nem sei quem é.

Freire entoou o discurso “ético”, bufando contra a inflação, os desmandos administrativos e a corrupção, mas só se esqueceu que o artista convidado para ser o âncora do programa, também deputado federal, foi acusado no ano passado de ter pedido e recebido R$ 175 mil do notório bicheiro Carlinhos Cachoeira, o que não o impediu de caprichar no sorriso sarcástico para atacar Dilma e o PT... Na época, o ator deputado garantiu que "devolveu o dinheiro", o caso foi arquivado [por não se tratar de petista] e não se falou mais no assunto.

Memória e coerência não são o forte desse pessoal. Ainda [na semana que passou], o jornalista Sebastião Nery lembrou em sua coluna que o “comunista de carteirinha” Roberto Freire fora nomeado para seu primeiro cargo público, o de procurador do INCRA, no Recife, pelo general Médici, no auge da repressão dos anos 1970.

Este ano, Freire ensaiou, primeiro, uma aliança com Eduardo Campos. Depois, tentou fazer a fusão do seu partido com o PMN para criar o MD (Movimento Democrático) com o objetivo de abrigar uma nova candidatura presidencial do parceiro José Serra, que até hoje não decidiu o que pretende fazer da vida. Sempre em negociações, o führer do PPS também ofereceu a sigla a Marina Silva, que até agora não conseguiu viabilizar sua “Rede da Sustentabilidade”, seja lá o que isso quer dizer. Sendo contra o PT, para Freire, qualquer candidato serve.

Na salada de siglas da política brasileira, que ganhou mais duas [na semana passada], chegando a 32, o PPS ocupa atualmente o 13º lugar no ranking, atrás do PCdoB, com 12 deputados e R$ 8 milhões do Fundo Partidário para gastar este ano, sem falar nos seus valorizados minutos na televisão, que Freire pode “destinar” a quem quiser, dependendo da conversa. Na próxima semana, quando se encerra o prazo para filiações e criação de novos partidos, saberemos finalmente em qual onda o PPS vai surfar desta vez.

Já escrevi aqui outro dia e repito: com estes candidatos e esta oposição, Dilma corre o risco de ganhar as eleições do próximo ano por WO.”


FONTE: postado por Miguel do Rosário no blog “Tijolaço”  (http://tijolaco.com.br/index.php/kotscho-rancor-de-freire-sobe-junto-com-votos-de-dilma/).[Título e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

Nenhum comentário:

Postar um comentário