domingo, 22 de setembro de 2013

“VEJA” DESTE FIM DE SEMANA TAMBÉM SE ATIRA NA COVA QUE ELA PRÓPRIA CAVOU


Do jornal “Brasil 247”

“Assim como seus colunistas, a revista se juntou ao cortejo fúnebre de parte da imprensa brasileira, após a decisão do ministro Celso de Mello, que garantiu a alguns réus a primeira oportunidade de apelação na ‘Ação Penal 470’. Na visão da “Abril”, que está de luto, a Justiça morreu e se curvou aos poderosos. Internamente, Eurípedes Alcântara, editor da revista, dá um chilique contra a decisão do decano e afirma que ele "poderia ter poupado a inteligência das pessoas" ao dizer que juiz não cede a chantagens da mídia. Na verdade, quem não teve a mínima inteligência foi “Veja”, ao fazer uma capa, na semana passada, que emparedava o decano e ameaçava até crucificá-lo se ele não obedecesse à revista.





Ricardo Setti, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Rodrigo Constantino... um a um, os colunistas de “Veja.com” foram se juntando, na última quarta-feira, ao enterro simbólico promovido na Marginal Pinheiros, sede da “Editora Abril”, após a decisão do ministro Celso de Mello, que garantiu a alguns réus da “Ação Penal 470” a primeira oportunidade de apelação. Na prática, tais colunistas se atiraram nas covas que eles próprios cavaram (leia mais aqui editorial do “247” a respeito).

Neste fim de semana, quem se juntou ao cortejo foi a própria “Veja”. A revista circula de luto, com a imagem da Justiça curvada e a data de seu obituário. Segundo “Veja”, o 18 de setembro de 2013 é a data da morte da Justiça no Brasil.

Internamente, o editorial "A Justiça falhou", do diretor Eurípedes Alcântara, pode ser definido como um chilique de uma criança mimada. O decano [do STF], afinal, mostrou independência e não sucumbiu à chantagem promovida por “Veja” uma semana antes, quando a revista ameaçava crucificá-lo (leia aqui), caso ele não votasse em linha com os interesses políticos da revista – que, repita-se, são políticos[partidários] e nada têm a ver com o conceito de Justiça.

Nesta semana, Eurípedes passa recibo. "O ministro Celso de Mello poderia ter poupado a inteligência das pessoas ao insistir que o Supremo Tribunal Federal (STF) não pode ceder ao 'clamor popular' ou à 'pressão das multidões'. Claro que não pode. Tanto não pode que isso não precisa ser declarado". Na verdade, o diretor de “Veja” ficou incomodado com a aula magna do decano, proferida no STF, que teve como um dos capítulos principais a mensagem dirigida à mídia que tenta pautar e dirigir as decisões de uma suprema corte.

O 18 de setembro de 2013, na verdade, jamais será lembrado como a morte da Justiça no País. Não há um advogado, procurador, juiz ou estudante de direito que pense de tal maneira.

A data poderá ser lembrada, talvez, como o obituário da própria “Veja”, que, tal qual seus colunistas, também se jogou na cova que ela própria cavou.”

FONTE: jornal online “Brasil 247”  (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/115580/Veja-tamb%C3%A9m-se-atira-na-cova-que-ela-pr%C3%B3pria-cavou.htm).

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