sábado, 30 de novembro de 2013

A POLÍTICA CRIMINOSA DO BLOQUEIO A CUBA

Cuba sofre o mais longo cerco econômico, comercial e financeiro da história.

“A maioria dos cidadãos cubanos nasceu sob as punições e ressalvas que o bloqueio exercido durante mais de meio século pelos Estados Unidos reserva aos moradores da vizinha e pequena ilha. Resulta o mais longo cerco econômico, comercial e financeiro da história, assegurado por leis e disposições [norte-americanas, mas condenado pela comunidade internacional].

Por Orlando Oramas León, na “Prensa Latina”

CUBA LIBRE

São os [ridículos e criminosos] itens ["jurídicos"] seguidos pelas autoridades da potência do norte, perseguindo e punindo nem só ao povo de Cuba, senão também aos cidadãos, empresas e interesses de terceiras nações.

É extraterritorial, mas, além disso, é criminoso, por quanto seu propósito principal é submeter por fome, doenças e carências a população humana toda.

Fato cotidiano para os cubanos, não por se terem acostumados a viver sob seus efeitos, mas sim por terem vencido a situação e por terem ainda se colocado por cima de todas suas penalidades, desde o desumano até o ridículo.

Não se livram os meninos com cardiopatias, também não se livram os doentes do HIV-AIDS, nem e os acadêmicos e artistas, nem esportistas, quer dizer, o conjunto da sociedade do país caribenho.

O bloqueio torna impossível a vida dos cubanos e, para isso, obsta as compras do país, medicamentos, instrumentos e outros insumos do sistema de saúde pública.

Por esse conceito, entre maio de 2012 e abril de 2013 um país de limitados recursos como Cuba teve de designar 39 milhões de dólares na aquisição desses produtos vitais para a vida de seus moradores em mercados longínquos ou através de intermediários.

Mas, há ainda mais. Os especialistas cubanos de saúde defrontam dificuldades para seu treino em técnicas de atendimento médico.

Acontece a mesma coisa com os equipamentos de imagens médicas controlados ou apoiados no sistema operacional Windows XP de 64 bits. A sua ativação em Cuba não é possível, devido ao bloqueio.

Especialistas do “Instituto Nacional de Oncologia e Radio biologia” foram proibidos de participarem da oficina do “Sistema LabWare-LIMS”, celebrado na Colômbia, sob o pretexto de que a empresa norte-americana “LabWare”, patrocinadora do evento, não podia tratar assuntos com Cuba.

Também o “Centro Nacional de Genética Médica” está no alvo das atenções do “Escritório de Ativos Estrangeiros” (OFAC) do Congresso [dos EUA], uma das principais mãos executivas da política norte-americana de isolamento contra o vizinho país.

O Centro segue sem a aquisição de um Analisador Genético, produzido apenas por companhias norte-americanas como a “Applied Biosystems”, da “Life Technologies”.

O “Instituto Nacional da Gastrenterologia”, no central bairro do Vedado, em Havana, precisa de equipamento de radiofrequência. Trata-se de equipamento que, no nosso continente, comercializa a empresa “Olympus Latin America Inc.” Mas, é tecnologia norte-americana e, portanto, os pacientes cubanos não podem usá-la.

Meninos da ilha, mas, também de outros países salvaram suas vidas no “Cardiocentro Pediátrico William Soler", de Havana. Mas, essa emblemática instituição defronta sérias dificuldades para adquirir óxido nítrico, gás fabricado por companhias americanas e europeias.

Seu uso terapêutico, inalado, fundamenta-se em sua capacidade para obter vasodilatação pulmonar potente e sustentada sem reduzir o tom vascular sistêmico de modo significativo.

"Por seu efeito potente, esse gás é utilizado para tratar as crises de hipertensão pulmonar que se apresentam no pós-operatório da cirurgia cardiotorácica pediátrica, complicação que pode causar a morte ao paciente, apesar da boa efetividade da cirurgia". É a opinião da doutora Herminia Palenzuela, responsável pelo programa de qualidade do referido hospital.

Por se tratar de gás com características especiais, não se pode deslocar de avião, e seu transporte em navio requer um conjunto de precauções, explicou.

"Se torna difícil garantir deslocamento em navio desde países longínquos. Além disso, necessitaríamos fornecimento estável, porque se trata de pacientes com cardiopatias críticas que não podem ficar à espera".

"Pela distância curta que existe entre Cuba e os Estados Unidos, caso pudéssemos adquiri-lo lá, existiria fluxo constante, mas, não temos acesso", disse à imprensa local.

Palenzuela, também professora consultora, referiu que a presença de hipertensão pulmonar persistente depois de operado o paciente ou da aparição de crises de hipertensão pulmonar agudas, é observada com frequência em meninos recém-nascidos e lactantes pequenos.

Outra das limitações do bloqueio [norte-americano] que afeta a cardiologia pediátrica em Cuba é a impossibilidade de acessar ao “Sevoflurane”, o melhor anestésico pediátrico para a cirurgia cardiovascular e que apenas é produzido nos Estados Unidos.

Do mesmo jeito, o Instituto de Nefrologia confronta dificuldades com a não-disponibilidade de kits para transtornos tissulares HLA, produzidos pela firma de origem norte-americana “One Lambda”, que interdita sua venda a Cuba. Tal proibição não cessa, mesmo diante do fato de esse produto ser fundamental para impedir o fenômeno da rejeição nos transplantes ou no enxerto contra o receptor, segundo critérios de compatibilidade.

Os pacientes com o HIV da maior ilha das Antilhas são discriminados e tratados como "inimigos", pois são impedidos de receber as combinações de antirretrovirais que inserem “Tenofovir” da firma “Gilead”.

É comprida a listagem das consequências do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba, contidas no relatório que já circula na Assembleia Geral da ONU. Será um glossário de perdas e punições que sofre um país pequeno, em vias de desenvolvimento, mas, sobretudo, é a demonstração de política criminosa que põe em perigo a vida de toda uma nação.”

FONTE: escrito por Orlando Oramas León e publicado na “Prensa Latina”. O autor é Editor Chefe da Redação Nacional da “Prensa Latina”. Transcrito no portal "Vermelho"   (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=230420&id_secao=7)

COMPLEMENTAÇÃO



FIM DO BLOQUEIO A CUBA, UMA RECLAMAÇÃO QUE ECOOU NA ONU

"Genocídio, desumano, ilegal e relíquia da guerra fria foram alguns dos adjetivos para o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba escutados desde os cinco continentes na Assembleia Geral da ONU.

Por Waldo Mendiuza, na “Prensa Latina”

Presidentes, premiês e chanceleres de mais de 40 países da América Latina e Caribe, África, Ásia, Oceania e Europa levaram ao pódio do debate geral da Assembleia, em seu 68º período de sessões, a reclamação contra o cerco econômico, comercial e financeiro que já ultrapassa meio século de implementação.

Durante as sete jornadas do foro (entre 24 de setembro e 1º de outubro), a recusa ao bloqueio e às demandas de Washington para seu levantamento, tornaram-se, mais uma vez, um dos temas mais debatidos pela comunidade internacional nas Nações Unidas, assim como foi no ano passado.

Em algumas dessas falas, questionou-se que, embora as sucessivas Resoluções da Assembleia Geral de pôr fim ao bloqueio, os Estados Unidos insistem em sua [ilegal e criminosa] política com a ilha.

Desde 1992, aprovou-se, no principal órgão da ONU, textos que instam ao afastamento da unilateral medida, por seu impacto na sociedade e no desenvolvimento da maior das Antilhas, cujas autoridades estimam que os prejuízos acumulados ultrapassem amplamente o trilhão de dólares.

AMÉRICA LATINA E CARIBE

Para o chanceler da Venezuela, Elías Jaua, o caso do bloqueio americano é um daqueles que põe de manifesto "a alarmante incoerência existente no organismo mundial, por ação ou omissão".

"Por que não aplicam sanções ao governo que mantém, há mais de 50 anos, um bloqueio econômico ilegal e criminoso contra o digno povo cubano, desacatando as decisões majoritárias desta Assembleia a favor do afastamento do referido assédio?", perguntou.

Na sua fala no pódio, o presidente da Bolívia, Evo Morales, qualificou ao cerco de "o pior genocídio" e também criticou a Casa Branca por não ter escutado os pronunciamentos da Assembleia.

Em seu discurso, o mandatário uruguaio, José Mujica, assinalou o "inútil e triste" de uma conduta que tem, como princípio reconhecido, esmagar por fome a ilha, enquanto que seu par salvadorenho, Mauricio Funes, defendeu o direito dos cubanos na procura de seu desenvolvimento e bem-estar.

Funes acrescentou: "Cuba faz parte da alma da América e o bloqueio representa um ranço do passado".

Equador, Nicarágua e várias nações caribenhas como Antiga e Barbuda, Barbados, São Vicente e Granadinas, Jamaica, Granada, São Cristóvão e Neves, Trindade e Tobago, Dominica e Santa Luzia se somaram à reclamação na plenária dos 193 membros da Assembleia.

"Exemplo atroz do desatendimento contínuo do direito internacional. Sem sombra de dúvida, diminui a uma grande nação, como os Estados Unidos, continuar sua vingança míope contra Cuba por meio de bloqueio econômico ilegal, passado de moda e prejudicial", afirmou Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente.

Por sua vez, a primeira ministra de Trindade e Tobago e presidenta temporária da Comunidade do Caribe, frisou que esse bloco demanda o levantamento aos poucos do anacrônico jugo ao desenvolvimento sustentável dos cubanos.

Esgrimindo o interesse da paz e a compreensão internacional, o premiê de São Cristóvão e Neves, Denzil Douglas, convocou a Assembleia Geral da ONU a explorar "novos e imaginativos meios de convencer a todos os envolvidos para fechar esse desafortunado capítulo das relações hemisféricas".

De "uma ferida aberta no coração do continente, que é desnecessária e precisa ser fechada" qualificou o chanceler da Santa Luzia, Alva Romanus Baptiste, ao se referir à exclusão de Cuba das relações normais e completas na região.

AMPLA CONDENAÇÃO AFRICANA

Dos vários cantos do continente africano, se elevaram vozes de solidariedade com Havana pedindo o fim do cerco, cuja entrada oficial em vigor se realizou em fevereiro de 1962, com a proclama nº 3447 do então presidente americano, John F. Kennedy, embora as sanções tivessem começado quase na ocasião do mesmo triunfo da Revolução em 1º de janeiro de 1959. Na sua palestra no foro de alto nível, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, destacou "os sacrifícios do povo cubano pelos povos da África na procura da liberdade".

Nós, portanto continuaremos a luta com eles por sua libertação econômica, sentenciou o líder sul-africano.

Seu par da Gâmbia, Yahya Jammeh, qualificou as medidas de Washington como desumanas, injustas e flagrantes violações dos direitos humanos básicos consagrados na Carta da ONU.

Também de Angola, Congo, Tanzânia, São Tome e Príncipe, Gabão, Argélia, Namíbia, Chade, Moçambique, Níger, Seychelles e Gana se realizaram pronunciamentos contra o bloqueio.

ÁSIA, OCEANIA E EUROPA

Líderes e representantes do Vietnã, Sri Lanka, República Popular Democrática da Coréia, Nepal, Timor-Leste, Síria, Ilhas Salomão , Tuvalu e Belarus incluíram em suas falas a demanda do fim do bloqueio.

O presidente do Siri Lanka, Mahinda Rajapaksa, considerou perturbadora a aplicação de ações unilaterais, e defendeu perante a Assembleia Geral o pleno acesso à opção econômica do povo de Cuba.

Seu homólogo do Timor-Leste, Taur Matam Ruak, afirmou que as sanções de Washington contra a ilha caribenha não reparam na realidade de hoje; enquanto que o chanceler do Belarus, Vladimir Makei, denunciou a ilegitimidade das medidas unilaterais e coercitivas.

Em 2012, 188 países respaldaram o texto, rechaçado somente por Estados Unidos, Israel e Palau, e a abstenção da Micronésia e Ilhas Marshall.” [Para os EUA e Israel, resoluções da ONU somente valem para os outros países...].

FONTE: escrito por Waldo Mendiuza*, na “Prensa Latina”. O autor é correspondente de “Prensa Latina” nas Nações Unidas. Artigo transcrito no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=230426&id_secao=7).

Um comentário:

  1. A RÚSSIA E EUROPA DO LESTE, SÃO A TUMBA DO COMUNISMO! COMUNISMO SERVE HOJE SÓ PARA PANACAS SUBDESENVOLVIDOS DA AMÉRICA LATINA!

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