segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Caso “helipóptero”: “É NA ELITE QUE ESTÁ A “MASSA CHEIRANTE”


QUEM FAZ JOGO POLÍTICO COM DROGA É A TURMA “CHEIROSA”. É NA ELITE QUE ESTÁ A “MASSA CHEIRANTE”

Por Fernando Brito

“É muito curioso que Eliane Cantanhêde [colunista da “Folha de São Paulo”, jornal orientador do PSDB] venha dar lições de moral, tachando de indigna a referência de Lula à indiferença da mídia em investigar o episódio do helicóptero do filho do senador José Perrella apreendido com uma imensa carga de cocaína.[episódio abafado, em comparação com o simultâneo grande alarde da mídia por conta de eventual emprego de José Dirceu
, com profundas e dispendiosas investigações até no Panamá]

Até o título da “Folha” é escolhido para fazer intriga: “A cocaína de Lula”

Qualquer pedra da estrada sabe que, se o helicóptero pertencesse a alguém ligado a Lula ou ao PT, haveria uma legião de repórteres esmiuçando tudo e mais um pouco: como o helicóptero fazia viagens ao Paraguai sem o conhecimento de seus donos, porque fez uma rota absurda de São Paulo para o Espírito Santo desviando-se quase o dobro do caminho para “abastecer-se” em Divinópolis, MG e muitas outras coisas mais.

Mas admitamos que Cantanhêde pense realmente assim.

Fui procurar, e não achei, algum artigo da colunista da “massa cheirosa” [como ela classificou na 'Folha' os tucanos e os que votam neles] verberando contra a acusação do então vice de José Serra, Índio da Costa, que acusou o PT de “ser ligado às FARC, ao narcotráfico”.

Aí, pode, D. Eliane?

Mais: houve alguma palavra de protesto quando Mauro Chaves, jornalista ligadíssimo a Serra, desferiu o petardo do artigo no “Estadão” com o famoso “pó pará, governador”? [evidenciando referência a Aécio Neves].


Aliás, o “Estadão”, tal como se acusava Stálin de “sumir” com a presença de Trotsky nas fotos da revolução russa, fez apagar essa página, que o navegante Rei Lux recuperou nos arquivos da internet 
[ver acima].

E mais ainda, porque a colunista da “Folha” não procura seu novo colega de “Folha”, Reinaldo Azevedo, o último serrista assumido da grande mídia, para perguntar porque ele escreveu que “A estranha história do helicóptero dos Perrella, lotado de cocaína, não fecha quer na narrativa, quer na matemática“?



Zezé Perrela, dono do helicóptero do pó, e Aécio Neves




Só falta agora vir o Merval Pereira vir reclamar, logo ele que publicou a foto de um presidente de associação de moradores de um morro (o do Telégrafo, na Mangueira) ao lado de Brizola dizendo que o então candidato a Presidente tirava fotos com traficantes…

Aliás, Brizola, que enfrentava na própria família o sofrimento causado pelo abuso de drogas, foi o tempo todo chamado de protetor do tráfico pelos congêneres de Cantanhêde.

Se fosse Brizola e não a Globo quem patrocinou o primeiro “Rock in Rio”, será que não iriam dizer que o governador usava um espetáculo para a juventude para estimular o uso de drogas e favorecer o tráfico?

É curiosa essa indignação seletiva.

Acusar gente de esquerda, que não tem uma visão de “cura policial” para o problema das drogas – um dos raros traços de lucidez de Fernando Henrique, aliás – de ser ligada às drogas, pode.

Quem faz demagogia com drogas, curiosamente, é o antigo ídolo de Cantanhêde, José Serra, em seu artigo na própria “Folha”, acusando o governo brasileiro de ser negligente com seus “apenas” 8 mil quilômetros de fronteira, quando ele sabe que, com cerca, muro e todo o poderio americano, toneladas de drogas entram nos EUA pela fronteira com o México, que mede apenas 40% disso?

E é engraçado que, ao tocar nessa questão, tudo o que se consegue tratar é de mandar polícia para as favelas e periferias, onde estão os pequenos “aviões” – e não helicópteros – da droga.

Por que é que, quando se trata de reprimir o consumo de drogas, nunca se pensa em fazer (o que se faz nas favelas) nos bairros e “points” de elite, onde fica, de fato a “massa cheirante”?

A imprensa faz matérias sobre como traficantes desfilam livres no morro, mas não como o consumo de drogas é “arroz de festa” nos encontros da elite.

A imprensa americana publica [ver 1ª imagem acima]. A daqui, cala.

A droga, nos jornais brasileiros, é um mal do mundo dos pobres, não do dos ricos.

O delegado Hélio Luz, que teve a ousadia de dizer que “Ipanema brilha à noite” foi, como se sabe, devidamente “apagado” de posições de mando na polícia.”

FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog “Tijolaço”   (http://tijolaco.com.br/blog/?p=11561). [Título, imagens do Google (exceto a 1ª) e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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