terça-feira, 18 de março de 2014

CRIMEIA FORMALIZA PEDIDO DE UNIÃO COM A RÚSSIA




Parlamento da Crimeia oficializa pedido de união à Rússia

"O Parlamento da Crimeia aprovou na segunda-feira (17) uma resolução para declarar-se independente da Ucrânia e pediu oficialmente a união da península à Rússia. A resolução foi adotada em sessão do Parlamento, na qual ficou estabelecido que a Crimeia passará a usar o fuso horário de Moscou, e não o de Kiev, na Ucrânia, que era o adotado.

Da agência norte-americana de notícias Reuters

Mais de 97% dos eleitores no referendo da Crimeia responderam "sim" à união da república autônoma à Rússia.

A República da Crimeia pediu à Organização das Nações Unida (ONU) e a todas as nações do mundo para reconhecerem o Estado independente, criado pelos povos da Crimeia, segundo o texto de uma resolução aprovada na segunda-feira pelo Conselho Supremo (parlamento) da Crimeia.

A República da Crimeia apela às Nações Unidas e a todos os países do mundo para que a reconheçam como Estado independente”, diz o documento aprovado pela assembleia, assim como o apelo para que a Federação Russa “aceite a República da Crimeia como membro”.


"Nós, os membros do Parlamento da República Autônoma da Crimeia e do Conselho da Cidade Sebastopol, com base na Carta das Nações Unidas e outros instrumentos internacionais que garantam o direito das nações à autodeterminação, e considerando confirmação do estatuto do Kosovo pela Corte Internacional de Justiça da ONU em 22 julho de 2010, afirmando que a declaração unilateral de independência do Estado não viola qualquer norma internacional, tomamos esta decisão", diz o texto.

O presidente do Parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov, adiantou que as unidades militares ucranianas no território da Crimeia vão ser dissolvidas, mas os militares podem continuar a viver na península, se o desejarem. “Tudo o que se encontra aqui, no território, será nacionalizado. As unidades militares vão ser desmanteladas, e aqueles que quiserem podem continuar a viver aqui”.

O documento foi aprovado por todos os 85 deputados presentes à assembleia, com 100 assentos, após o referendo de domingo (16), no qual a grande maioria dos habitantes da Crimeia votou pela junção do território à Rússia. "O Conselho Supremo da República Autônoma declara a Crimeia como Estado soberano independente“, informa o documento.

Ainda de acordo com o texto, as leis ucranianas não serão mais aplicadas na Crimeia e as decisões tomadas pelo Estado desde a queda do presidente apoiado pelo Kremlin, Viktor Yanukóvitch, não têm qualquer autoridade. “As atividades das instituições estatais ucranianas no território terminaram e os seus poderes, propriedades e orçamento vão ser transferidos para os órgãos estatais da República da Crimeia”, diz o documento, acrescentando que “todos os estabelecimentos, empresas e organizações ucranianas ou com participação na Crimeia vão ser propriedade do novo território”.

Aksyonov adiantou, na rede social Twitter, que 500 soldados ucranianos deixaram as suas posições em Sebastopol, sede da frota no Mar Negro. No referendo de domingo, 96,6% dos eleitores da Crimeia votaram a favor da reunificação com a Rússia, informou o presidente da Comissão Eleitoral da Crimeia, Mikhailo Malychev."

FONTE: da redação do portal "Vermelho", com informações do "Russia Today" e da "Agência Brasil" (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=237905&id_secao=9).


COMPLEMENTAÇÃO

Putin valida referendo e declara Crimeia Estado independente

Do [portal do grupo tucano pró-EUA] UOL/"Folha", em São Paulo 
[Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

"O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou na segunda-feira (17) um decreto pelo qual o país reconhece a independência da península separatista ucraniana da Crimeia, um dia depois da consulta popular que optou por essa separação. Resultados preliminares apontam que 95,5% aprovaram a incorporação da região autônoma ucraniana à Rússia.

"Levando em conta a expressão da vontade do povo crimeano no referendo realizado em 16 de março de 2014, (decreto) reconhecer a República da Crimeia, na qual a cidade de Sebastopol tem um status especial, como um Estado independente e soberano. Este decreto entra em vigor hoje", diz o documento.

A Crimeia, ocupada há mais de duas semanas por tropas russas, votou em massa no domingo (16) a favor da anexação da região pela Rússia em um referendo considerado ilegal [pelo governo golpista em] Kiev e pela "comunidade internacional" [sic].

O Parlamento crimea no decidiu, por unanimidade, pedir oficialmente a integração da Crimeia à Federação da Rússia.

Abrigo da frota russa no mar Negro, na base de Sebastopol, a Crimeia foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev passou o controle à Ucrânia.

Agora, 60 anos depois, a península volta ao controle dos russos, mas em cenário político cercado por constrangimentos com a "comunidade internacional" [sic]: o fato de que a consulta foi feita à revelia da própria Ucrânia [isto é, à revelia do governo golpista que destituiu à força o governo democraticamente eleito da Ucrânia], sob ameaça de sanções dos EUA e dos países europeus e condenada por organismos internacionais, a exemplo da ONU.

Mais do que isso: a península corre o risco de não ser reconhecida por esses atores, e a Rússia, de ficar isolada politicamente.

Há 15 dias, a península ucraniana se tornou pivô da disputa entre Rússia e Ucrânia --com ares de nova "Guerra Fria'', segundo o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev-- depois que tropas russas "ocuparam" o território [a presença de tropas russas (30.000) já era acordada desde a entrega da Crimeia à Ucrânia, sob condições especiais].

O argumento de Vladimir Putin para a "dominação" [sic] pega carona no sentimento de populações das regiões sul e leste do país, que foram às ruas protestar contra o "novo governo ucraniano" [golpista], chefiado pelo Oleksander Turchynov, fruto, segundo eles, de um "golpe de Estado".

A separação da Ucrânia foi aprovada no último dia 6 pelo Parlamento da Crimeia --de maioria russa-- e submetida à aprovação popular em referendo domingo.

Anexação é legal, diz Putin

[Segunda-feira], após os EUA e a União Europeia rechaçarem o referendo e informarem que não vão reconhecer a consulta, Putin voltou a defender a anexação e reiterou que Moscou respeitará o resultado.

Em uma conversa por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, Putin manifestou a preocupação com "a tensão criada nas regiões orientais da Ucrânia por grupos radicais com a anuência das autoridades de Kiev", segundo um comunicado do Kremlin.

"Aconteceu uma construtiva troca de opiniões sobre o possível envio à Ucrânia de uma missão da OSCE (Organização de Segurança e Cooperação na Europa) para fazer um acompanhamento da situação", acrescentou o Kremlin, que detalhou que a conversa entre Putin e Merkel ocorreu por iniciativa da Alemanha.

Na última semana, Merkel classificou como "inevitável" o endurecimento das medidas contra Moscou, já que não houve uma distensão na Ucrânia.

Em conversa com o presidente americano, Barack Obama, Putin lembrou o [idêntico] precedente do Kosovo, que se tornou independente da Sérvia [por ação dos EUA e OTAN], segundo informou o Kremlin em comunicado.

A opinião dos que condenam o referendo é a de que Rússia tem várias opções, como apoiar a autonomia da Crimeia, e que se o Parlamento russo ratificar o voto de domingo do território, significaria "uma anexação pela porta traseira" da península, como [cinicamente] declarou Kerry."

FONTE da complementação: do portal do grupo tucano pró-EUA "UOL/Folha" (http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/03/17/putin-valida-referendo-de-separacao-da-ucrania-e-declara-crimeia-estado-independente.htm).[Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

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