domingo, 22 de junho de 2014

O VENTO ESTÁ VIRANDO A FAVOR DE DILMA




Dilma terá cenário mais favorável exatamente no período de campanha


"Em termos políticos e econômicos, com todos os percalços, Dilma tem um cenário que caminha do estável para o positivo. O vento está virando.

Por Antonio Lassance, PhD em ciência política

É bom olhar além das pesquisas de opinião para dar um passo à frente na análise de conjuntura e perceber seus impactos na futura campanha eleitoral. O vento está virando a favor de Dilma.

Em termos políticos e econômicos, com todos os percalços, Dilma tem um cenário que caminha do estável para o positivo.

Como já se imaginava, PMDB e PDT oficializaram apoio à sua reeleição. PSD, PP, PTB [?], PROS e outros estão a caminho de fazer o mesmo, sem surpresas.

As resistências que a presidenta ainda encontra nesses partidos têm muito a ver com as disputas pelos governos estaduais. Mas, como em 2006 e 2010, é preciso olhar não só os candidatos a governador, mas a relação direta que o Planalto tem com prefeitos, inclusive os da oposição.

Mesmo a subida momentânea de Aécio nas pesquisas, maior e antes do esperado, contribui para configurar o cenário ideal para Dilma, na medida em que o PSDB se firma como o adversário principal e ideal para servir de saco de pancadas.

Dilma ainda depende, politicamente, de uma Copa do Mundo que transcorra com normalidade - torcida não só dela, mas da grande maioria da população.

Mesmo assim, os maiores riscos na Copa [até agora] se concentraram, sem sombra de dúvida, em São Paulo, com foco em um assunto do Governo [tucano] do Estado - a campanha salarial dos metroviários.

Outro problema, a CPMI da Petrobrás, tornou-se tão saturado que a própria oposição deixou de ir à sessão para ouvir o acusado que diziam ser o "homem bomba" do caso.

A possibilidade de segundo turno é ainda real, mas continua no fio da navalha. O desgaste de todos os políticos é um freio de mão puxado para os oposicionistas que, nos setores descontentes do eleitorado, são tidos mais como veneno do que como remédio para a política nacional.

Em termos econômicos, a inflação, alta no primeiro semestre, como no ano passado, tende a iniciar uma tendência de queda e reversão de expectativas negativas.

Além da melhora no preço dos alimentos, um fator crucial entrou em campo: o preço da energia está despencando. O nível dos reservatórios tem ficado acima do esperado, o que se reverte em uma previsão de afluência maior.

Somado à redução na demanda, durante o inverno, o preço da energia está caindo, e muito. A redução, em média, tem chegado a 45%. Na Região Sul, está sendo vendida 60% mais barata.

Na contramão, o governo tucano do Paraná pede que a ANEEL conceda um tarifaço de 32% em favor da companhia elétrica de seu Estado. O assunto já virou tema de campanha dos oposicionistas Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) e é um prato cheio para ser nacionalizado.

De quebra, a ameaça de crise do sistema (apagões generalizados) ficou cada vez mais remota.

A partir de agosto, com bastante tempo de TV para fazer frente à campanha midiática [sempre] tucanófila, será hora de a candidata responder aos ataques e dizer a que veio, sem ter que se preocupar tanto com inflação, Petrobrás e Copa, como tem feito agora.

O grande adversário de Dilma está no campo social. É o risco da mesmice, se seu programa não trouxer grandes e empolgantes propostas de mudança, e o desencanto com a política, para a qual a população gostaria de uma boa chacoalhada.

Quem sabe a própria oposição forneceu o mote ideal para chacoalhar o debate sobre o sistema político.

O decreto presidencial que reforça a participação popular no Governo Federal incomodou os partidos e a mídia tradicionais até mais do que se esperava.

É um ótimo sinal de uma boa briga - a mesma que se comprou em favor do "Bolsa Família" e dos "Mais Médicos"; a que faltou no "Plano Nacional de Direitos Humanos-3".

FONTE: escrito por Antonio Lassance, cientista político. Publicado no site "Carta Maior"  (http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Dilma-tera-cenario-mais-favoravel-exatamente-no-periodo-de-campanha/4/31134).

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