sexta-feira, 18 de julho de 2014

AVIAÇÃO REGIONAL NO BRASIL: NOVOS HORIZONTES


E195-E2


"Azul" planeja novos voos e encomenda jatos à Embraer

Do "Brasil Econômico"


"Segundo o presidente da aérea, Antonoaldo Neves, a aviação regional e o ingresso em Congonhas estão por trás de pedidos de R$ 3,1 bilhões.

A "Azul Linhas Aéreas" anunciou terça-feira, durante a Feira Internacional de Farnborough, na Inglaterra, a assinatura de uma Carta de Intenções com a Embraer para a encomenda de 50 aeronaves E195-E2, nova geração da família E-195, com 132 assentos. São, ao todo, 30 pedidos firmes e 20 opções de compra, no valor de US$ 3,1 bilhões. A entrega dos aviões começa em 2019. 

O presidente da aérea, Antonoaldo Neves, afirmou ontem, que, mais do que uma carta de intenções, o negócio com a Embraer já se configura como uma ordem de compra de fato. O objetivo da aquisição das aeronaves, segundo ele, está na aposta da empresa de crescimento expressivo com o início das operações no aeroporto de Congonhas (SP), a partir de outubro, e no crescimento da aviação regional, com a aprovação do plano do governo de construção e recuperação de aeroportos em pequenas cidades brasileiras. 

Além das encomendas anunciadas ontem, a Azul receberá, nos próximos 18 meses, mais 12 aeronaves E-195 da Embraer, negociadas anteriormente com a fabricante brasileira.

Atualmente, a Azul tem um total de 82 E-Jets em operação — a maior frota de jatos E-195 no mundo. "Sim, a operação é 100% uma ordem de compra. Estes aviões vão nos dar uma redução de custo de 15%. Seremos os operadores-lançadores dessa nova geração de aviões da Embraer, ainda mais eficientes. Poderíamos ter feito esse pedido mais para frente, mas a nossa entrada em Congonhas, onde esperamos ter de 12 a 15 voos diários e de 25 a 27 slots (autorizações de pouso e decolagem), e o projeto do governo de estímulo à aviação regional nos motivou a antecipar essa decisão. Acredito no potencial de crescimento destes dois caminhos, em três a quatro anos. E precisamos garantir aeronaves para 2019", afirmou Neves, acrescentando que os recursos para pagamento das aeronaves poderão vir de financiamentos via BNDES ou de outras instituições financeiras, para os contratos de leasing.

O Conselho de Aviação Civil (CONAC), juntamente coma Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), fará a distribuição de slots em Congonhas, com base em critérios como participação de mercado das companhias aéreas, regularidade e pontualidade. Para o presidente da Azul, a entrada em Congonhas dará nova dinâmica ao aeroporto, considerado por ele "subutilizado". "Congonhas ainda é um aeroporto restrito para conexões. O que esperamos é que a resolução da ANAC e do CONAC traga equilíbrio proporcional ao aeroporto. Que seja uma distribuição onde não sobrem os piores horários. Ou não vamos garantir conectividade para nossos clientes. Os slots de 6h às 10h e de 17h e 22h são os que os clientes mais precisam", destaca.


Já com relação ao desenvolvimento do "Plano de Aviação Regional", que prevê a construção ou reforma de 270 aeroportos de pequeno porte em todo o país, ele calcula que existe, em um primeiro momento, potencial para mais 100 destinos para a Azul em todo o país. Hoje, a companhia opera 104 destinos nacionais. "Em um cenário de três a quatro anos, podemos atender mais 20 ou 30 municípios. A Azul enxerga, pelo menos, dez novos destinos já em operação no primeiro semestre de 2015", afirma. Além da projeção feita por Neves, a empresa já vem preparando terreno para ampliar sua presença em cidades onde o governo federal terá projetos dentro do "Plano de Aviação Regional. A Azul já está com voos para cidades como Valença e Paulo Afonso (BA) e Montes Claros (MG).

"Estamos prontos para quando o plano for aprovado. Temos a expertise para operar e atender a todas as cidades, em diferentes recantos do país", define. Classificando a situação financeira da Azul como "confortável" em termos de caixa, o executivo diz que o IPO da companhia aguarda o melhor momento para acontecer. Quanto ao programa de fidelidade "TudoAzul", Neves afirmou que não será feita qualquer oferta de ações da empresa. "IPO para o 'TudoAzul' não procede. É uma empresa 100% da Azul e que representa um ativo importante para a companhia", resumiu.

Empresas terão subsídio para voos regionais

O plano do governo federal, que prevê investimentos de R$ 7,3 bilhões na expansão da aviação regional no país, com obras de criação e revitalização de 270 aeroportos, terá como aditivo a criação de subsídios que incentivem as companhias aéreas a lançar rotas em cidades distantes, não atendidas por empresas comerciais. Segundo uma fonte do setor, os subsídios sairão do "Fundo Nacional de Aviação Civil" (FENAC), que recebe recursos vindos do pagamento de tarifas aeroportuárias, taxas de embarque e da receita de outorgas de aeroportos concedidos. "O fundo foi criado para garantir a infraestrutura dos aeroportos e vai servir também para compensar o alto custo do QAV (querosene de aviação), nas operações nestas cidadesTodas vão ganhar o mesmo. Se hoje o custo do QAV representa quase 50% dos gastos de uma empresa, em cidades menores, o peso aumenta", diz a fonte. De acordo com a Secretaria de Aviação Civil (SAC), os detalhes de como será aplicado esse subsídio ainda estão em discussão na Casa Civil da Presidência da República. A meta do governo é também que as passagens sejam baratas. Hoje, o ministro Moreira Franco estará na Bahia para anunciar a licitação para a concessão de aeroportos em Barreiras, Lençóis, Teixeira de Freitas e Irecê, todos naquele estado."

FONTE: do "Brasil Econômico". 
Transcrito no portal da FAB   (http://www.fab.mil.br/notimp#n77261).

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