terça-feira, 29 de julho de 2014

PRESSÃO DA INDÚSTRIA NAVAL ESTRANGEIRA (via mídia nacional) CONTRA A PETROBRAS




[OBS deste blog 'democracia&política': A grande mídia brasileira e os partidos da oposição (PSDB, DEM, PPS e, agora, o PSB) são instrumentos no Brasil de multinacionais e importadores, tradicionais defensores dos interesses "do mercado". Ainda tentam derrubar a indústria naval brasileira e a política de conteúdo nacional, que diminui compras no exterior e frustra ganhos de fornecedores estrangeiros e de importadores. A fabricação no Brasil e a exigência de  conteúdo nacional gera empregos e crescimento da nossa economia. A pressão contrária, mesmo que sutil e indireta como se vê na postagem abaixo, é constante e visível nas matérias da grande mídia].

Encomendas a estaleiros: carta da Petrobras ao jornal "Valor Econômico" [propriedade dos grupos tucanos "Globo" e "Folha"]

Do blog "Fatos e Dados", da Petrobras:

Leia as respostas que enviamos ao jornal "Valor Econômico" para reportagem sobre demandas a estaleiros no Brasil:

Pergunta 1) Esta semana a presidente Graça Foster esteve em Rio Grande (RS) visitando as obras a cargo do Estaleiro Rio Grande (ERG), da Ecovix Construções Oecânicas. Depois da visita, a informação de fontes do setor em Rio Grande é que Graça Foster teria reconhecido que há atrasos nas obras e que a Petrobras poderia levar parte delas (incluindo boa parte dos oito cascos replicantes) para serem feitos na China. Há disposição da Petrobras de levar mais serviços hoje a cargo da ERG para serem feitos em estaleiros na China?

Pergunta 3) Mesmo assim, a ERG vai cumprir o requisito de conteúdo nacional para os cascos replicantes? Qual é o percentual médio de conteúdo local para os oito cascos replicantes a ser atingido no fim da obra?

Respostas às perguntas 1 e 3: Em alguns dos projetos, a fim de garantir o cumprimento dos prazos acordados com a Petrobras, as empresas fornecedoras podem alterar a estratégia de condução das obras, inclusive com a subcontratação de produtos ou serviços no exterior, desde que devidamente acordado e autorizado pela Petrobras. Porém, essas alterações não implicam no descumprimento dos índices de conteúdo local acordados com a ANP, uma vez que grande parte dos serviços será executada nos estaleiros nacionais.

Pergunta 2) Qual a situação das obras do ERG que já foram transferidas para a China? Nos referimos aos serviços envolvendo parte de um dos cascos dos replicantes do Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, que foram levados para a China em 2013. No ano passado, O Estado de S. Paulo publicou que estruturas de um das replicantes estavam sendo feitas na China, no estaleiro da Cosco, por força do atraso nas obras de construção dos cascos no Estaleiro de Rio Grande. Essas estruturas são para o casco da P-66 ou de outra unidade? Outros serviços para as replicantes estão sendo feitos ou serão feitos na China a partir de 2014?

Resposta a pergunta 2: Os cascos do Projeto Replicantes foram contratados com a ENGEVIX/ECOVIX.

O casco da P-66 está em fase final de montagem e comissionamento e se encontra no cais em Rio Grande. Mais dois outros cascos estão dentro do dique seco em fase de edificação dos megablocos, além da fabricação dos blocos dos demais cascos.

Faz parte da estratégia da ECOVIX, a construção dos Módulos de Acomodações e Utilidades no estaleiro Cosco na China. Eventuais transferências adicionais de escopo são analisadas, caso a caso, pela Petrobras, considerando os índices de conteúdo local e as datas de primeiro óleo estabelecidas no Plano de Negócios da companhia.

Os megablocos da P-67 que foram contratados na Cosco em 2013 já foram entregues e estão em edificação no dique seco em Rio Grande.

Pergunta 4) Qual é o estágio de construção das três sondas feitas para a Sete Brasil no ERG2, também da Ecovix, em Rio Grande? Também haverá transferência de parte dessas obras para a China?


Resposta: As fases de engenharia e suprimento das três sondas estão em estágio avançado, estando os fornecedores críticos contratados. As atividades de construção estão em fase inicial. É responsabilidade da ECOVIX a definição da estratégia de condução e subcontratação do escopo, respeitando os conteúdos locais contratuais estabelecidos que, no caso das três sondas, situa-se na faixa de 55% a 60%.

Pergunta 5) Como estão as obras de conversão dos cascos da cessão onerosa no Estaleiro Inhaúma? Há informações no mercado que parte dos quatro cascos que seriam feitos no Inhaúma também foram transferidos para a China e só um dos cascos continua em conversão no estaleiro, no Caju. Serão feitos na Cosco uma parcela da transformação (conversão) de três navios em plataformas (P-75, P-76 e P-77) para a área da cessão onerosa? Confirma?

Resposta: As obras de conversão dos cascos P-74, P-75, P-76 e P-77 estão em andamento, em fases diferentes, e a engenharia e suprimento dos mesmos estão em fase final. Toda a inspeção estrutural e a definição do escopo de troca de chapas foram concluídas para os 4 cascos.

Na fase atual, a P-74 encontra-se no dique seco no estaleiro Inhaúma, no Rio de Janeiro, finalizando os serviços de conversão do casco.

Para os cascos da P-75, P-76 e P-77, os serviços de desmontagem, inspeção, troca de chapas estruturais e renovação estrutural estão sendo realizados no estaleiro Cosco na China. A alteração no planejamento inicial se deu por força dos serviços da revitalização do estaleiro Inhaúma, a recuperação dos 2 cais e a ocupação do dique seco pela P-74. Os prazos dos projetos estão mantidos.

Pergunta 6) Quais os resultados obtidos com a política de acompanhamento de obras instituída pela presidente Graça em relação a projetos da Petrobras contratados juntos aos estaleiros nacionais? Pode citar resultados e/ou exemplos concretos?

Resposta: A política de acompanhamento das obras é uma ferramenta de gestão da Petrobras desenvolvida dentro dos melhores parâmetros internacionais para condução de empreendimentos no setor de petróleo e gás natural. Seu principal resultado é garantir o cumprimento integral do plano de negócios da Cia.

Pergunta 7) Qual é a situação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EPP) contratado pela Sete Brasil para levar adiante a construção de sondas de perfuração da Sete Brasil? A informação de mercado é que também há atraso nas obras uma vez que o estaleiro está sendo feita ao mesmo tempo em que é preciso fazer os serviços das sondas.

Resposta: A estratégia de contratação de sondas no Brasil traz implícito o plano de desenvolvimento da indústria naval brasileira. Neste plano se insere a construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP)que foi adjudicado com a contratação para construir 6 sondas de perfuração para a Sete Brasil. A estratégia original já contemplava que as frentes de obras de construção do estaleiro iriam conviver em paralelo com as obras de construção das sondas. Atualmente as obras de construção do estaleiro encontram-se com avanço superior a 75%.

Pergunta 8) O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) anunciou mais um novo presidente esta semana. É o quinto presidente da empresa desde 2007. O EAS tem conseguido melhorar os índices de produtividade? Como a Petrobras, como a principal cliente do estaleiro, vê o EAS, cujas obras de navios para a Transpetro vão atrasar em pelo menos em três anos?

Resposta: A troca de presidente do Estaleiro EAS é assunto de gestão das companhias que administram o referido estaleiro. Até o momento três navios da série Suezmax foram produzidos e entregues para a Transpetro no EAS: João Cândido, Zumbi dos Palmares e Dragão do Mar. O João Cândido e o Zumbi dos Palmares apresentaram prazos de construção de 44 e 45 meses respectivamente o que revela índices de produtividade semelhantes. Já o Dragão do Mar foi construído e entregue em 39 meses o que indica evolução. A melhora da produtividade do Estaleiro EAS é esperada pela Petrobras a medida que novos navios do mesmo porte forem sendo produzidos em série pelo estaleiro, pois um dos fatores que impacta a produtividade do setor naval é a repetibilidade dos projetos.

Pergunta 9) O Synergy Group, do empresário Germán Efromovich, está enfrentando dificuldades em seus estaleiros (EISA e Mauá). Há no mercado quem entenda que os problemas nestes estaleiros do Rio refletem problemas maiores que, de maneira geral, são enfrentados por quase todos os grandes estaleiros nacionais (problemas de gestão, de administração e baixa produtividade). Como a Petrobras avalia os avanços na construção naval brasileira nos últimos anos?

Resposta: Os estaleiros do país, juntamente com as fábricas de módulos, fazem parte de uma infraestrutura de construção naval que está em processo de retomada de sua capacidade produtiva. As grandes demandas da Petrobras têm permitido aos estaleiros, em revitalização ou em construção, bem como aos construtores de módulos, percorrerem novamente uma curva de aprendizado no sentido de incorporar as melhores técnicas de planejamento, construção, montagem e produtividade, para estarem cada vez mais aptos ao atendimento das metas dos empreendimentos. Entretanto, essas ações levam tempo para alcançar sua plenitude. O fato desses estaleiros terem hoje uma das maiores carteiras do mundo em encomendas é o maior avanço alcançado em 11 anos, pois em 2003 a indústria naval brasileira estava estagnada com apenas 7.600 empregados. Hoje já são 78.000 empregados nessa indústria e a carteira de encomendas colocada pela Petrobras até 2020 chega a U$ 100 bilhões.

Pergunta 10) O que é preciso fazer para melhorar a produtividade dos estaleiros nacionais e fazê-los competir, em termos de custos e de prazos, com a indústria internacional de construção naval?

Resposta: É preciso tirar partido da presença dos parceiros internacionais dos estaleiros brasileiros. Esses parceiros são todos grandes construtores navais do mundo. É necessário que esses parceiros aportem conhecimento nos estaleiros nacionais e invistam fortemente em planejamento e gestão, produtividade, capacitação do pessoal, tecnologias de construção e montagem, integração da cadeia de suprimento e engenharia industrial. São seis vertentes de atuação que demandam grande esforço mas que, se desenvolvidas, resultarão a médio prazo em estaleiros nacionais bastante competitivos em custo e prazos.

OBS: As matérias "Estaleiros veem demanda incerta""Sem novos pedidos, crédito a estaleiros pode ficar restrito""Parceria com japoneses faz EAS melhorar desempenho" e "Setor enfrenta problemas no RJ" foram publicadas no Valor Econômico, versões impressa e digital, na segunda-feira (28/07). "
FONTE: do blog "Fatos e Dados", da Petrobras   (http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/encomendas-a-estaleiros-respostas-ao-valor-economico.htm)

COMPLEMENTAÇÃO

Encomendas a estaleiros: respostas ao jornal "Valor Econômico"


Do blog "Fatos e Dados", da Petrobras:

Leia a carta que enviamos ao "Valor Pro" a respeito de nossa carteira de empreendimentos que irá garantir a demanda dos estaleiros nacionais:

"Em relação à matéria "Com carteira cheia, estaleiros têm incerteza sobre novas encomendas da Petrobras" publicada pelo "Valor Pro", a Petrobras destaca que possui uma carteira de empreendimentos que irá garantir a demanda dos estaleiros nacionais para os próximos anos. A Petrobras entende como diferencial possuir uma indústria fornecedora capacitada e competitiva próxima às suas operações.

Na indústria naval, a demanda por embarcações offshore é sustentável no longo prazo, uma vez que o Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 da Companhia prevê investimento total direcionado para essa indústria da ordem de US$ 100,7 bilhões, até 2020. Esse investimento se refere à contratação de 38 plataformas, 28 sondas de perfuração, 88 navios petroleiros e 146 embarcações de apoio, gerando oportunidades para os diversos elos da cadeia de fornecimento do setor naval e offshore. Além disso, a manutenção da curva de produção em 4,0 milhões de barris por dia até 2030, segundo o Plano Estratégico da Companhia, indica que a Petrobras continuará demandando à indústria naval brasileira e seus fornecedores, tanto para investimento em novas embarcações quanto para manutenção e reposição de equipamentos, com exigência de conteúdo local.

A carteira atual colocada pela Petrobras em estaleiros nacionais é composta pela construção de 8 cascos para os FPSO Replicantes, conversão de 4 cascos para os FPSO Cessão Onerosa, construção de módulos e integração de 18 plataformas, com conteúdo local entre 65% e 71%, quais sejam: FPSO Cidade Ilhabela (Sapinhoá Norte), FPSO Cidade Mangaratiba (Iracema Sul), FPSO Cidade Itaguaí (Iracema Norte), FPSO Cidade Maricá (Lula Alto), FPSO Cidade Saquarema (Lula Central), FPSO Cidade Caraguatatuba (Lapa), 4 FPSO Cessão Onerosa (P-74 – Búzios 1; P-75 – Búzios 2; P-76 – Búzios 3; P-77 – Búzios 4), 8 FPSO Replicantes (P-66 – Lula Sul; P-67 – Lula Norte; P-68 – Lula Extremo Sul e C.O. Sul de Tupi; P-69 – Lula Oeste; P-70 – Iara Horst; P-71 – Iara NW; P-72 – C.O. Nordesde de Tupi; P-73 – C.O. Entorno de Iara). Além das plataformas, os estaleiros nacionais têm em carteira 28 unidades que serão entregues entre 2015 e 2020, com conteúdo local crescente de 55%, 60% e 65%. Também possuem em carteira 42 navios da Transpetro e 61 embarcações de apoio do Prorefam, todos a serem entregues antes de 2020.

Ainda constante do Plano de Negócios e Gestão da Petrobras, outras 14 novas plataformas serão contratadas junto aos estaleiros nacionais. No horizonte 2020-2030, a previsão é de contratação de mais 41 plataformas que serão alocadas em Libra, no Excedente de Cessão Onerosa, em outros campos do pós-sal já concedidos, bem como em campos previstos oriundos de novas rodadas de licitação."


FONTE: do blog "Fatos e Dados", da Petrobras  (http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/encomendas-a-estaleiros-carta-ao-valor-pro.htm).

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