sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SOLUÇÕES PARA A FALTA DE ÁGUA EM SÃO PAULO





As propostas de Alexandre Padilha para a falta de água em São Paulo


Do "Jornal GGN"

"Em artigo divulgado na quinta (31), o candidato do PT ao governo de São Paulo Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, coloca em xeque a gestão hídrica do atual chefe do Executivo e postulante à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB).

Diante da crise dos sistemas Cantareira e Alto Tietê, o petista afirma que o governo tucano foi passivo e negligente. Se comprometeu a encampar obras que nunca sairam do papel e, agora, como consequência, encontram poucam saídas para remediar a situação que coloca em risco o abastecimento de milhares [milhões] de moradores da Região Metropolitana de São Paulo.

Após elencar uma série de investimentos que precisam ser feitos para garantir a transposição de águas entre represas, Padilha ainda destacou ser necessário "reduzir as perdas de água da SABESP (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) e investir em soluções inovadoras e na preservação dos mananciais, com compensações para os municípios que cuidam de áreas de proteção".

Abaixo, o artigo na íntegra:

Soluções para a falta de água em São Paulo

"Falta água para os paulistas porque faltou humildade e sinceridade ao atual governo de São Paulo para ouvir a oposição como alguém que deseja o melhor para o seu Estado. Infelizmente, sempre que fiz críticas e apresentei alternativas, elas foram classificadas de eleitoreiras. Mas, se a metrópole de São Paulo está numa região de baixa disponibilidade hídrica e o governo do PSDB tem feito o que é preciso para garantir água, por que tanta torneira seca, virulência nas palavras e sofismas no raciocínio?

Falta água porque há dez anos o atual governador assinou um compromisso de, em 30 meses, executar um plano de obras. Mas nenhuma foi executada no prazo e com a dimensão planejada pela SABESP.

O PT sabe quais são as soluções, das mais urgentes até as mais estruturantes. Desde 2011, a 
SABESP poderia ter ampliado a capacidade dos mananciais do Alto Tietê se tivesse concluído o enchimento da represa de Taiaçupeba --que hoje opera com cerca de um terço de seu volume útil-- ao valor de R$ 35 milhões. O volume armazenado desde então garantiria o abastecimento de 3 milhões de pessoas durante um ano.

No final de 2013, o governo poderia ter iniciado a construção de um sistema de bombeamento e da adutora para ligar o Rio Grande, na represa Billings, com a represa de Taiaçupeba. Essa solução teria um custo bem menor do que tirar água do Paraíba do Sul. E não colocaria em risco a ampliação de investimentos e empregos no Vale do Paraíba.

Sobre as obras estruturantes, é preciso fazer os reservatórios de Pedreira e Duas Pontes, no sistema PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí). Existem estudos desde 2007, mas só em fevereiro foi assinado um decreto de utilidade pública para futura desapropriação da área dos reservatórios. Já o Sistema Produtor São Lourenço arrastou-se por seis anos. Não fosse a lentidão, já deveria estar abastecendo a região metropolitana com o correspondente a 15% do volume de água do Cantareira. Isso agora só vai acontecer em 2018.

Ainda é preciso fazer os reservatórios de Piraí e Campo Limpo e o Sistema Adutor PCJ. No total, são obras que custariam o equivalente a três anos de lucros da 
SABESP --não foi, portanto, por falta de dinheiro que não saíram do papel.

Vale lembrar que, quatro anos atrás, o PT já registrava em seu programa de governo que o fornecimento de água potável era inadequado para 600 mil pessoas na região metropolitana da capital. Eu, que era o ministro de Lula responsável por receber projetos de governadores e prefeitos, defendi reduzir a dependência do Cantareira.

Mas, no lugar de explicar sua inépcia, o PSDB tenta confundir os argumentos. Eu nunca disse que a região da Grande São Paulo é abundante em recursos hídricos, como já alegaram de forma distorcida. Tampouco afirmei que a água que hoje enche a represa Billings resolveria o problema da falta de água no Cantareira. O que sempre defendi é que, para chegar à torneira das pessoas, é preciso planejamento, investimento e obras.

Fazer as obras que o governo não fez, reduzir as perdas de água da 
SABESP, investir em soluções inovadoras e na preservação dos mananciais, com compensações para os municípios que cuidam de áreas de proteção --essas são as soluções que o PT defende em relação à água de São Paulo. 

Lamentavelmente, o PSDB chama a isso de "oportunismo".

FONTE: artigo foi originalmente publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, na quinta-feira 31/7/2014. Transcrito no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/as-propostas-de-alexandre-padilha-para-a-falta-de-agua-em-sao-paulo).

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