sábado, 27 de setembro de 2014

AÉCIO E MARINA NÃO TRATAM DA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL




Projetos econômicos de Aécio e Marina não tratam da redução da desigualdade social

Para o economista Jorge Mattoso, debate eleitoral foge das questões sobre distribuição de renda e se privilegiam do fabricado 'pessimismo econômico'. 

Da Redação do Rede Brasil Atual (RBA).

Projetos econômicos de Marina e Aécio sofrem "forte pressão" do setor financeiro

São Paulo – O economista Jorge Mattoso, que foi presidente da Caixa Econômica Federal no primeiro governo Lula, avalia que os projetos econômicos de Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) são "muito próximos" e sofrem pressão do setor financeiro. 

Já as propostas da candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), na avaliação de Mattoso, objetivam dar continuidade ao "crescimento econômico companhado de redução da desigualdade social."

A principal crítica do economista ao projeto de Marina é a independência do Banco Central (BC). Para ele, as propostas "neoliberais" da candidata são contraditórias a sua história. "É surpreendente, mas eu acho que diz respeito a esse domínio que o setor liberal e o pensamento voltado ao passado tem sobre a candidatura dela", considera em entrevista à "Rádio Brasil Atual".

A "independência do BC", bandeira que tem sido defendida por Marina, é compreendida pelo economista como uma tentativa de tornar o órgão um quarto poder. "Ao se definir a independência do Banco Central, você está criando um quarto poder que não é submetido as regras democráticas, esse é o problema central", diz. O controle da inflação e a política monetária são responsabilidades das políticas do BC, que devem atender aos interesses da sociedade. Nesse sentido, a independência resultaria em práticas definidas pelos interesses do setor financeiro.

A elevação dos juros, por exemplo, pode significar retração econômica, aumento do desemprego, elevação da desigualdade. "A pergunta que se tem que fazer é: Independente de quem? Para quê? Por quê?", questiona. Mattoso critica as posturas de Marina e Aécio, a quem acusa de "fugir da discussão sobre distribuição de renda."

Na opinião do economista, o debate eleitoral foge dessa questão e alimenta o pessimismo econômico. Por isso, Dilma tem dificuldades em apresentar os avanços sociais de seu governo e do ex-presidente Lula. "Eu acho que Dilma tem deixado claro, nos seus programas eleitorais, a redução histórica da desigualdade acompanhada de crescimento econômico, mas nos debates, nas entrevistas, isso não fica suficientemente claro, porque as perguntas não dão espaço para isso, são dirigidas a questões pontuais e equivocadas."


FONTE: da Redação do "Rede Brasil Atual" (RBA)   (http://www.redebrasilatual.com.br/eleicoes-2014/projetos-economicos-de-aecio-e-marina-nao-tratam-da-reducao-da-desigualde-social-3976.html).

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