domingo, 26 de outubro de 2014

APOSTA DA VEJA E GLOBO É O TERCEIRO TURNO GOLPISTA




ALTMAN: "APOSTA DA VEJA É TERCEIRO TURNO GOLPISTA"

"O jornalista Breno Altman afirma que objetivo da família Civita [e da família Marinho, via seu noticiário repercutindo a Veja] vai além de tentativa desesperada para influenciar o resultado eleitoral: “O lodoso periódico e seus comparsas estão decididos a preparar o terreno para sabotagem e desestabilização do governo petista”. Citando o jornalista da publicação Reinaldo Azevedo, que incitou o impeachment de Dilma Rousseff, ele afirma que “a alcateia dos famintos lobos da direita está se lançando, desde já, a um terceiro turno anticonstitucional, no qual o desenlace golpista venha a reverter o voto popular”. O PSDB, de Aécio Neves, já apresentou ações contra a presidente Dilma e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

Do "Brasil 247"


O jornalista Breno Altman vê na capa da Veja com acusação sem provas contra a presidente Dilma Rousseff e contra o ex-presidente Lula uma tentativa da família Civita de desestabilização do governo petista.

Segundo ele, o objetivo vai além da influência eleitoral e visa “um terceiro turno anticonstitucional, no qual o desenlace golpista venha a reverter o voto popular”, como já declarou claramente o blogueiro da revista Reinaldo Azevedo, ao incitar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A presidente Dilma Rousseff deu resposta histórica e contundente ao principal semanário do país: “terrorismo eleitoral”. Levou doze anos para o PT efetivamente reagir contra a organização criminosa travestida de imprensa, mas o fez com determinação.

Não foi deixada pedra sobre pedra. A fala da candidata petista à reeleição recordou campanha sistemática movida por Veja contra ela e Lula.

Denunciou por infâmia e crime eleitoral a publicação das margens do rio Pinheiros. Conclamou o povo a “responder nas urnas contra a revista e seus cúmplices” e informou que dará sua resposta na Justiça.

Os aplausos e a solidariedade à reação presidencial, contudo, não serão suficientes para o período político no qual o país está ingressando.

O objetivo da família Civita vai além de tentativa desesperada para influenciar o resultado eleitoral. O lodoso periódico e seus comparsas estão decididos a preparar o terreno para sabotagem e desestabilização do governo petista.

A alcateia dos famintos lobos da direita está se lançando, desde já, a um terceiro turno anticonstitucional, no qual o desenlace golpista venha a reverter o voto popular.

Leia, abaixo, a íntegra em "aposta de Veja é terceiro turno golpista":

APOSTA DE VEJA É TERCEIRO TURNO GOLPISTA



Por Breno Altman

"A presidente Dilma Rousseff deu resposta histórica e contundente ao principal semanário do país: “terrorismo eleitoral”. Levou doze anos para o PT efetivamente reagir contra a organização criminosa travestida de imprensa, mas o fez com determinação.

Não foi deixada pedra sobre pedra. A fala da candidata petista à reeleição recordou campanha sistemática movida por Veja contra ela e Lula. Denunciou por infâmia e crime eleitoral a publicação das margens do rio Pinheiros. Conclamou o povo a “responder nas urnas contra a revista e seus cúmplices” e informou que dará sua resposta na Justiça.

Os aplausos e a solidariedade à reação presidencial, contudo, não serão suficientes para o período político no qual o país está ingressando.

O objetivo da família Civita vai além de tentativa desesperada para influenciar o resultado eleitoral. O lodoso periódico e seus comparsas estão decididos a preparar o terreno para sabotagem e desestabilização do governo petista.

A alcateia dos famintos lobos da direita está se lançando, desde já, a um terceiro turno anticonstitucional, no qual o desenlace golpista venha a reverter o voto popular.

O tema está escolhido: as denúncias de corrupção na Petrobrás. A meta também. De tudo farão para impedir Dilma de governar e afastá-la do poder.

Quaisquer dúvidas a esse respeito podem ser dirimidas pela leitura de artigo publicado pelo senhor Reinaldo Azevedo, um dos personagens canhestros que faz às vezes de ideólogo do neoconservadorismo.

Se Dilma for reeleita e se for verdade o que diz o doleiro”, anuncia o rato que ruge da marginal direita, “devemos recorrer às leis da democracia para impedir que governe.” Ainda não fala em “golpes e revoluções”, como reitera em seu blog, mas não disfarça o empenho para subverter a decisão das urnas a partir de expedientes como o da última edição de Veja.

Não são apenas figuras caricatas, no entanto, que adensam o caldo dessa política. O ex-governador Alberto Goldman/PSDB, em artigo recente, igualmente foi direto ao ponto. “O Brasil rejeitou Dilma”, afirmou o dirigente tucano. “Dilma não teria condições de governar o Brasil.”

As forças conservadoras afligem-se com a derrota iminente, mas a dor é dilacerante quando olham para 2018. Seu núcleo mais reacionário fará qualquer coisa para inviabilizar que Lula possa disputar as próximas eleições presidenciais, para as quais emerge como pule de dez.

O governo e o PT serão caçados impiedosamente pelos que estão dispostos a se aproveitar, de forma antidemocrática, da situação de duplo poder na qual o país está empatado desde 2003.

O bloco progressista ganhará a disputa pela chefia de Estado pela quarta vez seguida, mantendo o comando da administração federal. Mas o Parlamento, a Justiça e os meios de comunicação permanecem sob hegemonia da oligarquia do dinheiro e da informação.

Parte da direita aparentemente está decidida a romper esse equilíbrio. A capa de Veja é um dos múltiplos sinais do caminho que essas frações decidiram tomar. Caso a esquerda não entenda tal mudança na estratégia conservadora, poderá se ver em maus lençóis.

Se o petismo repetir o que fez em eleições anteriores, desmobilizando sua base social após a vitória e aceitando o empate como cenário intransponível, a ofensiva reacionária terá maiores chances de se impor.

Mas existe o outro lado da moeda.

Há enormes energias acumuladas, durante a atual campanha, para romper esse cerco. O campo popular, que reconstruiu importantes laços de unidade e capacidade de mobilização, tem musculatura para dar ao governo suficiente apoio na batalha contra o golpismo.

O pressuposto é que a presidente, o PT e seus aliados estejam dispostos a combinar uma potente agenda econômico-social com o enfrentamento às fortificações principais da reação: o sistema político autoritário e o monopólio dos meios de comunicação.

A edição corrente de Veja, alvíssaras, talvez sirva para uma conclusão indispensável: setores poderosos da burguesia brasileira não querem mais brincar de paz e amor".

FONTE: do "Brasil 247"  (http://operamundi.uol.com.br/brenoaltman/2014/10/24/aposta-de-veja-e-terceiro-turno-golpista/).

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