sexta-feira, 24 de outubro de 2014

FUNDADOR DO PSDB DECLARA APOIO À DILMA


O ex-ministro de FHC/PSDB alerta que o sistema financeiro e seus economistas, que representam os interesses rentistas e externos, reúnem todas as suas forças contra a presidenta Dilma.

Bresser-Pereira, fundador do PSDB, declara apoio à Dilma

"Em discurso no ato público dos intelectuais de São Paulo, na PUC-SP, na segunda-feira (20), Luiz Carlos Bresser-Pereira, fundador do PSDB e ex-ministro do governo FHC/PSDB, convocou "os intelectuais brasileiros a votarem pela reeleição da Presidente Dilma Rousseff."

Leia a íntegra do discurso:

"Meus amigos,

Estou aqui para convocar os intelectuais brasileiros a votarem pela reeleição da Presidente Dilma Rousseff.

Esta é novamente uma eleição em que se confrontam pobres e ricos, progressistas e conservadores, esquerda e direita, desenvolvimentistas e neoliberais.

Ora, nesse quadro, não há dúvida em quem votar. É necessário votar no candidato que representa os pobres ou os trabalhadores;

No candidato que é progressista ou de centro-esquerda, no candidato que está comprometido com os pobres e as novas classes médias, não com os ricos e a classe média tradicional;

No candidato cujo compromisso seja continuar a avançar nas conquistas sociais destes últimos doze anos, não em congelá-las e fazê-las regredir.

No candidato que, além de defender os interesses dos pobres, defende também os interesses dos empresários que investem e criam empregos;

No candidato que defende o Brasil, porque defende o nacionalismo econômico e a soberania nacional, ao invés de o liberalismo econômico e a dependência ou o colonialismo.

É necessário votar no candidato que é desenvolvimentista, porque sabe que é necessário combinar mercado e Estado, ao invés de professar o credo neoliberal do Estado mínimo;

No candidato que sabe que não basta responsabilidade fiscal (que não basta controlar as despesas públicas);

Que é também necessária responsabilidade cambial, ou seja, a busca do equilíbrio comercial ou da conta-corrente do país;

No candidato desenvolvimentista que defende um pacto político social-democrático que envolva os empresários, os trabalhadores e a nova classe média.

No candidato que rejeita a coalizão rentista ou neoliberal – o acordo dos muito poucos que une os capitalistas e as classes médias rentistas aos financistas e aos interesses estrangeiros, que rejeita o acordo de muito poucos em favor de juros reais altos e câmbio apreciado.

Eu sei que essa coalizão de interesses financeiros se declara representar a razão econômica universal;

Eu sei que ela engana a muitos, que acreditam que o neoliberalismo pode levar ao desenvolvimento econômico e mesmo à justiça social;

Mas não tenham dúvida: o neoliberalismo aprofunda sempre as desigualdades, e – o que é pior – leva sempre os países em desenvolvimento ao baixo crescimento e à crise financeira;

Sim, ao baixo crescimento e à crise da dívida externa, porque o liberalismo econômico defende déficits em conta-corrente crônicos, que mais cedo ou mais tarde levam o país a quebrar e a pedir socorro ao FMI.

Meus amigos, no próximo domingo nós, brasileiros, temos uma decisão crucial a tomar:

Ou continuamos a promover o desenvolvimento econômico e a diminuir as desigualdades, ou nos entregamos ao rentismo e ao neoliberalismo;

Ou nos inserimos na economia mundial em termos competitivos, ou nos submetemos aos países ricos;

Ou continuamos a construir uma nação que cresce com diminuição das desigualdades, ou entregamos nossa soberania aos interesses estrangeiros.

A presidente Dilma está a um passo de ser reeleita.

Os pobres sabem que ela os defende, e por isso votam nela; já os ricos, votam praticamente todos no candidato da direita, porque assim defendem seus interesses.

Os rentistas estão hoje ressentidos. Doze anos de governo de esquerda já basta para eles.

O sistema financeiro e seus economistas, que representam os interesses rentistas e externos, reúnem todas as suas imensas forças contra a presidente Dilma Rousseff.

Mas isso não impedirá que Dilma seja reeleita.

Mas isso não impedirá que o Brasil continue realizando uma revolução democrática e progressista".

FONTE: do portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/251926-1).

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