sexta-feira, 28 de novembro de 2014

DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA CAI 18% EM UM ANO. É O 2º MENOR DA HISTÓRIA





CAI 18% DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL EM UM ANO

"O resultado é referente ao período entre agosto de 2013 e julho de 2014, em relação ao período anterior – agosto/2012 a julho/2013. Os dados estimados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O estado que mais desmatou foi o Pará, com 1.829 km²; e o que menos desmatou foi Tocantins, 48 km².

Por Andreia Verdélio, repórter da Agência Brasil

O desmatamento caiu 18% na Amazônia Legal no período entre agosto de 2013 e julho de 2014, em relação ao período anterior – agosto/2012 a julho/2013. Os dados estimados foram divulgados quarta-feira (26) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O resultado do mapeamento de 2014 apresentou taxa de 4.848 quilômetros quadrados (km²) desmatados, comparados a 5.891 km² do período anterior.

O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (PRODES), do INPE, computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso. O cálculo da taxa de desmatamento foi obtida após o mapeamento de 89 imagens de satélite.

A avaliação do INPE mostra que essa é a segunda menor taxa de desmatamento na Amazônia Legal desde que o instituto começou a medi-la, em 1988, no âmbito do PRODES. De 2004 a 2014, a redução na taxa de desmatamento foi 83%. Naquele ano, o desmatamento foi 27.772 km² de florestas, quando foi criado o "Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal". A menor taxa foi registrada em 2012, quando foram desmatados 4.571 km².

Os estados que mais desmataram no último período foram o Pará, com 1.829 km² desmatados; o Mato Grosso, 1.048 km²; e Rondônia, com 668 km². Entre 2013 e 2014, o Acre desmatou 312 km²; Amazonas, 464 km²; Maranhão, 246 km²; Roraima, 233 km²; e Tocantins, 48 km²".



FONTE: escrito por Andreia Verdélio, repórter da Agência Brasil. Transcrito no jornal "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/amazonas247/161796/Cai-18-desmatamento-na-Amaz%C3%B4nia-Legal-em-um-ano.htm).

COMPLEMENTAÇÃO 1

DESMATAMENTO EM QUEDA É TROFÉU DE DILMA



Do "Brasil 247":


"Os dois menores índices de desmatamento na Amazônia Legal da história do Brasil foram registrados durante o governo da presidente Dilma, destaca Paulo Moreira Leite (PML), em seu blog no "247". Dados divulgados - 4.848 km² desmatados entre agosto de 2013 e julho de 2014 - podem ser considerados um "troféu" depois que o tema "assombrou" a campanha da petista, lembra ele. Dilma foi acusada de "incompetência" pela candidata Marina Silva, que afirmou que o índice teria aumentado em sua gestão, e ainda de ter atrasado a divulgação dos números para não perder votos na disputa. "Vê-se, agora, que os dados eram bons demais para serem escondidos", constata o jornalista. "Não trabalho com especulação. Trabalho com trabalho", explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
(...)

Durante a campanha, Dilma foi acusada de "incompetência, ineficiência e falta de compromisso" no assunto, pela adversária Marina Silva (PSB), que fez, na ocasião, "uma advertência aos eleitores que hoje parece comédia", nas palavras de PML. Segundo Marina, a gestão da presidente "pegou o desmatamento em queda e vai entregar para o futuro governo em alta". Os números divulgados na tarde de quarta-feira 26, no entanto, provam o contrário.

A presidente também foi acusada de atrasar a divulgação dos números para não perder votos. "Vê-se, agora, que os dados eram bons demais para serem escondidos", observa o jornalista. A esse respeito, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, explicou durante coletiva de imprensa: "Não trabalho com especulação. Trabalho com trabalho". Na avaliação do colunista, "os bons resultados permitem" que o País não seja apenas objeto de críticas no cenário internacional, mas tenha "estatura para tornar-se sujeito de um debate no qual a geografia lhe garante posição muito especial".

Leia aqui ou a seguir a íntegra do artigo de PML:

O TRIUNFO AMBIENTAL DE DILMA 



Por Paulo Moreira Leite

"Acusada de praticar um desenvolvimento predatório, a presidente encerra primeiro mandato com os melhores índices de desmatamento da história

Depois de assombrar a campanha de Dilma Rousseff durante a campanha presencial, os números oficiais sobre o desmatamento da Amazônia, divulgados hoje (26) à tarde, tornaram-se um dos troféus do governo após a disputa eleitoral.

De acordo com os dados do PRODES, entre agosto de 2013 e julho de 2014 o país assistiu ao segundo menor desmatamento de sua história: 4848 quilômetros quadrados. O menor índice, também registrado no governo Dilma, ocorreu em 2012. Foram 4571 km 2.

Com os números de 2014, a presidente Dilma Rousseff cravou um resultado surpreendente para quem é frequentemente acusada por ambientalistas de ser adepta de um desenvolvimento econômico predatório, sem respeito pelo meio ambiente. Nos quatro anos do primeiro mandato, seu governo tem a menor média de desmatamento desde que o INPE começou a fazer esse tipo de estimativa, em 1988: são 5432 km 2/ano.

Em seu segundo mandato, Lula ficou com a média de 9.757. No primeiro, a média de Lula foi de 21. 617 km2, até um pouco maior que o segundo mandato de 18.825 km2 obtido por Fernando Henrique Cardoso — fato que um bom números de estudiosos atribuem ao receio da política ambiental de seu governo, onde Marina Silva pontificou como estrela principal durante seis anos. Entre 2003 e 2008, período em que Marina Silva foi ministra do Meio Ambiente, a média de desmatamento foi de 18.505 km2.

Ministra do Meio Ambiente por cinco anos — já estava no posto no último ano do mandato de Lula — Isabella Teixeira acumulou a melhor média em cinco anos.

Basta fazer as contas dos dados de Marina para começar a ouvir os risos de satisfação que os números do PRODES produziram entre auxiliares da ministra Izabella Teixeira.

Durante a campanha presidencial, Marina Silva fez uma advertência aos eleitores que hoje parece comédia:

— "Temos uma cortina de fumaça na Amazônia. A presidente Dilma pegou o desmatamento em queda e vai entregar para o futuro governo em alta".

Convencida do que dizia, a candidata foi além na denúncia e atribuiu os números ruins “à incompetência, ineficiência e falta de compromisso com a proteção da Amazônia.

A verdade é que os dados de desmatamento — e a maioria dos números que refletem uma atividade humana — não caminham em linha reta. Se 2012 registrou o volume mais baixo da história, em 2013 ocorreu um salto superior a 29% para 5891 km2. Mesmo assim, era um dos mais baixos de todos os tempos.

Havia, obviamente, um debate político-eleitoral. A oposição sustentava que essa elevação sugeria uma tendência. Para o governo, era um ponto fora da curva. Mas a visão pessimista era tão grande que o governo foi acusado de ter atrasado a divulgação dos dados sobre [o desmatamento] para não perder votos na campanha eleitoral. Vê-se, agora, que os dados eram bons demais para serem escondidos.

Não trabalho com especulação. Trabalho com trabalho,” disse a ministra Izabella Teixeira, na entrevista coletiva onde anunciou os dados.

Os números do desmatamento refletem crescimento da preocupação das autoridades e dos brasileiros em relação a questão ambiental. Um processo de anos e que se combinou com a pressão de entidades ambientais [estrangeiras], interessadas em monitorar a Amazônia como um espaço supranacional.

Mas também são produto de um empenho especial e pouco conhecido de Dilma Rousseff. Já como ministra-chefe da Casa Civil, ela assumiu diretamente a coordenação dos trabalhos contra o desmatamento. Como presidente, estruturou um grupo de trabalho, o CGI, formado pelo ministério do Meio Ambiente, com participação das Forças Armadas, da Polícia Federal e outros grupos de intervenção dedicados a reprimir o desmatamento ilegal, em operações que “muitas vezes parecem um filme de guerra,”  relata um civil que já participou dessas ações. Auxiliado por equipamentos de boa tecnologia, inclusive radares sensíveis ao calor, o CGI produz resultados que garantem as atenções presidenciais — em toda sua existência, nunca foi vítima de cortes de orçamento que costumam desfazer tantos projetos bem intencionados em todos os governos.

Para estimular a agricultura de baixo carbono na Amazônia, definidas as áreas de pastagens destinadas ao gado, o Planalto investiu R$ 4 bilhões.

Os dados do desmatamento coincidem com novo papel que o Brasil começa a desempenhar em encontros internacionais sobre o meio ambiente. Os bons resultados permitem assumir ao país a postura de quem não é apenas objeto de críticas — injustas ou não — mas possui estatura para tornar-se sujeito de um debate no qual a geografia lhe garante posição muito especial. Etapa intermediária da Conferência de Paris, no ano que vem, uma reunião diplomática em Lima pode servir como teste para uma proposta para redistribuir responsabilidades entre países ricos, em desenvolvimento e países pobres na questão ambiental, chamada de "Círculos Concêntricos", conforme revelou Daniela Chiaretti no jornal 'Valor Econômico'".

FONTE da complementação 1: escrito por Paulo Moreira Leite em seu blog   (http://paulomoreiraleite.com/2014/11/26/dilma-deu-troco-ambiental/) e transcrito e comentado 
no jornal digital "Brasil 247"   (http://www.brasil247.com/pt/247/ecologia/161840/PML-desmatamento-em-queda-%C3%A9-trof%C3%A9u-de-Dilma.htm). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

COMPLEMENTAÇÃO 2

Desmate na Amazônia cai e é o segundo menor em 36 anos


Por Fernando Brito


[Ampliar, para melhor visualizar o gráfico]


"Vocês e eu assistimos, nos últimos meses, um festival de hipocrisia em matéria ambiental.

Desmatamento na Amazônia dispara”, escreveu a [tucana] "Folha", não faz muito tempo.

Tudo com base em dados preliminares, colhidos em períodos curtos, a partir de observações que têm a função essencial de alertar para a ocorrência de focos de desmate ou queimadas.

Ontem à tardinha (26), saíram os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, do programa de monitoramento da Amazônia com satélites, o PRODES, que, desde 1988, mede as taxas anuais de desmatamento na região.

E o resultado foi que o desmate em 2013/2014 caiu 18% em relação a 2013/2012.

É o segundo menor em incremento de área desmatada na Amazônia desde que começaram as medições, perdendo apenas para o de 2011/2012.

Se os jornais gostassem de fazer cálculos primários contra outros, tal como faz com Dilma, poderiam, por exemplo, dizer que o desmatamento anual em 2009, último ano de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, era 54% maior do que agora.

Uma simplificação estúpida, claro, porque programas antidesmatamento dependem menos de pirotecnias de rapazes e moças da classe média do que de políticas públicas, de legislação e, no final da linha, do funcionamento dos órgãos de fiscalização.

O papel do Código Florestal – que ainda precisa de aprimoramentos, sobretudo na questão das matas ciliares – foi imenso nessa mudança e tende a ser mais ainda, à medida em que suas regras vão sendo implantadas, progressivamente, sobretudo a do "Cadastro Ambiental Rural", que proibirá, a partir de 2016, a concessão de crédito ao produtor rural que não o fizer.

É preciso também que, como prevê o Código, atenção a algo normalmente esquecido pela mídia: a recomposição de áreas devastadas, que este ano alcançou mais do que o dobro da quantidade de terra vitimada pelo abate de árvores.

E, sobretudo, entender que, com todos os nossos problemas ambientais, não podemos cair no “conto do vigário” de que somos os “vilões” ecológicos do planeta.



Olhe só este gráfico do Banco Mundial sobre a percentagem de área florestal do Brasil [a linha superior], dos Estados Unidos e a média mundial [de 2003 a 2012].

E você sabe que a ocupação econômica do território interior dos EUA é muito, muito mais antiga que a brasileira.

Os EUA derrubaram 90% de suas florestas e a Europa arrasou 99%. Mas a imprensa brasileira baba de inferioridade ao dizer que eles conseguiram “aumentar em 1,5%” a área florestal nos últimos anos.

Defender o meio-ambiente é uma necessidade e um ato de lucidez indispensável.

Mas fazer isso só no quintal dos outros depois de ter devastado o seu e, pior ainda, impor ao planeta um modo de vida estupidamente consumista e devastador, é só hipocrisia e defesa de privilégios.

Só acredita nisso quem acredita em fadinhas ou em consciência ambiental de bancos, que ocupam o topo da “cadeia alimentar” do capitalismo"

FONTE da complementação 2: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/?p=23304).[Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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