Merval ["Globo"] quer abrir o Brasil para empreiteiras americanas. Já está aberto, não sabia?
Por Fernando Brito
"Merval Pereira tem um mérito: encontra uma maneira de mostrar sempre o que vai por trás das campanhas moralistas.
Ontem, em sua coluna, chama de “pressão” do Governo o que é um fato obvio: se não tiver autorização orçamentária para pagar obras, o governo não poderá pagar a quem as faz.
É claro que as empreiteiras, que têm poder de “convencimento” equivalente à “amizade” da metade do Congresso a quem doou nas campanhas eleitorais, é quem pressionam para aprovação da revisão da lei orçamentária.
O genial Merval surge, então, com a “grande solução” para o problema das obras públicas no Brasil.
Importar empreiteiras!
“As principais empreiteiras brasileiras têm obras em várias partes do mundo, mas têm garantia de mercado interno, fechado para as grandes empresas internacionais de engenharia de construção civil e obras de infraestrutura. O Brasil não permite a entrada, em seu mercado doméstico, de construtoras americanas, alemãs, francesas, japonesas, italianas, portuguesas.”
Merval, em primeiro lugar, não é verdade que o Brasil não permita a entrada de construtoras estrangeiras.
Ao contrário, com a crise européia e a retomada dos investimentos no Brasil, elas já desembarcaram aqui com seus dólares e seu apetite.
Pode ser lido aqui, sem dificuldades até para Merval Pereira, que isso é um fato.
Até a “honestíssima” [sic] Halliburton, que se viu envolvida nos maiores escândalos junto com o vice-presidente de George W. Bush nos contratos da Guerra do Iraque, planeja dobrar de tamanho aqui em terras tupiniquins.
A dificuldade dessas empresas não é corromper políticos e governantes brasileiros.
Elas sabem fazer isso tanto quanto as nacionais, ou melhor. E ainda têm mais facilidade em pagar lá fora, com menos rastros e sem necessidade de doleiro para cambiar em dólar.
A dificuldade é que o mercado de engenharia pesada no Brasil é tecnica e economicamente capaz de fazer as obras mais complexas.
E é assim há mais de 30 anos, registre-se.
Alguém avise o Merval para encontrar uma tese melhor, senão não o convidam mais para aquele famoso cafezinho na embaixada americana."
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=23190).
"Merval Pereira tem um mérito: encontra uma maneira de mostrar sempre o que vai por trás das campanhas moralistas.
Ontem, em sua coluna, chama de “pressão” do Governo o que é um fato obvio: se não tiver autorização orçamentária para pagar obras, o governo não poderá pagar a quem as faz.
É claro que as empreiteiras, que têm poder de “convencimento” equivalente à “amizade” da metade do Congresso a quem doou nas campanhas eleitorais, é quem pressionam para aprovação da revisão da lei orçamentária.
O genial Merval surge, então, com a “grande solução” para o problema das obras públicas no Brasil.
Importar empreiteiras!
“As principais empreiteiras brasileiras têm obras em várias partes do mundo, mas têm garantia de mercado interno, fechado para as grandes empresas internacionais de engenharia de construção civil e obras de infraestrutura. O Brasil não permite a entrada, em seu mercado doméstico, de construtoras americanas, alemãs, francesas, japonesas, italianas, portuguesas.”
Merval, em primeiro lugar, não é verdade que o Brasil não permita a entrada de construtoras estrangeiras.
Ao contrário, com a crise européia e a retomada dos investimentos no Brasil, elas já desembarcaram aqui com seus dólares e seu apetite.
Pode ser lido aqui, sem dificuldades até para Merval Pereira, que isso é um fato.
Até a “honestíssima” [sic] Halliburton, que se viu envolvida nos maiores escândalos junto com o vice-presidente de George W. Bush nos contratos da Guerra do Iraque, planeja dobrar de tamanho aqui em terras tupiniquins.
A dificuldade dessas empresas não é corromper políticos e governantes brasileiros.
Elas sabem fazer isso tanto quanto as nacionais, ou melhor. E ainda têm mais facilidade em pagar lá fora, com menos rastros e sem necessidade de doleiro para cambiar em dólar.
A dificuldade é que o mercado de engenharia pesada no Brasil é tecnica e economicamente capaz de fazer as obras mais complexas.
E é assim há mais de 30 anos, registre-se.
Alguém avise o Merval para encontrar uma tese melhor, senão não o convidam mais para aquele famoso cafezinho na embaixada americana."
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=23190).
Talvez saia mais barato do que essas empreiteiras ladras e corruptoras aqui do Brasil.
ResponderExcluirAo Iurikorolev,
ResponderExcluirEventualmente, empresas americanas, chinesas, cubanas, argentinas etc poderão fazer mais barato. As nossas empreiteiras também têm feito muitas obras importantes no Exterior, inclusive nos EUA.
A escolha de empresa nacional, contudo, deve ser analisado em universo maior, além do preço, pois abrange muitos outros benefícios para o Brasil além do decorrente da obra feita, como geração de empregos, impostos, movimentação da economia, elevação do conhecimento.
Maria Tereza