segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

REPENTINO ATAQUE VIOLENTO DOS EUA AO PANAMÁ NO NATAL


[OBSERVAÇÃO deste blog 'democracia&política':

Por oportuno, na ocasião do aniversário do bombardeio natalino oferecido pelos EUA ao Panamá por motivos incompreensíveis, transcrevo postagem deste blog efetuada em 12 de março de 2008 intitulada "O BRASIL E AS GUERRAS MAIS RECENTES DOS EUA -2ª PARTE":

..."Julguei conveniente recordarmos com mais detalhes o comportamento bélico dos EUA nas últimas décadas. É importante essa análise para melhor identificarmos o que é "fantasia antiamericana", teorias da conspiração", e o que é hipótese concreta de conflito neste continente com envolvimento norte-americano.


No “Capítulo 1”, tratei do imenso uso militar da mídia pelos EUA, desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Os subtítulos daquele primeiro capítulo foram: “OS EUA E A MÍDIA” e “O TERROR ATÔMICO SUAVIZADO NA MÍDIA”:   http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2008/03/o-brasil-e-as-guerras-mais-recentes-dos.html.

Em continuação, tratarei da guerra dos Estados Unidos contra o Panamá no final de 1989:

O TERROR NO PANAMÁ POR “JUSTA CAUSA”

"Avançando no tempo quarenta e cinco anos, saltando de Hiroshima e Nagasaki (mencionadas no artigo anterior) para outro exemplo nas Américas, temos a “Operação Justa Causa”, executada poucos dias antes do início da década de noventa.

Os EUA atacaram o Panamá à noite, repentinamente, em dezembro de 1989, um mês após a queda do muro de Berlim e cinco dias antes do Natal.

O pretexto oficial norte-americano para aquela violação de todos os princípios de convivência das nações foi, surpreendente e simplesmente, "prender o Presidente Noriega", então por eles acusado de ser "corrupto" e de ter "ligações com narcotraficantes" (foi levado para os EUA e lá “julgado” e condenado a quarenta anos de prisão).

Para aquele fim, bastaria meia dúzia de agentes da CIA...

Ficou evidente que um objetivo real foi testar em ambiente noturno (e mostrar ao mundo, para também amedrontar) suas novas armas e seu então mais moderno sistema de comando, coordenação e controle eletronicamente integrados; e também para deixar claro que a América Latina era quintal dos EUA.

Principalmente, visavam, com aquela operação, apagar, na prática, os Tratados Carter-Torrijos, sobre a devolução do Canal do Panamá aos panamenhos que deveria ocorrer em 2000. Os acordos foram assinados em 1977. 


Quebrando os acordos firmados pelo Presidente Carter, os EUA quiseram voltar a garantir, sem concessões aos interesses daquele país da América Central, as ligações entre as costas leste e oeste norte-americanas via o canal e a permanência das tropas e bases norte-americanas no Panamá.

Empregaram de surpresa, no bombardeio da capital panamenha enfeitada para o Natal, sem declarar guerra, contra um país indefeso e praticamente sem Forças Armadas, 27.000 soldados superequipados e centenas de aviões de combate moderníssimos, inclusive os caríssimos F-117 “stealth” invisíveis aos radares (desnecessários no ataque, pois nem existiam radares de defesa no Panamá). Aquele ataque ao Panamá custou aos EUA na época o equivalente a mais de um bilhão de dólares. Foi um grande e custoso treinamento.



F-117 (invisíveis aos radares) jogando presentes de Natal no Panamá 


Morreram no ataque centenas de civis panamenhos (algumas fontes informaram mais, cerca de 4.000 mortos).

Com a "derrota" do Panamá, um novo presidente panamenho, Guilhermo Endara, foi logo posto no poder pelos EUA em solenidade dentro de uma barraca militar dos invasores, no dia seguinte à invasão. A imprensa noticiou que foi 
"em prol da democracia".  Pouco tempo depois, em 1993, Endara tinha menos de 10% de aprovação popular. Continuava, todavia, 100% considerado e amparado pela “Casa Branca”.

O mundo e o Brasil, convenientemente "informados" pela mídia internacional e nacional bem manipulada, aceitaram docilmente e sem alardes aquela natalina, benemérita “Operação Justa Causa”, como a batizaram 
os norte-americanos, com humor negro, cinismo, escárnio e maldade. Não houve repercussão negativa no Brasil e no mundo. Ninguém se comoveu com as centenas de civis mortos no ataque aos panamenhos."

Vejamos sobre o assunto a postagem recente do "Jornal GGN"]:

25 anos da invasão do Panamá

Por Motta Araujo

INVASÃO DO PANAMÁ 1989

"Hoje completa 25 anos da invasão do Panamá pelas forças dos EUA para depor o líder Manoel Noriega. O contingente americano foi de 27.000 soldados, basicamente da 7ª Divisão de Infantaria e da 82ª Divisão Aerotransportada. A Operação foi bem sucedida a um custo de 23 soldados americanos mortos, 324 feridos, do lado panamenho 300 soldados mortos, 1.900 feridos e civis. Um número até hoje não definido porque pode ir de 500 a 2.200.

Noriega lutou ferozmente, custou para ser derrotado, foi preso na porta da Embaixada do Vaticano e [ficará] prisioneiro nos EUA por 30 [ou 40?] anos. [Após cumprida] a pena, será enviado à França para cumprir outra pena. Foi essa a última operação "desse tipo" dos EUA na America Latina, "justificada" por causa do caráter estratégico do Pais em função do canal [sic!!!].

Noriega começou como pró-americano. [Segundo a acusação dos EUA], entrou pesado no ramo de venda de direito de passagem para traficantes colombianos de cocaína. Pressionado pelos EUA para interromper o negócio, voltou-se para Cuba, e os EUA o depuseram.[Bonita reconstrução dos fatos]

Por ironia, sua filha mais velha, depois do pai preso, fez concurso para diplomata, foi aprovada nos primeiro lugares e hoje é diplomata do Ministério das Relações Exteriores panamenho."

FONTE: escrito por Motta Araujo no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/25-anos-da-invasao-do-panama). [Título, observação inicial e outros trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política']. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário