sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A GENEROSA TUCANA SABESP E JOSÉ SERRA






A TRAGÉDIA DA "GESTÃO" TUCANA NO ESTADO DE SÃO PAULO

[OBS deste 'democracia&política':

A SABESP, privatizada pelo PSDB, muito propalou no Brasil e nos EUA ser "a 4ª do mundo em nº de clientes" (não explicou que são muitos clientes, mas com torneiras secas). "
Foi eleita como uma das empresas preferidas dos acionistas estrangeiros; ela privilegiou a distribuição de dividendos em prejuízo do investimento na incorporação de novos mananciais" (frase de Saul Leblon na Carta Maior).

Sua dispendiosa propaganda, contando maravilhas da gestão tucana da água, foi intensamente veiculada nas TV em todo o território nacional, especialmente na época de eleições presidenciais em que havia candidato tucano paulista. 

Incompreensivelmente, apesar de não planejar, nem investir para estar apta a fornecer água nos períodos menos chuvosos, como o atual, todos os anos a Sabesp distribuiu gordos lucros. A Sabesp privatizada já distribuiu mais de R$ 4,3 bilhões em lucros para os acionistas (muito mais que isso, pois esse valor não está corrigido monetariamente). Somente no ano passado, a Sabesp distribuiu R$ 1,9 bilhão de lucro, grande parte para acionistas nos EUA. Há pouco tempo, generosa, ela gentilmente doou R$ 500.000 para o (talvez necessitado) ex-presidente tucano FHC (iFHC). Incoerentemente, a Sabesp e o Estado dizem não ter dinheiro suficiente para garantir suprimento de água... 


No fim do ano passado, o governador tucano Alckmin pediu ao governo PT de Dilma R$ 3,5 bilhões para tentar corrigir em distante futuro as faltas de investimento da Sabesp, mas sem prejudicar o bolso recheado de seus acionistas. 

Com o apoio de toda a "grande mídia" (tucana), que trata o problema com o eufemismo genérico de "crise hídrica", colocam 100% da culpa do fracasso "no clima" e no consumidor ("que desperdiça"). Vejamos o artigo seguinte, do GGN]: 

A CRISE DE GESTÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO

"A parceria entre grupos de mídia e governo do estado de São Paulo criou uma miragem que está se esfumaçando com a crise da água: a de que o estado foi bem gerido nos últimos vinte anos.

A enorme blindagem proporcionada, a necessidade de apresentar um contraponto positivo ao governo federal, tornaram o período Alckmin-Serra-Alckmin o mais medíocre da história moderna de São Paulo.

Quase todos os governantes paulistas deixaram marcas na história do Estado, de Paulo Egydio a Franco Montoro, de Orestes Quércia a Mário Covas. Do período Alckmin-Serra, ficam as lembranças de um desmonte geral na administração pública e da mediocridade absoluta, da incapacidade de gerar uma ideia inovadora.

O que se viu foi a antigestão, a inércia imperando em todos os níveis administrativos, governantes sem capacidade de decisão até para enfrentar problemas inevitáveis.

Em 2003, a Grande São Paulo atravessou uma crise de água e os estudos da época já apontavam que, sem novos investimentos, a capacidade de fornecimento de água da Sabesp só bastaria até 2010.

Nada foi feito. A Sabesp serviu apenas como trampolim para operadores do partido, como esse inacreditável Gesner de Oliveira.

A gestão José Serra foi marcada pela fuga permanente no enfrentamento dos problemas.


Serra foi o principal responsável pela grande enchente de 2008, ao cortar as verbas do Estado destinadas ao desassoreamento do rio Tietê. Quando sobreveio o desastre, escondeu-se da população, não apareceu em público, sequer para coordenar a defesa civil.

Na greve da Polícia Militar, escondeu-se no Palácio dos Bandeirantes, recusando-se a negociar. Quando o pau comeu, cedeu depressa, inclusive com concessões na área de aposentadoria que comprometeram as contas públicas futuras do estado.

Na grande crise econômica de 2008, para ser recebido pelo governador, industriais do setor de máquinas e equipamentos ameaçaram se juntar aos trabalhadores para um piquete na porta do Palácio. E não se viu uma estratégia sequer anticíclica. Pelo contrário. Em um momento de crise profunda, Serra implementou a substituição tributária, pressionando ainda mais as empresas e liquidando com as isenções da Lei do Simples.

Ao final da sua gestão, Serra deixou em crise a Universidade de São Paulo, o Instituto Agronômico, o Memorial da América Latina, o Museu do Ipiranga, o Instituto Butantã, a própria Sabesp, a Fundação Padre Anchieta e o sistema cultural do estado – todos aparelhados por apaniguados ou abandonados à sua sorte, no melhor estilo que o PSDB critica no PT.

De seu lado, Alckmin assistiu inerte São Paulo caminhar para a potencialmente mais letal crise da sua história: a expectativa de falta d’água generalizada nos próximos meses.

Tendo especialistas de alto nível na Poli ou mesmo no campo federal, levou dois anos para convocá-los e começar a enfrentar a crise.

No plano federal, o primeiro governo Dilma fez-se merecedor da enxurrada de críticas [dos colunistas tucanos] que se abateu sobre seu "voluntarismo" [isto é, porque não "seguiu à risca os 'conselhos' do mercado"].

Se a régua que a mede fosse usada para o governo de São Paulo, Dilma se tornaria uma [idolatrada pela direita] Margareth Thatcher.

Lá e cá, em Brasilia e em São Paulo, há enorme escassez de estadistas ou, no mínimo, de gestores."

FONTE:
escrito por Luis Nassif no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/a-crise-de-gestao-no-estado-de-sao-paulo).[Título, subtítulo e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política']


COMPLEMENTAÇÃO

As digitais de Serra na crise da água



Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

"Há um personagem tentando sair de fininho, como a Pantera Cor de Rosa quando escapa na ponta dos pés, da mixórdia da Sabesp e da crise da falta de água em São Paulo.

Trata-se de José Serra.

Em 2009, quando ele era governador, um alerta foi disparado. O relatório final do Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê registrava que o Sistema Cantareira apresentava altas garantias de atendimento, mas tinha “déficits de grande magnitude”. Havia uma série de recomendações. Não saberemos se a Sabesp seguiu qualquer uma delas. Provavelmente, não.

Serra não foi chamado a responder por nada. Continua posando de "gestor magnífico". Em novo artigo no "Estadão", ele escreve que “memória informa e também é política”. Vale para os outros, não para ele.

Ele não é uma nota marginal no colapso da Sabesp. A ex-presidente da Sabesp Dilma Pena, por exemplo, aquela que falou que não avisava a população da gravidade da situação por “orientação superior”, foi indicação sua. Dilma Pena foi sua secretária de Saneamento e Energia.

Depois que prefeitos do oeste da Grande São Paulo reclamaram do saneamento “caótico”, ele chegou a admitir que a companhia era “o problema número 1 da região”. O que fez?

Propaganda.

De acordo com um levantamento do "Estadão", cinco estatais bateram recordes de despesas com publicidade em 2009. Sabesp, Metrô, CPTM, CDHU e Dersa gastaram 340,6 milhões de reais. A Sabesp foi a que mais gastou.

Foi aberta uma sindicância do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para apurar irregularidades numa campanha veiculada nacionalmente. O valor total do contrato com duas agências de publicidade era de 44 milhões. Na época, o TRE do Rio pediu às TV Globo e Bandeirantes informações a respeito. A "Globo" levou da [bondosa] Sabesp, sozinha, R$ 7,45 milhões, só naquele verão.

Gente do Brasil todo, cujos estados eram atendidos por outras empresas, ficaram cientes da "competência" da Sabesp - e, por extensão, do homem que concorreria à presidência no ano seguinte.

Para quem combate com fervor jihadista o “aparelhamento”, Serra também usou a estatal como cabide de empregos.

Antero Paes de Barros, ex-senador de Mato Grosso pelo PSDB, foi nomeado conselheiro. Barros despachava diretamente de Cuiabá. (Serra, aliás, já havia usado desse expediente para dar uma mão ao ex-deputado Roberto Freire, aliado de todas as horas, premiado com o cargo de conselheiro em outras estatais).

Na "Folha", o presidente da Sabesp desde janeiro Jason Kelman atribuiu os problemas a "fatores esotéricos". “São Pedro tem errado a pontaria, tem chovido, mas não onde deve chover”, escreveu. É uma insistência em subestimar a inteligência alheia. Como diz o senador José Serra, memória informa e também é política."

FONTE da complementação: escrito por Kiko Nogueira no blog Diário do Centro do Mundo. Transcrito no "Blog do Miro" (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/01/as-digitais-de-serra-na-crise-da-agua.html#more).[Imagem do google acrescentada por este blog 'democracia&política'].

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