quarta-feira, 25 de março de 2015

EMPRESÁRIO FRANCÊS DEFENDE O BRASIL DOS ATAQUES DA MÍDIA BRASILEIRA

patrick

O que quer dizer um empresário francês defender o Brasil 
do ataque da mídia brasileira?

Por Fernando Brito

"Patrick Pouyanné é presidente do grupo "Total", quinta maior 
petrolífera do mundo, francesa.

Provavelmente, gosta mais de dinheiro do que eu da Marselhesa.

Deu entrevista à Deborah Berlink, coleguinha veterana da 
[tucana] "Folha", com idade e experiência para escapar do 
“pensamento voraz” da imprensa brasileira.

A leitura é chocante.

A repórter repete “verdades” sobre o “fim do Brasil”.

E o francês diz o que, em português, poderia bem ser traduzindo 
por “ôpa, pera lá, né assim não!“.

Embora fosse mais fácil para ele concordar e exigir mais (ou menos, 
no caso dinheiro, de sua empresa na fase inicial do projeto do 
campo de Libra, no qual é sócio) mostra que não é camelô vendendo 
capa em dia de chuva.

Não está interessado em “enxugar” a Petrobras, apenas em enxugar 
custos, repeitando, entre outras, as regras de conteúdo nacional 
com que se aceitou ser sócio.

Não preciso comentar, só transcrever trechos:

Folha – O crescimento do Brasil está em queda e a Petrobras, 
sua parceira no pré-sal, está metida num escândalo de corrupção. 
Isso o preocupa?Patrick Pouyanné - Acho que a Petrobras é suficientemente sólida 
para enfrentar essas dificuldades. Tem recursos importantes. 
Tenho certeza de que a Petrobras vai sair dessa. Na 'Total", temos 
altas exigências em governança. No que diz respeito à nossa relação 
com a Petrobras e a nossos associados no projeto Libra, queremos 
que a forma como o projeto é administrado esteja em conformidade 
com essa filosofia. Acho que a Petrobras é capaz de enfrentar esse 
tipo de debate, essa tempestade.(…)

Mas a Total é parceira da Petrobras, que, além de enfrentar 
denúncias, está endividada.

Espere! A Petrobras é uma empresa nacional que tem imensos 
recursos de petróleo. O Estado do Brasil tem 60% do pré-sal.

Estou convencido que a Petrobras tem todos os recursos petrolíferos 
para poder enfrentar essa dificuldade financeira. Estou convencido 
de que o estado do Brasil não vai deixar a Petrobras quebrar.

A situação da Petrobras poderá ter uma influência numa questão: 
em que ritmo vamos desenvolver o projeto Libra? A Petrobras estava 
indo muito rápido. Nós, da Total, também queremos ir rápido, mas 
de uma forma que o desenvolvimento seja otimizado no 
plano de custos. Estou convencido de que vamos poder achar 
um bom plano de desenvolvimento de Libra que concilie as 
restrições da Petrobras e da Total.

O senhor prevê uma desaceleração do desenvolvimento 
de Libra?

Não, eu penso que vamos avançar. Mas a prioridade deve ser 
desenvolver o projeto da forma mais eficaz possível em relação 
aos custos. Queremos desenvolver, vamos discutir isso com a 
Petrobras e estou certo de que vamos encontrar um meio de 
avançar no ritmo adequado.(…)

É uma oportunidade. É uma ocasião para mim de passar uma 
mensagem forte à empresa e à indústria, assim como no caso 
do projeto Libra.

A mensagem é a de que é preciso aproveitar agora para gastar 
menos e reduzir custos, ser mais eficaz. Gastamos muito 
dinheiro porque tínhamos muito dinheiro com o barril do 
petróleo a US$ 100. Esquecemos um pouco dos fundamentos 
(econômicos). Risco faz parte da nossa profissão.

Além de redução de custo, que outra mensagem o Sr. 
está passando à Petrobras neste momento?

A de que somos um parceiro de longo prazo. Fomos ao Brasil 
porque, primeiro, o país tem recursos importantes no pré-sal. 
Em toda essa discussão, há muitos elementos de curto prazo 
que você evocou. Mas acho que é preciso manter uma visão 
de parceria de médio e longo prazo. Isso é muito importante 
na nossa indústria.

E o baixo crescimento econômico do Brasil? 
Não o preocupa?

Não, o Brasil tem uma grande população. É um país que 
tem evidentemente um grande potencial.

Estamos com crescimento zero.

Neste momento, mas espere… O mundo inteiro hoje tem 
problema de crescimento e dificuldades por todos os lados
do planeta ligados a problemas monetários e financeiros.

O que sei é que o Brasil tem o fundamental para o crescimento 
econômico, que é sua população. A população exige acesso ao 
bem-estar, ao desenvolvimento social, à energia elétrica e etc.

Acho que o Brasil pode oferecer aos investidores um potencial 
significativo. E é por isso que continua a ser um país que atrai.
(…)

A queda no preço do petróleo não muda os planos?

Libra tem entre 6 e 12 bilhões de barris. Tem uma concessão 
de 35 anos e é tipicamente um exemplo de projeto onde não 
se deve reagir e mudar de ideia em função do preço do petróleo, 
porque teremos 35 anos pela frente. Sabemos que o preço do 
petróleo vai ser volátil, subir e descer.

Nosso grande interesse com o projeto Libra é que não é um projeto 
de curto prazo. É um projeto de produção de longo prazo que pode
 resistir a altos e baixos.(…)

Vocês estão buscando parceiros no Brasil?

Sim, estamos buscando parceiros neste momento. Ainda não achamos 
e se tivesse achado, não lhe diria.

+++++++++++++++

Pano rápido, porque só faltou [a repórter da tucana "Folha"] 
perguntar “por que vocês estão perdendo tempo 
com este país de m…?”

FONTE: escrito por Fernando Brito no seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=25746).[Trechos entre 
colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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