sexta-feira, 24 de abril de 2015

1ª CONDENAÇÃO DA LAVA JATO ENVOLVE PSDB, PP E PSB




Lava Jato: 1ª condenação envolve supostos desvios para PSDB, PP e PSB [imprensa esconde]

Por Patricia Faermann, no Jornal GGN 

[...] "O juiz Sergio Moro condenou os primeiros réus da Operação Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, indicado pelo PP na diretoria que repassava propina ao partido e ao PMDB [1]. O caso julgado refere-se ao superfaturamento e desvio de dinheiro na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Em depoimentos de delação premiada, Youssef afirmou que as propinas nos contratos da refinaria em Pernambuco foram repassadas a três partidos: PSDB, PP e PSB. [A mídia, em conluio com o PSDB, esconde essa informação]

Nenhum dos nomes apontados pelo doleiro - o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), além dos falecidos ex-governador Eduardo Campos (PSB) e o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra - foram julgados com a primeira condenação.

Isso porque a ação penal não se concentra no superfaturamento das obras, mas no esquema de lavagem de dinheiro e operações financeiras realizadas com esses desvios [2]. Sergio Moro preocupou-se, nessa primeira condenação, com o caminho do dinheiro depois de desviado.

A sentença foi proferida na tarde de quarta-feira (22). O caso, entretanto, teve pouca repercussão na imprensa nacional, que divulgou notas semelhantes ao comunicado da assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná. Tomou mais espaço e manchetes um vídeo que ocasionou a prisão da cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari, do que a primeira condenação da Lava Jato.



Na capa da edição de quinta-feira (23), a "Folha" destaca: "Petrobras registra prejuízo de R$ 22 bi; corrupção tira R$ 6 bi". Em segundo plano, dá a notícia: "1ª condenação da Lava Jato atinge doleiro e ex-diretor", em reportagem que não cita o envolvimento de nenhum partido.

Além de Youssef e Costa, seis intermediadores do esquema de corrupção foram condenados: Márcio Andrade Bonilho, Waldomiro de Oliveira, Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles, Pedro Argese Júnior e Esdra de Arantes Ferreira. Juntos, trabalharam em desvios do Consórcio à empresa MO Consultoria, que somou mais de R$ 18 milhóes, entre 2009 e 2012.

Com essa ação penal julgada, Youssef deve cumprir 3 anos em regime fechado, e Paulo Roberto Costa foi condenado a um ano de prisão domiciliar. As penas inferiores resultaram dos acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal. Ambos são réus em outros processos da Lava Jato que ainda não foram concluídos.

Leonardo Meirelles foi sócio de Youssef, dono da Labogen no papel, empresa laranja usada para enviar até US$ 140 milhões ao exterior por meio de importações fictícias. Ganhava comissão de 1% em cima das remessas. Meirelles foi quem denunciou o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e "outro parlamentar tucano do Paraná" como envolvidos também na Lava Jato, recebendo dinheiro do esquema. Em entrevista à "Folha" em fevereiro deste ano, Meirelles disse que Youssef era um "doleiro federal, com poderes em ministérios". Também denunciou o PP, que tinha uma grande dívida com o doleiro, quantia essa usada na campanha de 2010. Leonardo cumprirá 5 anos, seis meses e vinte dias de reclusão em regime semiaberto.

Seu irmão, Leandro Meirelles, também foi condenado a 6 anos e oito meses em semiaberto. Era sócio do laboratório Labogen, teria atuado como auxiliar de Leonardo na evasão de divisas. Além deles, Esdra de Arantes Ferreira, sócio e diretor da Labogen, foi condenado a 4 anos, cinco meses e dez dias de prisão, também em semiaberto.

Márcio Andrade Bonilho, sócio responsável pela administração da importadora Sanko-Sider, admitiu ter pago pelo menos R$ 33 milhões em comissão a Alberto Youssef, para intermediar negócios de sua empresa com grandes construtoras, como Camargo Corrêa, UTC, OAS e Odebrecht. Foi condenado a 11 anos e seis meses de reclusão em regime fechado.

Waldomiro de Oliveira foi apontado como laranja de Youssef na MO Consultoria, empresa que mediou o repasse de propina da Sanko-Sider. Ele recebeu pena de 11 anos e seis meses em regime fechado.

Pedro Argese Júnior fazia a ponte para a remessa ao exterior. Foi condenado como o operador de propinas, atuava na gestão da empresa Piroquímica para a execução de evasão de divisas, recebendo um porcentual sobre os contratos. Condenado a 4 anos, cinco meses e dez dias de reclusão em semiaberto.

[1] Infográfico produzido pelo MPF [que por razões não informadas omite o PSDB e PSB]:



[2] Leia a sentença completa do juiz Sergio Moro: Sentença primeira condenação Lava Jato

FONTE: escrito por Patricia Faermann no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-1%C2%AA-condenacao-envolve-supostos-desvios-para-psdb-pp-e-psb). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

Nenhum comentário:

Postar um comentário