quarta-feira, 29 de abril de 2015

COMO O JUIZ MORO FESTEJARÁ O 1º DE MAIO ?




Como festejará o 1º de maio o juiz Moro?

Por ION DE ANDRADE 

"O 1º de maio é uma data sagrada para os trabalhadores, marca o massacre de 10 trabalhadores americanos na primeira greve geral maciça da história, quando, em 1886, 500.000 pararam em Chicago. É, pois, uma sexta-feira santa, dia de massacre de inocentes.

O juiz Moro vem escrevendo biografia das mais interessantes para os historiadores do futuro, por ela comparecerá, como intuo, como um mau exemplo para o judiciário. Em breve, sofrerá ação no CNJ por abuso de poder, provavelmente sem qualquer resultado, o que produzirá perplexidade nos estudiosos dessa nossa pré-história.

Senão, vejamos;

À frente da "Lava Jato", notabilizou-se com os seguintes atos e fatos: 

---Prendeu o tesoureiro do PT, João Vaccari, porque esse último arrecadou dinheiro para o PT, vindo de empresas implicadas na Operação Lava Jato. O mesmo ocorreu com outros tesoureiros. As empreiteiras doaram igualmente para partidos de oposição. Para o PT, os recursos foram contaminados pela ação dessas empresas nas operações com a estatal, para os demais não;
Vaccari foi preso no dia das últimas manifestações de rua dos trabalhadores contra as terceirizações e contra a bancada patronal;


---Autorizou que o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, outro investigado na Lava Jato, respondesse ao processo em liberdade. Ele foi o único delator a citar o nome do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) como beneficiário do esquema de corrupção. Ele revelou ter repassado R$ 1 milhão em propina ao tucano a pedido do doleiro Alberto Youssef;

---Prendeu Marice Correa Lima, cunhada de Vaccari “por engano” e, reza a lenda, que não se desculpou...;

 
---A senhora Moro é assessora jurídica de Flávio José Arns, Vice do Governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) e ele não se considerou suspeito ou impedido de julgar políticos inclusive do partido que emprega a sua esposa;

---Recebeu prêmio de “Personalidade do Ano” [o dúbio "Faz Diferença"] da "Rede Globo", empresa claramente alinhada à oposição e envolvida com sonegação fiscal;

Tudo isto significa que o juiz Moro não se preocupa em ser ou não reconhecido pela isenção e pela sobriedade.

Na "Globo", atribuiu ao trabalho articulado com o Ministério Público os bons resultados obtidos na Lava Jato... Disse [confessou] ele ao "G1": "O prêmio na verdade não é para mim, existe um trabalho coletivo que envolve o Ministério Público, a Polícia Federal, a Receita Federal”... Na verdade, a Justiça e o Ministério Público NÃO PODEM ter trabalho coletivo, coordenado ou articulado, assim como seria inaceitável que a Justiça pudesse ter trabalho coletivo com os advogados de defesa...

Uma ação articulada entre Justiça e Ministério Público atua em detrimento do réu, que já dá entrada condenado. Essa prática revela parcialidade a priori, incompatível com o exercício da magistratura; por ela, a Justiça e o Ministério Público assumem o mesmo papel acusatório.

O que há de errado em prender Vaccari Neto no dia dos protestos dos trabalhadores contra as terceirizações ou de, enquanto juiz federal de caso que envolve partidos políticos, aceitar prêmio de emissora alinhada à oposição e sonegadora? Nada prova que Vaccari tenha sido preso no dia das manifestações propositadamente para humilhar os trabalhadores, poderia ter sido apenas por coincidência... E nada prova que receber prêmio da maior representante da mídia oposicionista signifique adesão à oposição. No entanto, ELE deveria ser o primeiro interessado em evitar o espetáculo desse teatro de ambiguidades, mas não, em vez disso o sustenta.

Então, o juiz Moro ultrapassou o que deve ser a atitude de um magistrado: a imparcialidade explícita e ostensiva. Ser imparcial e parecer imparcial. E produz nos réus, não o que a justiça preconiza, mas o que Dante escreveu no frontispício do Inferno: “Deixai toda esperança, vós que entrais”.

Na minha hipótese, baterá nos trabalhadores no dia 1º de maio próximo com decisão punitiva sobre alguma personalidade ligada à esquerda. Explicitará mais uma vez uma justiça inquisitorial e ideológica, incompatível com o Estado de direito vigente no Brasil e com a República.

Obviamente que o meu artigo pretende, com essa óbvia profecia, refrear uma intenção em nada difícil de prever de que golpeará a classe trabalhadora no primeiro de maio vindouro, e o faço por tratar-se de uma sexta feira santa, dia de massacre de inocentes.

(Finalmente deixo esse link surpresa para os que continuam confiando no Brasil.
http://m.migalhas.com.br/quentes/217918/cinco-licoes-sobre-a-vida-e-o-di...)

FONTE: escrito por Ion de Andrade e publicado no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/fora-pauta/como-festejara-o-1%C2%BA-de-maio-o-juiz-moro-por-ion-de-andrade).

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