terça-feira, 23 de junho de 2015

REVELADO: EUA APOIAM ESTADO ISLÂMICO




Conspirações

"Não se trata de 'teoria da conspiração', mas de conspiração confirmada e documentada. O grupo norte-americano "Judicial Watch" publicou em maio documentos oficiais dos ministérios dos Estrangeiros e da Defesa dos EUA, obtidos após processo judicial.

Por Jorge Cadima, no Jornal "Avante", de Portugal

O jornalista Seumas Milne (do "The Guardian") refere “um relatório secreto dos serviços de informações dos EUA, escrito em agosto de 2012, que estranhamente prevê – e na prática saúda – a possibilidade de um 'principado Salafita' no Leste da Síria e de um Estado Islâmico [EI] controlado pela al-Qaeda na Síria e Iraque"
 
Em flagrante contraste com as alegações ocidentais de então, o documento da "Defense Intelligence Agency" identifica a al-Qaeda no Iraque (que se viria a tornar no EI) e os seus correligionários Salafitas como 'as principais forças que dinamizam a insurreição na Síria' e declara que 'os países ocidentais, os estados do Golfo e a Turquia' apoiam os esforços da oposição para controlar o Leste da Síria'. Diz o relatório: “a possibilidade de estabelecimento de um principado Salafita declarado ou não é precisamente aquilo que as potências que apoiam a oposição desejam, de forma a isolar o regime sírio”.

A confissão de que o súbito aparecimento e surpreendentes êxitos do 'Estado Islâmico' são “precisamente aquilo que as potências que apoiam a oposição [síria] desejam” não surpreende. Pelo contrário, ajuda a explicar muita coisa. O EI serve de pretexto para o regresso de tropas dos EUA ao Iraque ("NYTimes"). 'Justifica' bombardeamentos e ações de tropas especiais dos EUA em território sírio ("NYTimes"), à revelia do seu governo.

A confissão ajuda a explicar também a recente notícia da agência iraniana FARS de que aviões dos EUA, a pretexto de atacarem forças do ISIL, bombardearam sim um batalhão do exército iraquiano “matando 6 soldados e ferindo outros 8”. Explica ainda os repetidos apoios confessos de Israel aos extremistas islâmicos sírios, como no site "ynetnews.com" (versão Internet em inglês do jornal mais lido de Israel, o Yedioth Ahronoth), que titula: “vídeo raro mostra soldados das IDF [forças armadas de Israel] salvando a vida de rebelde sírio nos Montes Golã”, e adianta: “muitos dos feridos sírios recém-chegados a Israel em busca de cuidados médicos pertencem a grupos islâmicos extremistas”.

A "Bloomberg" noticiou que “desde o início de 2014, representantes de Israel e da Arábia Saudita realizaram cinco encontros secretos para discutir um inimigo comum, o Irã. Na 5ª-feira, os dois países saíram do armário para anunciar essa diplomacia encoberta no 'Council of Foreign Relations', em Washington”. O anúncio oficial do noivado israelense-saudita, apadrinhado por um dos principais "think tanks" da política externa dos EUA, contou com a presença do general saudita Eshki, conselheiro do ex-embaixador nos EUA príncipe Bandar bin Sultan, mais conhecido por 'Bandar Bush' pelas suas ligações a essa 'família real' dos EUA.

Eshki defendeu uma “mudança de regime no Irã” e “um Curdistão independente, a ser constituído por território hoje pertencente ao Iraque, Turquia e Irã”. Pelo lado sionista, esteve Dore Gold, ex-embaixador de Israel na ONU, que em 2003 escreveu o livro “'O Reino do Ódio', sobre o papel da Arábia Saudita no financiamento do terrorismo e extremismo islâmico”. O ódio transformou-se em amor porque, explica Gold, o livro foi escrito “no auge da segunda Intifada, quando a Arábia Saudita financiava e angariava fundos para o assassinato de israelitas” e hoje “é sobretudo o Irã que trabalha com os grupos palestinos que continuam ligados ao terrorismo”. [Onde se lê "terrorismo", leia-se: "à resistência".]

A aliança EUA-Israel-Arábia Saudita une os principais padrinhos do terrorismo e da guerra no plano regional e mundial, todos mestres na mentira e na dissimulação sem princípios. E torna mais do que legítima a pergunta: o que se passou realmente em Nova Iorque, no dia 11 de setembro de 2001?


FONTE: escrito por Jorge Cadima, no Jornal "Avante", de Portugal. Transcrito no portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/266008-9).

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