Sempre um olhar de despeito...
[OBS deste blog 'democracia&política':
Não acredito em disposição de FHC, e do PSDB em geral, de conversar com Lula e Dilma para encontrar caminhos de normalidade política que permitam o Brasil crescer. Nem vejo com bons olhos essa aproximação, por não mais confiar em ensandecidos rottweilers.
Desde o primeiro momento da derrota da direita nas urnas em outubro passado, os tucanos ficaram enraivecidos, não aceitando a vitória de Dilma. O argumento é que foram "somente" 4 milhões de votos a mais, 51,64% a 48,36%. Frustrados e desesperados, têm procurado e tentado todas as maneiras imagináveis, legais e ilegais, sanas e insanas, para retirá-la da cadeira presidencial.
Recontagem de votos, passeatas "fora Dilma" convocadas intensamente pela mídia (totalmente de direita, tucana), incentivo à intervenção militar na esperança de que os militares coloquem a faixa no derrotado Aécio Neves, reprovação das contas de campanha de Dilma, calúnias de corrupção envolvendo Lula e Dilma, condenação por "pedaladas fiscais", classificação como "propina" as doações de empresas ao PT, enquanto que são tratadas como "legais, patrióticas, democráticas, sem interesses implícitos" as doações, até maiores e das mesmas fontes, destinadas ao PSDB e seus aliados. Enfim, essas e muitas outras ações golpistas ininterruptas que têm resultado em paralisia do governo e retrocesso da economia.
Nesse cenário, o grande maestro disso tudo tem sido o magoado FHC, cujo imenso ego ficou mortalmente ferido pela inveja do enorme sucesso de Lula no governo, inclusive pelo seu grande reconhecimento internacional e altas honrarias recebidas no Exterior.
O PT recebeu do governo PSDB o Brasil pobre, quebrado, endividado, sem reservas externas, devendo ao FMI e por isso controlado pelo Fundo, com inflação em 12,5% e fortemente crescente, taxas SELIC estratosféricas, altíssimo "Risco Brasil", elevada proporção de dívida pública/PIB, desemprego a 12% e assim trágicos todos os outros indicadores. Em comparação com os anos FHC, a difícil situação atual é paradisíaca, mesmo com todos os problemas da vigente grave crise externa e nacional.
FHC, direta ou sub-repticiamente, com seus dissimulados maneirismos pseudointelectuais que tentam disfarçar na ironia o seu veneno, com frequência no mínimo semanal, vem alimentando e estimulando o ódio a Lula, a Dilma, ao PT e a todos os que neles votaram. São cada vez mais frequentes agressões públicas a ex-ministros do governo PT, e até a simples cidadãos que vistam camisa vermelha.
Recebendo esses "comandos" de FHC, o pobre Aécio Neves, que todos sabem e compreendem as razões de ele ser limitado intelectual e emocionalmente, sai como touro louco contra as toalhas vermelhas, vomitando sandices, querendo ser presidente. Inclusive, sem autocontrole, deixa escapar suas verdades:
A direita internacional e brasileira e "o mercado", ávidos para voltar ao pleno poder no Brasil, aprovam e incentivam essa estratégia de "quanto pior, melhor", com o total e tradicional apoio da nossa mídia. A imprensa, várias vezes por hora, insufla a derrocada, apregoando a crise, a recessão, a falência, o desemprego. Qualquer notícia positiva é publicada, invariavelmente, acompanhada da expressão "apesar da crise" e de requentadas notícias negativas antecedidas de conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante...
Ontem, sábado, FHC apareceu em destaque na televisão. Pelo menos, foi coerente. Disse que foi consultado se queria conversar com Dilma para encontrar caminhos para o Brasil sair da crise. Ele, do alto do seu imaginário pedestal, respondeu que não. Com grosseira arrogância expressou: "Conversar reservadamente, não em público, é conchavo", ele nunca fez isso (será?). "E conversar para salvar o que não deve ser salvo ele não quer". Muito coerente. No seu governo, ele quebrou a economia três vezes, destruiu o patrimônio nacional. Por que agora teria vontade de salvar o país?
Portanto, sou descrente. Como obter resultados positivos em agora conversar com essa gente!?!
Portanto, sou descrente. Como obter resultados positivos em agora conversar com essa gente!?!
Sobre o assunto, vejamos o artigo seguinte, do jornalista Fernando Brito]:
A tal “conversa com FHC” foi mais uma obra dos “gênios” do entorno de Dilma?
A tal “conversa com FHC” foi mais uma obra dos “gênios” do entorno de Dilma?
Por Fernando Brito
"Três dias depois de iniciada, a “onda” criada a partir do boato – publicado pela [tucana] "Folha" – de que o ex-presidente Lula estaria fazendo sondagens para uma conversa entre Dilma e Fernando Henrique Cardoso, produziu-se o que qualquer pessoa de bom-senso sabia que iria se produzir.
Nada, a não ser mais uma demonstração de arrogância do decano do tucanato, que publicou uma nota grosseira dizendo que “o momento não é de aproximação com o governo” e que “qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo”.
Grosseira porque se serve de uma especulação para dar foros de verdade ao que ele próprio não é capaz de afirmar que aconteceu: a sondagem para um contato. E porque recusar-se a uma conversa com a Presidente da República significa, na prática, negar-lhe a legitimidade de Chefe de Estado que as urnas lhe deram.
E isso não se faz na democracia, embora não se precise ou nem mesmo se deva concordar com o que diz o governante maior do país.
Fernando Henrique, ele próprio, no final de 2002, convocou para uma conversa os principais candidatos à sua sucessão, para anunciar-lhes que iria, de novo, ajoelhar o Brasil diante do FMI. Todos compareceram, ouviram o então Presidente e suas explicações sobre a “terceira quebra” do país e, mesmo discordantes, reconheceram seu direito de agir como lhe parecia adequado, a alguns meses apenas de sua saída do cargo.
Ninguém lhe disse que não iria a uma “tentativa de salvar o que não deve ser salvo”, talvez tenha esquecido o desmemoriado da Sorbonne.
Mas o fato – ou factoide – tem algo mais preocupante do que o jogo-de-cena tucano.
É a autoria dessa historieta, que tudo está indicando ser de algum dos “geniais” articuladores políticos de Dilma, que não entendem que há um processo golpista – e não uma mera crise política – em curso e que nele os tucanos estão metidos até a alma.
E, além dela, a atitude de gente que deveria ser politicamente responsável mas que – perdoem a palavra, mas é um gauchismo do qual o caso não permite fugir – se comporta como “cabaçudo”, com declarações cobertas de rapapés sobre a especulação lançada com o único objetivo de deixar Dilma e sua disposição de conversar com todos – o que nada tem de errado – com uma imagem de pedinte abandonada e ser “esnobada” pelos tucanos.
Nem mesmo inteligência tiveram para sair com uma declaração formal, do tipo “a Presidenta dialoga com todas as forças políticas que desejem m dialogar, mas não recebeu, até o momento, qualquer manifestação neste sentido do ex-presidente”.
Tudo indica que a “ideia genial” proveio de gente que faz de tudo para intrigar Lula com Dilma e que viu na possibilidade de “plantar” essa informação uma forma de atribuir a Lula a covardia com que encara os fatos, foge do combate político e a crença, furadérrima, de que o clube da elite vai ter condescendência com o governo eleito."
FONTE: escrito por Fernando Brito no seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=28501) [Título, imagens do google e observação inicial em azul acrescentados por este blog 'democracia&política'].
Ótimo Blog, parabéns ..
ResponderExcluirAo Hunterx,
ResponderExcluirMuito obrigada pelo elogio. Recebo-o como estímulo para melhorar o blog
Maria Tereza