domingo, 29 de novembro de 2015

TURQUIA PERDE A BATALHA DA INFORMAÇÃO




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A Turquia, da Otan, derruba um avião e perde a batalha da informação

Por FERNANDO BRITO

"A história da derrubada do avião russo por jatos do Governo da Turquia está ainda muito mal contada.

Quinta-feira, o The New York Times publicou os mapas da trajetória da aeronave Sukhoi SU-24 abatida, tanto na versão da Rússia quanto na versão da Turquia, que reproduzo acima (ampliar para visualizar).

A alegação turca é que o avião russo cruzou uma proeminência de território turco que avança na Síria, Como você vê no mapa [em amarelo], esse trecho tem 2 milhas de largura (3,2 km) e, segundo os próprios turcos, foi cruzado de maneira quase perpendicular às duas linhas de fronteira que faz.

A velocidade máxima de um SU-24 é de 2.320 km por hora, mas ele não voa normalmente a ela. A velocidade de cruzeiro é de 850 km por hora, mais ou menos a mesma de um jato comercial.

Portanto, para cruzar 3,2 km, o avião levaria 14 segundos apenas em território turco. Os turcos alegam que a suposta violação de espaço aéreo durou 17 segundos, tempo em que o avião atravessou o trecho, segundo a Turquia .

Não é possível, portanto que os turcos tenham, como alegado, "advertido o avião russo por dez vezes ao longo de cinco minutos". Até mesmo para uma advertência, o tempo esperado para a resposta e o posicionamento para disparo, travamento de mira e o tempo de curso do míssil, o tempo sejam 14 ou 17 segundos, indica que, pelo menos no momento do impacto, o avião russo estava fora do espaço aéreo turco.

  • O navegador do aparelho abatido, capitão Konstantin Murakhtin, que foi resgatado ileso – o piloto foi morto a tiros por rebeldes sírios quando descia de paraquedas, depois de ejetar-se – disse que não houve advertência, nem por rádio, nem visual (o F-16, caça, é muito mais veloz que o SU-24, pode fazer isso em segurança) e que nem perceberam a aproximação do avião turco a tempo de fazer uma manobra evasiva.

Não é crível que , advertido, o avião russo não estaria com todos os sistemas antimísseis em alerta máximo, ainda mais se estivesse violando deliberadamente espaço aéreo hostil.

A TV russa, mesmo recusando a versão russa, mostra as declarações do presidente turco, Tayyp Erdogan, em situações em que se acusava a Turquia de violações de espaço aéreo, dizendo que penetrações de aeronaves do seu país, de poucos segundos, não se constituíam em razão de disparos.

A Rússia, se quiserem perguntem a Napoleão ou a Hitler, sabe como ninguém transformar os ataques recebidos em longas esperas pela hora da reação.

O jogo da guerra, em escala global, é a política. O território a ser conquistado é o da opinião pública."

FONTE: escrito por FERNANDO BRITO no seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/31706-2/).

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