quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

BRASIL PAGA R$ 500 BILHÕES ANUAIS COM BOLSA-BANQUEIRO-AGIOTA (20 VEZES MAIOR QUE BOLSA-FAMÍLIA)




[OBS deste blog 'democracia&política': 

Hoje, será decidida a taxa Selic para os próximos meses. 

Em 2015, os juros nominais devidos pelo setor público aos bancos alcançaram cerca de R$ 500 bilhões! (meio trilhão de reais; 20 vezes maior que o tão criticado "Bolsa-Família"). 

Os bancos estrangeiros e nacionais, partidos e políticos "do mercado" e a mídia comprada querem "Banco Central independente", para que que o BC fique ainda mais livre, somente à mercê do comandamento dos bancos e com total liberdade para subirem quando e quanto quiserem a taxa Selic e os juros em geral, para níveis ainda mais absurdos e extorsivos].

"FÓRUM 21" e "Frente Brasil Popular": A quem serve o Banco Central?

Unânimes contra a elevação dos juros, intelectuais e lideranças da sociedade civil divulgam uma nota em repúdio ao aumento da taxa SELIC.

"Representantes do Fórum 21 reuniram-se em Assembleia Geral, na última sexta-feira (18/01), em São Paulo, para debater e aprovar o estatuto da entidade, a ONG Fórum 21: ideias para o avanço social. Durante o encontro, também foi discutido o aumento da taxa de juros SELIC, programado para os próximos dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Em repúdio à elevação dos juros, intelectuais, professores universitários, jornalistas, lideranças da sociedade civil, sindicalistas e militantes políticos que compõem o Fórum 21 e a Frente Brasil Popular divulgaram, na segunda-feira (18.01), uma nota denunciando a irresponsabilidade do Banco Central e as consequências nefastas da elevação dos juros ao país.

“Isso nada contribui para reduzir a inflação, mas é um poderoso mecanismo de transferência de renda da parcela mais pobre e mais produtiva para a parcela mais rica e menos produtiva da população”, aponta a nota. Segundo as entidades, “uma nova rodada de aumento da taxa de juros significa que o Banco Central almeja abertamente uma contração maior da demanda, mais desemprego e mais redução do salário real médio”.

O Fórum 21 e a Frente Brasil Popular também questionam o que pretende o Banco Central: “produzir a maior recessão da história brasileira e uma trajetória explosiva da dívida pública, gerando mais desvalorização cambial e mais pressão inflacionária? A quem isso pode interessar?

Confiram a íntegra da nota:

A quem serve o Banco Central?

"Nos próximos dias, os diretores do Banco Central do Brasil se reunirão para decidir sobre a taxa de juros SELIC. Diante da fragilidade da economia brasileira, essa reunião é particularmente importante e deixará claro a quem o BC serve: à população brasileira ou ao mercado financeiro.

Como a própria instituição reconhece em suas publicações, nos últimos meses houve contração da demanda agregada e aumento no desemprego no Brasil. Uma nova rodada de aumento de taxa de juros significa que o Banco Central almeja abertamente uma contração maior da demanda, mais desemprego e mais redução do salário real médio.

O patamar elevado das taxas de juros em 2014 contribuiu para a desaceleração da economia, mas o novo ciclo de elevação de juros iniciado em outubro desse ano jogou o Brasil, em 2015, em uma recessão que ainda não deu mostras de reversão. Ao mesmo tempo, a taxa de inflação aumentou por causa de eventos únicos como a desvalorização cambial e o reajuste abrupto de preços administrados, cujo impacto não vai se repetir, muito menos sobre o núcleo da inflação brasileira.

Não há qualquer pressão de demanda excessiva que exija contenção com elevações da taxa de juros. Pelo contrário, experimentamos a maior recessão desde a Grande Depressão de 1929, podendo tornar-se a mais profunda da história republicana. O aumento acelerado do desemprego inviabiliza qualquer recuperação do salário real médio, que cai há vários meses. Sob qual pretexto o BC pretende reduzir ainda mais o nível de emprego e salários, assim como os lucros de empresas especializadas na produção de bens e serviços?

Os beneficiários exclusivos do aumento de juros são os bancos e investidores financeiros, curiosamente o único grupo cujas expectativas de inflação o Banco Central se preocupa em consultar. Como não há qualquer excesso de demanda que o aumento dos juros possa conter, a determinação dos juros SELIC deixa de servir para controlar a inflação e se transforma em um instrumento para preservar juros reais elevados para os portadores de títulos financeiros.

Isso nada contribui para reduzir a inflação, mas é um poderoso mecanismo de transferência de renda da parcela mais pobre e mais produtiva para a parcela mais rica e menos produtiva da população.

A economia brasileira e as finanças públicas não suportam mais financiar a bolsa-rentista que o Banco Central insiste em oferecer. Em 2015, os juros nominais devidos pelo setor público alcançaram cerca de R$ 500 bilhões (meio trilhão de reais!), tendo registrado pouco mais de R$ 300 bilhões em 2014. Como exemplo desta situação, vemos um corte brutal nas áreas sociais no orçamento da União.

O que pretende o Banco Central: produzir a maior recessão da história brasileira e uma trajetória explosiva da dívida pública, gerando mais desvalorização cambial e mais pressão inflacionária? A quem isso pode interessar?

É inadiável repensar o mandato do Banco Central e a porta giratória entre sua diretoria e o mercado financeiro.

Diante disso, o Fórum 21 vem a público denunciar a gravidade da situação econômica brasileira e a irresponsabilidade da política monetária do Banco Central do Brasil, reivindicando a redução urgente da taxa de juros SELIC."

FONTE: do "FÓRUM 21" e "Frente Brasil Popular". Transcrito e comentado no site "Carta Maior"   (http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Nota-do-Forum-21-A-quem-serve-o-Banco-Central-/7/35338).[Título e trecho inicial entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política']

Nenhum comentário:

Postar um comentário