Polícia Federal estava se transformando no 4º poder
Por Alex Solnik, jornalista
"Na geléia geral em que se transformou a política brasileira, criou-se uma lenda segundo a qual a Polícia Federal é um órgão autônomo que pode investigar o que quiser, do jeito que quiser, sem dar satisfações a ninguém e colaborando, inclusive, para derrubar um governo eleito do qual faz parte. Uma completa subversão da ordem.
Em qualquer wikipedia da vida é fácil encontrar a definição de que a Polícia Federal é uma instituição subordinada ao Ministério da Justiça.
Nunca entendi porque o agora ex-ministro da Justiça não se pautava por essa premissa.
E deixou que o diretor da Polícia Federal, que agora deverá ser substituído, invertesse as coisas, dando a entender que o ministério é que era subordinado a ele.
Permitir que uma instituição armada subordine o governo e não o oposto é um perigo imenso para a democracia. O poder civil, numa democracia, é que deve comandar o poder militar.
Tanto o ministério da Justiça quanto a Polícia Federal têm o dever de defender o governo dos seus inimigos, que não são poucos, e não atuar para enfraquecê-lo, como vinha acontecendo.
Foi o que vimos, para citar um exemplo próximo, durante o governo Lula, quando o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos atuou a favor do governo e impediu que caísse depois da delação, não premiada, de Roberto Jefferson.
Vamos ouvir muito, nesses dias, queixas de policiais federais e até de comentaristas políticos, alegando que José Eduardo Cardozo estava certo ao deixar a Polícia Federal livre, leve e solta, ignorando, sem querer ou de propósito, que há uma hierarquia a ser respeitada. Tanto no governo quanto na imprensa. Senão, não existiria diretor de redação, cada repórter poderia fazer o que quisesse.
Do jeito que as coisas estavam indo, a Polícia Federal estava assumindo o papel de polícia política [partidária], tal como no III Reich, com poder de tomar suas próprias decisões sem dar satisfações ao ministro e ao governo do qual faz parte.
A Polícia Federal não pode constituir um poder em si mesma, assim como o Exército. Os poderes são apenas três. Ambos devem obedecer ao poder civil; é assim que reza a constituição. A comandante-em-chefe do Exército é a presidente da República, tal como acontece em todas as democracias do mundo."
FONTE: escrito por Alex Solnik, jornalista. Publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/219067/Pol%C3%ADcia-Federal-estava-se-transformando-no-4%C2%BA-poder.htm).
Por Alex Solnik, jornalista
"Na geléia geral em que se transformou a política brasileira, criou-se uma lenda segundo a qual a Polícia Federal é um órgão autônomo que pode investigar o que quiser, do jeito que quiser, sem dar satisfações a ninguém e colaborando, inclusive, para derrubar um governo eleito do qual faz parte. Uma completa subversão da ordem.
Em qualquer wikipedia da vida é fácil encontrar a definição de que a Polícia Federal é uma instituição subordinada ao Ministério da Justiça.
Nunca entendi porque o agora ex-ministro da Justiça não se pautava por essa premissa.
E deixou que o diretor da Polícia Federal, que agora deverá ser substituído, invertesse as coisas, dando a entender que o ministério é que era subordinado a ele.
Permitir que uma instituição armada subordine o governo e não o oposto é um perigo imenso para a democracia. O poder civil, numa democracia, é que deve comandar o poder militar.
Tanto o ministério da Justiça quanto a Polícia Federal têm o dever de defender o governo dos seus inimigos, que não são poucos, e não atuar para enfraquecê-lo, como vinha acontecendo.
Foi o que vimos, para citar um exemplo próximo, durante o governo Lula, quando o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos atuou a favor do governo e impediu que caísse depois da delação, não premiada, de Roberto Jefferson.
Vamos ouvir muito, nesses dias, queixas de policiais federais e até de comentaristas políticos, alegando que José Eduardo Cardozo estava certo ao deixar a Polícia Federal livre, leve e solta, ignorando, sem querer ou de propósito, que há uma hierarquia a ser respeitada. Tanto no governo quanto na imprensa. Senão, não existiria diretor de redação, cada repórter poderia fazer o que quisesse.
Do jeito que as coisas estavam indo, a Polícia Federal estava assumindo o papel de polícia política [partidária], tal como no III Reich, com poder de tomar suas próprias decisões sem dar satisfações ao ministro e ao governo do qual faz parte.
A Polícia Federal não pode constituir um poder em si mesma, assim como o Exército. Os poderes são apenas três. Ambos devem obedecer ao poder civil; é assim que reza a constituição. A comandante-em-chefe do Exército é a presidente da República, tal como acontece em todas as democracias do mundo."
FONTE: escrito por Alex Solnik, jornalista. Publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/219067/Pol%C3%ADcia-Federal-estava-se-transformando-no-4%C2%BA-poder.htm).
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