Infelizmente, já era prevista a notícia, abaixo transcrita, sobre conseqüências danosas da irresponsável campanha da mídia brasileira, que criou o pânico e a desinformação no povo sobre a febre amarela.
Essa não foi a primeira, nem será a última vez que a imprensa brasileira agirá dessa maneira insensata. A razão desse comportamento da grande mídia nos últimos anos merece uma análise, que faremos em futuro próximo.
Um detalhe trágico-ridículo é a “zorra” que caracteriza as matérias publicadas.
Por exemplo, repórteres leigos em medicina, sem ouvirem ou citarem especialistas, exortam procedimentos médicos à população.
Um caso já famoso é o da Folha de São Paulo e da sua colunista Eliane Catanhêde. Há poucos dias, incentivaram fortemente a população a um procedimento errado para a saúde. Publicou a FSP: “Com sua licença, vou usar este espaço para fazer um apelo para você que mora no Brasil, não importa onde: vacine-se contra a febre amarela! Não deixe para amanhã, depois, semana que vem... Vacine-se logo!...Vacine-se logo! Senão, Lula, o Aedes Aegypti vem, pica e mata sabe-se lá quantos neste ano -- e nos seguintes."
A profusão de comportamentos irracionais da mídia brasileira tem sido até cômica, se abstrairmos as conseqüências danosas para o Brasil. Apresentadores de programas de culinária, cantoras, artistas de novelas, transmitem, sem apoio de autoridades no ramo, contundentes críticas a complexas políticas econômicas, de saúde, a políticas externas e por aí afora...
Infelizmente, tudo isso tem um preço, geralmente pago pela população desprevinida dos interesses na maioria das vezes escusos que movem esses comportamentos da imprensa brasileira.
A notícia que me causou essas reflexões foi a seguinte, lida hoje na “Folha Online”
“18/01/2008 - 22h51
País tem 31 casos de superdosagem de vacina contra a febre amarela
da Folha Online
O Ministério da Saúde comunicou na noite desta sexta-feira o registro de 31 casos de pessoas que tiveram reações adversas à vacina contra febre amarela por superdosagem. Estas pessoas, segundo a pasta, tomaram uma nova dose de vacina antes que a anterior expirasse --o prazo de validade da imunização é de dez anos, sem necessidade de reforço. Em dois destes casos, os pacientes estão internados em estado grave.
Em Brasília, uma mulher de 36 anos está internada no Hran (Hospital Regional da Asa Norte), com suspeita de reação à vacina. Ela respira com auxílio de aparelhos.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a mulher vive em Riacho Fundo 2 e chegou ao hospital com "quadro de dificuldade de andar e episódios de desmaio", evoluindo para "um estado grave com paralisia dos membros inferiores, posteriormente superiores e dispnéia [dificuldade de respirar]".
Para a equipe médica que a acompanha, ou ela sofreu reação à vacina ou desenvolveu um processo infeccioso agudo ou tem síndrome de Guillain-Barré. Os resultados dos exames que identificarão o problema devem ser divulgados na semana que vem.
Os sintomas de reação à revacinação são: febre, dor de cabeça, vômito, enrijecimento dos músculos e problemas neurológicos.
O Ministério da Saúde recomenda vacinação apenas a pessoas que vivem em áreas de risco ou que irão visitá-las em breve e que não são vacinadas contra a doença desde antes de 1999.
Desde o começo do ano, houve 11 casos confirmados de febre amarela no país, dos quais sete evoluíram para a morte. O caso mais novo foi confirmado nesta sexta, pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás. Em nota, a pasta afirmou que a paciente é uma jovem de 19 anos, da cidade de Pirenópolis, que já teve alta.”
Infelizmente também, a intensa campanha continua. Escutei há pouco na Rádio CBN notícia sobre grandes filas, em São Paulo, com pessoas nervosas lutando para vacinar-se. O locutor, incompreensivelmente, estimulou ainda mais a corrida emergencial da população para a vacina. Terá ele ouvido o Ministério da Saúde e autoridades em medicina para aquela exortação?
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