A grande imprensa brasileira, nos últimos anos, tem sido recorrente em criticar a assunção da condição de senador por suplentes que não receberam votos do povo. É importante essa discussão. Parabéns à mídia!
O interessante e curioso, contudo, é o fato de, por muitos e muitos anos, esse problema ter sido abafado ou considerado sem importância pela imprensa. Será que foi porque Fernando Henrique Cardoso "foi eleito" senador sem um voto sequer? Ele assumiu a cadeira no senado, sem um único voto, com o afastamento do senador Franco Montoro...
A grande mídia e os seus patrocinadores nacionais e estrangeiros sempre defenderam fortemente FHC e as "modernidades" implantadas no seu governo nos campos econômico e financeiro. Terá sido esse o motivo da misteriosa omissão?
Hoje, foi publicado o seguinte artigo no jornal Folha de São Paulo:
"Lobinho será o 174º suplente a ocupar a vaga sem voto algum
De Adriano Ceolin:
Edison Lobão Filho (DEM-MA) será o 174º suplente a exercer o mandato de senador sem ter conseguido um voto sequer, segundo dados registrados pelo Senado nas últimas quatro legislaturas -entre os anos de 1995 e 2008. Ele vai assumir o lugar do pai, Edison Lobão (PMDB-MA), nomeado novo ministro de Minas e Energia.
Essa troca de cadeiras reproduz uma prática que se tornou comum no Congresso ao longo dos anos: parentes e financiadores de campanha -alguns deles alvos de denúncias de processos na Justiça- tornando-se senadores sem passar pelo crivo das urnas. Quase sempre, a vaga de suplente é uma moeda de troca entre partidos ou a garantia de que o mandato permanecerá com a família."
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