Este blog comentou em 7 de janeiro, sob o título "Novo Iraque?" (ver no arquivo; clicar no índice) o grave problema surgido na América do Sul devido ao petróleo venezuelano.
Hoje, foi publicado no blog do jornalista Luis Carlos Azenha o artigo a seguir exposto, abordando o mesmo assunto.
Os brasileiros ainda não perceberam, parece-me, como os interesses das grandes potências econômicas e militares já estão interferindo no nosso dia-a-dia, inclusive nas matérias que são publicadas na grande mídia e nas atitudes de importantes políticos. O objetivo seria a obtenção do respaldo do Brasil para, dentro de alguns anos, uma interferência militar dos EUA e da Inglaterra na Venezuela?
"PROPAGANDA CONTRA CHÁVEZ: É SÓ COINCIDÊNCIA OU FAZ PARTE DE ALGUMA OPERAÇÃO SECRETA?
Publicado em 22 de janeiro de 2008
O cartunista Morin é o autor da "piada", que foi publicada no Miami Herald e reproduzida no Washington Post. Hugo Chávez aparece na porta da masmorra dizendo: "Estou de novo a caminho de uma missão para libertar reféns". No chão, acorrentada, a Venezuela, supostamente refém de Chávez.
Um "refém" que elegeu Chávez e reelegeu Chávez por ampla maioria em 2006. Um "refém" que derrotou a proposta de reforma constitucional do governo Chávez.
Este é apenas mais um exemplo da campanha de propaganda que é movida nos Estados Unidos contra o presidente da Venezuela. O Miami Herald e a versão em espanhol do jornal, o El Nuevo Herald, são participantes ativos da campanha. Chávez é visto como "tirano" por republicanos. Um dos mais importantes líderes da direita religiosa americana, Pat Robertson, pediu na TV o assassinato de Chávez. De onde vem o ódio?
No discurso, do fato de que Chávez é aliado de Fidel Castro e, portanto, inimigo dos interesses americanos na América Latina. Mas o caso é muito mais complexo.
Chávez assumiu o poder em 1999, freou a privatização da gigante de petróleo estatal PDVSA, assumiu controle da empresa e, como membro-fundador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), ajudou a empurrar para cima os preços do barril.
A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo da região. São reservas próximas do mercado americano. São reservas que ganham importância a cada dia, com o aumento de consumo na Índia e na China e com a dificuldade de encontrar novos poços de petróleo. Chávez está sentado sobre uma fortuna trilhardária e não quer entregá-la aos Estados Unidos NAS CONDIÇÕES IMPOSTAS POR WASHINGTON.
Tudo o mais é subsidiário. Mas meu interesse, aqui, é investigar se existe conexão entre a campanha que acontece nos Estados Unidos com a que acontece em outras partes do mundo - no Brasil e na Europa, por exemplo. Quero dizer conexão física ou financeira. Ou a propaganda anti-Chávez é resultado apenas da rejeição automática a alguém que discorda da globalização como ela está se dando hoje em dia?
De fato, sabemos que o encarregado da missão de espionar Cuba e Venezuela chama-se Timothy Evan Langford, que trabalha no escritório do Diretor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Mike McConnell. Qual é a tarefa do DNI? Abriga o chefe da comunidade de espionagem dos Estados Unidos. É o principal assessor do presidente americano, do Conselho de Segurança Nacional e do Conselho de Segurança Doméstica em questões de inteligência e segurança nacional; também coordena a implementação do Programa Nacional de Inteligência.
Uma das tarefas desse braço do governo americano é conduzir "atividades especiais sob as ordens do presidente".
O cargo de espião-chefe para Cuba e Venezuela foi criado em 18 de agosto de 2006 pelo então diretor de Segurança Nacional, John Negroponte. Antes o DIN tinha cinco divisões: para o Irã, a Coréia do Norte, antiterrorismo, contra a proliferação de armas e contra-informação.
O espião-chefe para Cuba e a Venezuela, Timothy Evan Langford, é formado em estudos da América Latina pela Universidade do Texas em Austin. Fez carreira na Central de Inteligência Americana (CIA)."
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