Ontem, 21 de fevereiro, este blog observou o estranho comportamento da imprensa em defesa da exploração por estrangeiros dos megacampos de petróleo e gás recentemente descobertos pela PETROBRÁS no litoral brasileiro.
Na matéria "A TV GLOBO E O PETRÓLEO BRASILEIRO", exemplifiquei que, no telejornal "Bom Dia Brasil" daquele dia, vi a comentarista Miriam Leitão fazer uma surpreendente defesa dos grupos estrangeiros interessados em explorar as reservas petrolíferas brasileiras.
Com uma expressão que, para mim, não denotava veracidade, a comentarista defendeu a continuação do processo de licitação internacional da exploração daquelas grandes reservas de petróleo e de gás recém-descobertas pela PETROBRÁS.
Sustentou a necessidade de prosseguimento do processo, mesmo após os fortes indícios de que tenha havido furto de valiosas informações sigilosas e privilegiadas sobre aqueles campos, o que deturparia e viciaria a licitação.
Achei tudo muito estranho. Pareceu-me, nas entrelinhas, uma defesa do ladrão, dos seus grandes gastos com o furto, cujas perspectivas de retorno do investimento agora estariam sendo ameaçadas por um rasteiro e ultrapassado sentimento "nacionalisteiro".
Hoje, o Jornal Folha de São Paulo, nada menos do que no seu Editorial, ridicularizou e descartou impressionantemente a possibilidade de cobiça internacional!
Transcrevo trechos:
“Insegurança de Estado
Governo e Petrobras desinformam o público e alimentam teorias conspiratórias no caso do furto de dados sigilosos.
Tarso Genro, ministro da Justiça, provou-se o mais loquaz defensor da tese de conspiração "geopolítica".
A ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, e o próprio Gabrielli, da Petrobras, negam que a ocorrência policial seja motivo para alterar a licitação de novas áreas de exploração.
A insistência de setores do governo no caráter estratégico das informações furtadas, no entanto, mantém em cena, por ora sem sustentação nenhuma nos poucos fatos conhecidos, o espectro da cobiça internacional. É um prato cheio de carniça para dinossauros nacionalistas e estatizantes.
Ninguém ignora que existe espionagem na bilionária indústria do petróleo. No caso do furto da Petrobras, contudo, nem mesmo isso está caracterizado.
Não é a primeira vez que o governo Lula aproveita fatos extraordinários no setor petrolífero para turvar o processo de abertura ao capital privado. No caso da descoberta de Tupi, foi prudente retirar algumas áreas do cronograma de licitações. Ao repetir-se, porém, esse padrão começa a abrir cunhas de suspeita sobre as reais intenções "estratégicas" e "geopolíticas" do governo na matéria".
É...A imprensa joga pesado a favor do capital privado estrangeiro...
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