sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

MINO CARTA PERDEU FORTUNAS POR NÃO LOUVAR FHC E DANIEL DANTAS

Li ontem no "Blog do Mino" um texto de resposta a internauta. Aparentemente simples e coloquial, o conteúdo é muito significativo. Ele evidencia sutilmente os meandros da luta da imprensa pró-FHC de ontem e pró-PSDB/DEM de hoje, governante e partidos esses convenientes para outros interesses maiores. Vejamos:

"Resposta às acusações

Respondo ao navegante Arilo. Vota neste que batuca na Olivetti porque adoro, amo, venero ser homenageado. Acho que não me conhece. Pouco importa, mas aproveito para responder a todos aqueles que acusam CartaCapital de ser sustentada pela publicidade do governo Lula. Estão mal informados. A revista Exame, da Editora Abril, quinzenal de business, tem mais anúncios governistas do que CartaCapital, semanal de Informação, Política, Economia e Cultura.

Saibam estes caluniadores, raros felizmente, que se a grana abundante fosse meu objetivo de vida, eu estaria rico. Abastado mesmo. No entanto, vivo até hoje de salário, muito, mas muito menor, do que aquele recebido por diretores de redação e redatores-chefe dos jornalões, de inúmeros colunistas e, nem se fale, dos profissionais da televisão. Esta gente, saibam os navegantes, ganha mais do que seus pares americanos e europeus.

Cheguei a receber o maior salário da imprensa nativa enquanto dirigi Veja, e renunciei a ele ao me demitir para não receber parte da indenização que cabia à Editora. Imaginem o que ganharia se tivesse prestado meu apoio ao governo de FHC, ou se louvasse a megalomania de Daniel Dantas, ou se dissertasse sobre as qualidades da elite nativa, e por aí afora.

Apoiei Lula desde os tempos ásperos. Como líder sindical, como fundador do PT (sem ser petista), como parlamentar, como candidato à presidência três vezes sem êxito. O seu governo, enfim emplacado, decepciona-me freqüentemente. Ainda assim, já disse e repito, acho melhor do que qualquer tucano, ou udenista emplumado. A política, dizem, é a arte do possível. E me agrada sobremaneira um operário na presidência, grande novidade.

No mais, não deixem de anotar que CartaCapital é a única semanal que em 2007 cresceu em tiragem. As demais, sem exceções, caíram.”

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