O EMBATE "ENDINHEIRADOS vs POVO" É O NORMAL, NA HISTÓRIA DO MUNDO.
Ontem, sob o título “Cada um deve meter o nariz nas suas coisas”, postamos matéria sobre o novo degrau da forte campanha pelo retorno do PSDB e DEM-PFL ao poder. Essa grande escalada (ou afundada?) já completa cinco anos.
Os grandes atores mais explícitos, mais televisivos, dessa batalha têm sido, além dos referidos partidos, a grande mídia brasileira e o sempre ativo colaborador presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Superior Tribunal de Justiça (STF), Marco Aurélio de Mello. Ele tanto aparece como herói na TV GLOBO e na mídia em geral que, conforme li no blog "Brasil, mostra a sua cara", ele já é conhecido como “o ator global”.
Já abordamos neste “democracia & política” (ver “Por que a grande mídia é tucanopefelista”, de 10/02/2008) que o camuflado, mas o principal, interessado nessa luta pela volta ao poder no Brasil é o grande capital estrangeiro e seus derivados nacionais. Como bem definiu o jornalista Luis Carlos Azenha hoje, é a “minoria endinheirada” que move essa campanha.
Esse quadro sempre foi assim no mundo. Azenha hoje exemplifica em seu blog com o caso do presidente dos EUA Franklin Delano Roosevelt, na primeira metade do século passado. Leiamos:
“LULA vs. JUSTIÇA TEM PRECEDENTE HISTÓRICO”
“São Paulo- Sempre que um presidente ganha da população o mandato para fazer mudanças que afetam os direitos da minoria, especialmente a minoria endinheirada, ela corre atrás da mídia - ou a mídia atrás dela - e da Justiça. É uma saída óbvia: com o voto de um só juiz a oposição pode se contrapor a milhões de votos dos eleitores e resguardar seu espaço de manobra. Acuada, usa o artifício de dizer que enfrenta um regime "ditatorial", "populista", uma "república sindical" - o que for necessário para tentar preservar os seus privilégios.
Analisem, por exemplo, o que aconteceu com o presidente Franklin Delano Roosevelt nos Estados Unidos. Quando ele lançou o "trabalhismo" americano, que o manteve no poder durante quase 16 anos, com três reeleições, FDR pisou no pé da elite americana. Enfrentou então a maior campanha midiática que um presidente dos Estados Unidos já enfrentou. Foi salvo pelo rádio, a "nova mídia" da época.
E, na Suprema Corte, o chefe era um ex-candidato presidencial do Partido Republicano, Charles Hughes, que havia disputado a eleição de 1919. Doze dos programas do New Deal morrerram na Corte, considerados inconstitucionais. Assim que foi reeleito por grande margem FDR foi para a ofensiva. Fez um discurso em 1937 atacando diretamente a Suprema Corte e lembrando aos eleitores que sete dos nove juízes tinham sido indicados por presidentes republicanos que o antecederam.
Roosevelt pediu ao Congresso a aprovação de uma lei que permitiria a ele indicar um novo juiz para cada um dos integrantes da Corte que tivessem mais de 70 anos de idade (eram seis na época). Charles Hughes caiu na real e se deu conta de que, aprovada a lei, o Partido Democrata assumiria o controle da Suprema Corte. Para evitar as acusações de partidarismo, ele mudou de posição e foram aprovados, por 5 a 4, dois dos programas fundamentais de Roosevelt. Nasciam nos Estados Unidos a Previdência Social e o equivalente da Consolidação das Leis do Trabalho.
A proposta de Roosevelt para reformar a Suprema Corte foi derrotada no Congresso em julho de 1937, mas então ela já havia conseguido emplacar seus principais programas, inclusive a adoção de um salário mínimo nacional.”
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