quinta-feira, 6 de março de 2008

A COLÔMBIA FOI CONDENADA PELA OEA

Li, há instantes, uma mais correta interpretação da polêmica decisão da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a invasão militar colombiana no território do Equador. O texto a seguir foi publicado pelo blog "Cidadania", de Eduardo Guimarães:

"COLÔMBIA FOI CONDENADA"

"O secretário-geral da OEA, José Miguel Inzulza, disse hoje que, apesar do acordo entre Colômbia e Equador conseguido ontem naquele organismo, a Colômbia violou, sim, a soberania do Equador, e que ainda falta muito para resolver o conflito entre os países. "O problema não está resolvido e teremos que trabalhar muito para solucioná-lo", sublinhou Inzulza, em declarações feitas em Washington.

José Miguel Insulza encabeçará uma missão da OEA que examinará in loco os detalhes do incidente entre Colômbia e Equador. Para ele, o interesse do Conselho Permanente da OEA é tratar do assunto sem colocar lenha na fogueira e sim baixando o nível de tensão entre os países.

Porém, quando foi perguntado sobre a aparente ambigüidade da declaração aprovada ontem na OEA, que reafirma que o território de um Estado é "Jurisdição Inviolável", mas que, assim mesmo, não condenou a Colômbia por sua ação em território do Equador, Inzulza disse o seguinte: "Não cabia senão declarar que houve uma violação do artigo 21 da Carta da OEA, porém, ao mesmo tempo, o Conselho Permanente quis buscar uma forma de aproximação entre Colômbia e Equador e, assim, evitou usar palavras duras".

Em outras palavras: a OEA usou tucanês para condenar a Colômbia, pois se condenou seu ato como violador do tal artigo da Carta da OEA isso representa uma condenação de quem praticou esse ato. A Colômbia foi, sim, condenada pelo ato que praticou; só não foi usada a palavra condenação.

O problema é que a mídia brasileira - e as de outros países onde a mídia atua como partido político - trata de ler literalmente ou subjetivamente os fatos de acordo com as circunstâncias. Neste caso, a leitura está sendo literal.

Em 17 de março haverá reunião dos chanceleres dos países integrantes da OEA. Cumpre a esses países irem estabelecendo consenso para que um recado duro seja dado aos EUA e à Colômbia naquela reunião.

O documento assinado ontem não deve ser mais do que um paliativo para esfriar a crise. Contudo, no fórum adequado, o ato de guerra de Uribe e Bush deve ser condenado para proteção de todo continente americano."

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