O portal da Aeronáutica publica hoje a comunicação a seguir exposta, do Brig Ar Antônio Carlos Moretti Bermudez, Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica. Ele rebate divulgações destrutivas da grande mídia brasileira sobre a segurança de vôo no Brasil. No caso, contesta o jornal Zero Hora, que ainda estrebucha na tentativa de denegrir o governo com o já desacreditado "apagão aéreo".
AERONÁUTICA REAFIRMA QUE VOAR NO PAÍS É SEGURO
"A Aeronáutica lamenta os equívocos contidos nas reportagens “Crise contida, mas não resolvida” e “Buraco negro no ar”, publicadas em 23/03, pelo Jornal Zero Hora. Por diversas vezes este Comando esclareceu que, nos níveis utilizados pela aviação comercial (acima dos 29 mil ft), a cobertura radar é plena no país, não existindo “buraco negro” (vale sempre a lembrança de que sobre oceanos não existem radares e que o controle do tráfego das aeronaves que sobrevoam estes locais é efetivo e seguro). Os setores de controle do espaço aéreo, por sua vez, possuem freqüências de rádio em multiplicidade, exatamente para se evitar “buracos negros de comunicação”.
Essa multiplicidade de equipamentos existe porque eventuais problemas podem acontecer num sistema que tem a responsabilidade de coordenar o movimento aéreo numa área de 22 milhões de Km2, quase três vezes a dimensão territorial do país, e que opera cerca de seis mil equipamentos funcionando 24 horas por dia, 365 dias no ano.
Entretanto, supostos problemas devem ser notificados em benefício da melhoria do Sistema de Controle do Tráfego Aéreo e a própria Instituição incentiva essa prática.
O jornal Zero Hora errou e confundiu as coisas. Errou ao interpretar uma ferramenta de prevenção, no caso o “Relatório de Perigo” (hoje denominado “Relatório de Prevenção”), como um documento conclusivo – o que não é nem aqui, nem em nenhuma parte do mundo. A matéria confundiu o leitor ao misturar os conceitos de buraco negro por deficiente cobertura radar e buraco negro por falhas de comunicação.
Nenhum dos dois existe no Brasil.
Em outro ponto da reportagem, sobre um suposto incidente com a aeronave militar em que se encontrava o então Ministro da Defesa, Waldir Pires, o jornal recupera um assunto esclarecido em novembro de 2006, por meio da divulgação de nota à imprensa nacional. Após a verificação dos dados do vôo em questão, o fato sequer se configurou como um incidente de tráfego aéreo, ou seja, uma aproximação entre aeronaves além dos limites estabelecidos. Todas as informações citadas estão disponíveis na página da FAB na internet, desde 2006, e foram publicadas por inúmeros veículos de imprensa.
O jornal Zero Hora também não destaca que nos últimos oito anos, a Aeronáutica investiu cerca de R$ 1,8 bilhão na estrutura de controle de tráfego aéreo, dentro de um processo rotineiro de modernização. Dos quatro Centros de Controle existentes no país (CINDACTA), o de Manaus é novo (decorrente da criação do SIVAM), o de Brasília passou por um processo de modernização recente, o de Curitiba concluiu sua etapa de atualização no ano passado e o de Recife está em pleno andamento.
Sobre a carência de pessoal, já assumida pelo Comando da Aeronáutica, cabe esclarecer que foram realizados concursos públicos para controladores de tráfego aéreo, civis e militares, entre outras carreiras indispensáveis ao controle de tráfego aéreo, e que até o ano de 2010 a quantidade de controladores de tráfego aéreo estará compatível com a demanda futura. Entretanto, cabe ressaltar que o sistema como um todo opera com mais de 13 mil civis e militares.
Como ressaltado diversas vezes, não é prudente que esse debate seja balizado apenas com a simplificação de fatos, manipulação de comparações e sob influência de reivindicações pessoais ou setorizadas. Nesse contexto negativo, decisões precipitadas podem prejudicar o futuro da aviação brasileira. Uma pesquisa inicial sobre esse assunto, coordenada com nosso Centro, poderia ter contribuído para um melhor esclarecimento dos fatos à sociedade brasileira.
Tratar a questão sobre o futuro do tráfego aéreo no país, sem emoção e desvinculado de interesses particulares, é de vital importância para o futuro da aviação brasileira.
Voar no país é seguro, as ferramentas de depuração do sistema estão em funcionamento e todas as ações implementadas estão em concordância com as normas internacionais de segurança."
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