O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rebateu acusações do FMI e sugeriu o fim de subsídios agrícolas nos países ricos.
Transcrevo notícia publicada ontem, 18/04/2008, às 20h01, pelo site “O Globo Online, O GloboReuters”.
“O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, nesta sexta-feira (18), que existe uma discussão equivocada e simplista no momento, quando o assunto é a produção de biocombustíveis e seu impacto nos preços dos alimentos.
Segundo o ministro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deveria financiar políticas para esse tipo de energia renovável nos países africanos e latino-americanos mais pobres.
As nações desenvolvidas, acrescentou Amorim, fariam sua parte abrindo seus mercados e reduzindo os subsídios.
O exemplo mais claro e nítido que existe, de que esse discurso é equivocado, é o Brasil. No Brasil, a produção de etanol aumentou junto com a produção de alimentos - afirmou o chanceler, após a assinatura do documento final que saiu da 30ª Conferência Regional das Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Ele defendeu o manejo responsável dessas políticas, a melhor distribuição de renda nos países pobres e responsabilizou os grandes pagadores de subsídios -- União Européia e Estados Unidos-- pela atual situação em regiões como a África e a América Latina.
O que impediu o crescimento da produção de alimentos em países africanos e em países sul-americanos foram os subsídios. Não foi o biocombustível."
"Na África, que me conste, não se deixou de produzir alimentos para se passar a produzir biocombustíveis. Não produziam alimentos e continuam sem produzir alimentos, porque os subsídios da Europa e dos Estados Unidos impedem que isso ocorra" -afirmou.
"Se o diretor-geral do FMI e o presidente do Banco Mundial querem dar uma recomendação que realmente melhore a produção de alimentos nesses países, deveriam dizer o seguinte: em vez de reduzir (os subsídios agrícolas) para US$ 14 bilhões nos Estados Unidos ou para US$ 20 bilhões na Europa, reduz a zero" - complementou o ministro.
As declarações de Amorim foram uma resposta às declarações do diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn. O dirigente do Fundo disse, nesta sexta-feira, que os biocombustíveis produzidos com produtos agrícolas alimentares criam "um verdadeiro problema moral para a humanidade". Segundo ele, distúrbios ainda piores do que os das últimas semanas ainda devem ocorrer no mundo por causa do encarecimento dos alimentos.”
Quando esse Dominique foi escolhido para presidente do FMI, muitos blogs de esquerda apontaram ele como ex-socialista e que ele mudaria o FMI. Pelo visto, ele vai ser mais um babaca a sentar na cadeira de presidente.
ResponderExcluirPrezado Flávio,
ResponderExcluirO FMI sempre foi dominado pela vontade dos EUA. Em segundo plano, atende os países europeus. Um presidente não mudaria muita coisa. Qualquer mudança será árdua e lenta. Paulo Batista Nogueira Jr de vez em quando relata na imprensa (Folha e outros) seu esforço e as dificuldades para melhorar o FMI.
Obrigado
Maria Tereza