O desespero da grande mídia e dos tucanopefelentos, ao verem que não conseguem derrubar a popularidade do governo Lula, leva-os cada vez mais ao destempero, à canalhice, a reportagens imorais e desumanas, aproveitando-se de uma grande tragédia em benefício, simples e vilmente, de mesquinhos objetivos político-partidários de retorno ao poder.
Dentro dessa mesma linha de atuação da imprensa, lembro do artigo do jornal Folha de São Paulo “O que ocorreu não foi acidente, foi crime”, escrito por Francisco Daudt, com chamada em primeira página da Folha de S. Paulo, em 19/07/2007.
Naquele dia, o articulista e o jornal levaram para o povo a sórdida mensagem de que foi o Presidente Lula o criminoso, o verdadeiro causador dos grandes acidentes aéreos que ocorreram no ano passado. Recordo aqui o primeiro parágrafo do artigo:
“Gostaria imensamente de ter minha dor amenizada por uma manchete que estampasse, em letras garrafais, "GOVERNO ASSASSINA MAIS DE 200 PESSOAS". O assassino não é só aquele que enfia a faca, mas o que, sabendo que o crime vai ocorrer, nada faz para impedi-lo. O que ocorreu não pode ser chamado de acidente, vamos dar o nome certo: crime.” E segue o artigo implicando Lula como o culpado pelos acidentes.
Todos os fatos e perícias técnicas nacionais e estrangeiras até hoje indicam que os principais causadores do acidente que derrubou o avião da GOL, matando todos os seus ocupantes, foram os pilotos norte-americanos do avião Legacy, que, por analogia, em síntese metafórica, entraram na contramão em uma autopista, tudo indica conscientemente, e seguiram em alta velocidade mudos e com os faróis (o transponder/TCAS) apagados, chocando-se de frente com o avião da GOL que vinha todo certo.
Quanto ao acidente em Congonhas, todas as investigações até agora apontam para imperfeição na programação do avião AIRBUS e para erro operacional dos pilotos, induzidos pela perigosa lógica dos computadores de bordo, que já causara dois acidentes semelhantes em outros países.
Hoje, chocado, vi no blog “Vi o mundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha, o seguinte artigo, que bem demonstra a torpeza desumana que a imprensa adota na luta desesperada pela volta do PSDB e DEM-PFL ao poder. Aproveita-se de acontecimento trágico para ter benefício mesquinho. Este caso trata da Revista Época, das Organizações GLOBO.
Transcrevo:
“CONCEIÇÃO: "PARA ÉPOCA, LULA JOGOU ISABELLA DA JANELA"
“São dois assuntos pelos quais eu não tenho o menor apetite: o dossiê da Dilma e a menina Isabella. Não tenho qualquer condição de comentar, já que não sei do que se trata. Reproduzo o que escreveu a leitora Conceição Oliveira e deixo os comentários por conta de vocês:
“Para Época, Lula jogou Isabella da janela”
“Ao terminar de ler o artigo "Um corpo que cai" da redatora-chefe da revista Época, Ruth de Aquino, foi essa a conclusão que cheguei.
Foi o presidente Lula.
O artigo, risível, faz uma comparação esdrúxula entre o vazamento de dados do planalto e o assassinato da menina.
É o jornalismo piegas em ação, orquestrado para a classe média, público da revista.
O texto da redatora-chefe é um exemplo da canalhice, pior que a dos políticos, que envolve quem tem o poder do microfone e da caneta, sem nenhuma responsabilidade com o público ou a notícia.
Inacreditável que uma redatora-chefe de um grande veículo de comunicação use seu espaço para, com chavões, misturar alhos com bugalhos, tratando um assassinato e uma pendenga política como se fossem a mesma coisa.
Só vejo um objetivo nesta coluna: influenciar subliminarmente a opinião pública contra o governo, de forma maliciosa, e nada mais.
Este é o nível do jornalismo da revista. Faça como eu: não dê seu dinheiro para este tipo de revista. Se for assinante, você pode ser praticamente cúmplice dessa opinião arcaica e rasteira.
Ela se refere ao seguinte artigo, publicado pela revista Época:
(Ruth de Aquino, é redatora-chefe de ÉPOCA”)
“O sorriso de Isabella, os olhos castanhos de Isabella, as fotos no Orkut de Isabella abraçada à mãe e no colo do pai, o corpo de Isabella com marcas de asfixia, as cartas de despedida a Isabella escritas pelo pai e pela madrasta em papel com coraçãozinho. Só mesmo um crime pavoroso de classe média para derrubar das manchetes Lula e os fantasmas que rondam o país: o terceiro mandato, a farra dos sindicatos entregues a Deus e a ministra que sonhava ser dama de ferro, mas derrete no primeiro escândalo chinfrim. Dilma quem?
A morte covarde da menina de 5 anos, arremessada como um traste inútil pelo buraco tosco recortado na tela, hipnotizou o Brasil. Depois de assistir, na televisão, a mais detalhes sobre o crime, Brasília fica parecendo cenário de Casseta & Planeta, uma capital desconectada da realidade. Manchas de sangue, ameaças antigas do pai da menina, isso é concreto. No segundo bloco, entra a ficção: petistas acusam o senador tucano Álvaro Dias pelo vazamento dos gastos sigilosos de Fernando Henrique Cardoso.
A oposição convoca Dilma para falar no Senado sobre o filho, o PAC. E Eremilda, aliás, Erenice, o braço direito da ministra, acusada de elaborar o dossiê, é poupada pela defesa feroz da ex-futura candidata de Lula à sucessão. Para o presidente, Dilma é vítima de chantagem política, e o tal dossiê não passa de "osso de galinha".
Que saia justa, ministra. Botam a senhora no palanque, afagada por todos. Depois tiram a senhora do palanque porque falta o bambolê que o ministro José Múcio lhe deu de presente.
Quem, diante da investigação sobre quem matou Isabella, quer saber da mãe do PAC? A mãe do momento é uma morena bonita, Ana Carolina, que pedia ao ex-marido aumento de pensão e perdeu a filha no fim de semana da guarda compartilhada. Mesmo sem confissão e provas, a turba culpa o pai e a madrasta, presos e algemados na quinta-feira. Havia medo de linchamento nos olhos dele e uma resignação dopada nos olhos dela.
O crime parece ser de fácil elucidação, com mais pistas que os roteiros engenhosos do mestre Hitchcock. Nos suspenses do inglês, há sempre uma janela indiscreta, uma vertigem, um corpo que cai. No enredo trágico de Isabella, há uma madrasta. Mãe e madrasta têm o mesmo nome, Ana Carolina. E são muito jovens. A diferença é que a segunda mulher de Alexandre Nardoni é Anna, com dois "n".
Na versão do pai de Isabella, um desafeto misterioso teria se infiltrado no apartamento sem arrombar e sem roubar e teria jogado Isabella pela janela. Na versão do governo Lula, um tucano misterioso teria se infiltrado no banco de dados do Planalto para pinçar o dossiê que não incrimina ninguém, só faz espuma. As duas versões parecem fantasiosas e inverossímeis. Mas só um dos casos tem real importância, e uma vítima de verdade. Uma menina inocente perdeu a vida, os sonhos, o futuro. O outro caso enriquece o folclore dos pouco inocentes e bobos da corte.
Lula aproveita a popularidade messiânica para liberar a gastança dos sindicatos. Com o veto à fiscalização, nenhum sindicato, ético ou podre, precisará prestar contas ao Tribunal de Contas da União. Vamos contribuir obrigatoriamente com R$ 1,2 bilhão por ano para que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, continue rindo à toa da nossa cara.
Dilma, a ex-guerrilheira, não tem estômago para o vale-tudo político. Ela se indigna. Bem diferente da mãe de Isabella, que espanta pela serenidade: "Que a justiça seja feita". Na quinta-feira, telefonei para Ana Carolina. E ela própria atendeu. Ana Carolina tem só 23 anos. Foi mãe aos 18. Falou que as fotos e mensagens que tinha postado no Orkut mostram "como a vida com Isabella era maravilhosa".
Receava comentar qualquer coisa que pudesse ser usada contra ela. "Você viu o Alexandre e a mulher algemados? Eu estou acompanhando tudo pela TV."
Fiquei pasma. No lugar dela, eu nem estaria atendendo o telefone.”
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